quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Miguel Torga
Liberdade, fragmentos
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
domingo, 27 de dezembro de 2015
Quem seria suficientemente insensato para morrer sem ter dado pelo menos a volta à sua cela de cárcere?
- Marguerite Yourcenar
[... viver em círculos e ciclos é a pobreza maior que podemos infligir nos. É um atentado contra a vida, que nos é dada como regalo, e crime inafiançável.
É como atuar eternamente na mesma peça teatral de sucesso; onde, nem mesmo a morte dos atores decretará a sua última apresentação. Outra vez, outra vez, e outra vez...
Qual a graça em se habitar círculos, ou quando muito, migrar de ciclos?
Eterna paisagem simétrica, eterno script roto. A curva, a curva, a curva...
Que se meta o pé, que se rompam os círculos e ciclos, que se busque ares e vida!
Ah! E o tanto de figuras geométricas assimétricas que há... Com insuspeitas conformações e indefectíveis ângulos. Tantos, onde se pode visitar e passear. ]
Esse texto que achei maravilhoso foi compartilhado da página de Suzi Amaral no Facebook.
- Marguerite Yourcenar
[... viver em círculos e ciclos é a pobreza maior que podemos infligir nos. É um atentado contra a vida, que nos é dada como regalo, e crime inafiançável.
É como atuar eternamente na mesma peça teatral de sucesso; onde, nem mesmo a morte dos atores decretará a sua última apresentação. Outra vez, outra vez, e outra vez...
Qual a graça em se habitar círculos, ou quando muito, migrar de ciclos?
Eterna paisagem simétrica, eterno script roto. A curva, a curva, a curva...
Que se meta o pé, que se rompam os círculos e ciclos, que se busque ares e vida!
Ah! E o tanto de figuras geométricas assimétricas que há... Com insuspeitas conformações e indefectíveis ângulos. Tantos, onde se pode visitar e passear. ]
Esse texto que achei maravilhoso foi compartilhado da página de Suzi Amaral no Facebook.
Pérolas de Jack Kerouac
Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira,mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas. Jack Kerouac.
" Um brinde as loucas, as inadaptadas, as rebeldes, as bagunceiras, por que não se encaixam, por que vêem as coisas de uma maneira diferente. Não gostam das regras e não respeitam o status-quo. Você pode falar sobre elas, pode não estar de acordo com elas, glorifica-las ou vilipendia-las. Mas o que não pode fazer é ignorá-las. Porque com elas as coisas mudam. Empurram adiante a raça humana.
Enquanto alguns acham que elas são loucas, nós vemos aí a genialidade. Porque as mulheres que se acham tão loucas para pensar que podem mudar o mundo, são as que realmente o fazem ".
Jack Kerouac
" Um brinde as loucas, as inadaptadas, as rebeldes, as bagunceiras, por que não se encaixam, por que vêem as coisas de uma maneira diferente. Não gostam das regras e não respeitam o status-quo. Você pode falar sobre elas, pode não estar de acordo com elas, glorifica-las ou vilipendia-las. Mas o que não pode fazer é ignorá-las. Porque com elas as coisas mudam. Empurram adiante a raça humana.
Enquanto alguns acham que elas são loucas, nós vemos aí a genialidade. Porque as mulheres que se acham tão loucas para pensar que podem mudar o mundo, são as que realmente o fazem ".
Jack Kerouac
sábado, 26 de dezembro de 2015
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Adorável Clarice
"Um olho vigiava a minha vida. A esse olho ora provavelmente eu chamava
de verdade, ora de moral, ora de lei humana, ora de Deus, ora de mim."
Clarice Lispector (A paixão segundo G.H.)
Clarice Lispector (A paixão segundo G.H.)
Alma cigana
O Andarilho
Quem alcançou em alguma medida a liberdade da razão, não pode se sentir mais que um andarilho sobre a Terra — e não um viajante que se dirige a uma meta final: pois esta não existe. Mas ele observará e terá olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no mundo; por isso não pode atrelar o coração com muita firmeza a nada em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na mudança e na passagem. Sem dúvida esse homem conhecerá noites ruins, em que estará cansado e encontrará fechado o portão da cidade que lhe deveria oferecer repouso; além disso, talvez o deserto, como no Oriente, chegue até o portão, animais de rapina uivem ao longe e também perto, um vento forte se levante, bandidos lhe roubem os animais de carga. Sentirá então cair a noite terrível, como um segundo deserto sobre o deserto, e o seu coração se cansará de andar. Quando surgir então para ele o sol matinal, ardente como uma divindade da ira, quando para ele se abrir a cidade, verá talvez, nos rostos que nela vivem, ainda mais deserto, sujeira, ilusão, insegurança do que no outro lado do portão — e o dia será quase pior do que a noite. Isso bem pode acontecer ao andarilho; mas depois virão, como recompensa, as venturosas manhãs de outras paragens e outros dias, quando já no alvorecer verá, na neblina dos montes, os bandos de musas passarem dançando ao seu lado, quando mais tarde, no equilíbrio de sua alma matutina, em quieto passeio entre as árvores, das copas e das folhagens lhe cairão somente coisas boas e claras, presentes daqueles espíritos livres que estão em casa na montanha, na floresta, na solidão, e que, como ele, em sua maneira ora feliz ora meditativa, são andarilhos e filósofos. Nascidos dos mistérios da alvorada, eles ponderam como é possível que o dia, entre o décimo e o décimo segundo toque do sino, tenha um semblante assim puro, assim tão luminoso, tão sereno-transfigurado: — eles buscam a filosofia da manhã.
Quem alcançou em alguma medida a liberdade da razão, não pode se sentir mais que um andarilho sobre a Terra — e não um viajante que se dirige a uma meta final: pois esta não existe. Mas ele observará e terá olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no mundo; por isso não pode atrelar o coração com muita firmeza a nada em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na mudança e na passagem. Sem dúvida esse homem conhecerá noites ruins, em que estará cansado e encontrará fechado o portão da cidade que lhe deveria oferecer repouso; além disso, talvez o deserto, como no Oriente, chegue até o portão, animais de rapina uivem ao longe e também perto, um vento forte se levante, bandidos lhe roubem os animais de carga. Sentirá então cair a noite terrível, como um segundo deserto sobre o deserto, e o seu coração se cansará de andar. Quando surgir então para ele o sol matinal, ardente como uma divindade da ira, quando para ele se abrir a cidade, verá talvez, nos rostos que nela vivem, ainda mais deserto, sujeira, ilusão, insegurança do que no outro lado do portão — e o dia será quase pior do que a noite. Isso bem pode acontecer ao andarilho; mas depois virão, como recompensa, as venturosas manhãs de outras paragens e outros dias, quando já no alvorecer verá, na neblina dos montes, os bandos de musas passarem dançando ao seu lado, quando mais tarde, no equilíbrio de sua alma matutina, em quieto passeio entre as árvores, das copas e das folhagens lhe cairão somente coisas boas e claras, presentes daqueles espíritos livres que estão em casa na montanha, na floresta, na solidão, e que, como ele, em sua maneira ora feliz ora meditativa, são andarilhos e filósofos. Nascidos dos mistérios da alvorada, eles ponderam como é possível que o dia, entre o décimo e o décimo segundo toque do sino, tenha um semblante assim puro, assim tão luminoso, tão sereno-transfigurado: — eles buscam a filosofia da manhã.
— Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Humano, Demasiado Humano - aforismo 638. - Ilustração de George Inness.
Compartilhado do FB página de Fridrich Wilhelm Nietzsche
Compartilhado do FB página de Fridrich Wilhelm Nietzsche
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
"O Olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude.
A nossa pupila diz que quantidade de homem há dentro de nós.
Afirmamo-nos pela luz que fica debaixo da sobrancelha.
As pequenas consciências piscam o olho, as grandes lançam raios.
Se não há nada que brilhe debaixo da pálpebra, é que não há nada que pense no cérebro, é que nada há que ame no coração.
Quem ama quer, e aquele que quer relampeja e cintila.
A resolução enche os olhos de fogo; admirável fogo que se compõe da combustão dos pensamentos tímidos.
Os teimosos são os sublimes.
Quem é apenas bravo tem só uma força, quem é apenas valente tem só um temperamento, quem é apenas corajoso tem só uma virtude; o obstinado na verdade tem a grandeza.
Quase todo o segredo dos grandes corações está nesta palavra: perseverança.
A perseverança está para a coragem como a roda para a alavanca; é a renovação perpétua do ponto de apoio. (...)
Os medíocres deixam-se perder pelo obstáculo ocasional; não são assim os fortes. Perecer é o talvez dos fortes, conquistar é a certeza deles."
Os Trabalhadores do Mar - Victor Hugo
Compartilhado do FB página Gigantes da Literatura Universal
Compartilhado do FB página Gigantes da Literatura Universal
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Tudo o que é do domínio afetivo reclama o absoluto.
O filho quer a mãe por toda a vida, os amantes querem se amar e serem amados por toda a vida, tudo em nós pede o definitivo enquanto que a vida nos ensina o provisório.
O verdadeiro dilaceramento reside na necessidade de aceitarmos o provisório para sobrevivermos.
François Truffaut
Compartilhado do FB página de Marcel Oliveira
domingo, 13 de dezembro de 2015
Amor incircunstancial
Quanto maiores as condições, maior a densidade. A Leveza é inversamente proporcional ao desespero do espírito ao ancorar-se em circunstâncias onde tenta cristalizar-se em situações para tentar nascer, a cada instante, em sentido para si mesmo. O neutro pleno do Amor é incircunstancial.
Gildo Fonseca.
"No neutro do amor está uma alegria contínua, como um barulho de folhas ao vento."
- Clarice Lispector
(A paixão segundo G.H.)
(A imagem e a citação da Lispector ao lado foram compartilhados do FB página de Beth Goulart).
Gildo Fonseca.
"No neutro do amor está uma alegria contínua, como um barulho de folhas ao vento."
- Clarice Lispector
(A paixão segundo G.H.)
(A imagem e a citação da Lispector ao lado foram compartilhados do FB página de Beth Goulart).
sábado, 12 de dezembro de 2015
Alentos nos interstícios cotidianos
Considero a vida humana como uma noite profunda e triste, que não se suportaria, se, num ponto ou noutro, não rutilassem repentinos clarões, de uma luminosidade tão consoladora e maravilhosa, que seus segundos podem apagar e justificar anos de escuridão.
A escuridão, a treva desconsolada é o ciclo da vida cotidiana. Para que nos levantamos de manhã, comemos, bebemos e voltamos a deitar-nos? A criança, o selvagem, o jovem sadio, o animal, não sofrem com esse ciclo de coisas e atividades indiferentes. Quem não padece do mal de pensar, alegra-se com levantar-se de manhã e comer e beber, acha-o de todo suficiente e não o quer de outra maneira. Mas quem perdeu a sensação da naturalidade disso tudo, procura, no transcurso do dia, ávido e atento, os momentos de verdadeira vida, cujo subitâneo relampejar nos torna ditosos e apaga o sentimento do tempo, juntamente com todos os pensamentos sobre o sentido e finalidade do todo. (...)
Talvez seja a deslumbrante luz desses momentos, o que faz parecer tão
escuro tudo o mais, talvez provenha da mágica leveza e do etéreo deleite
desses momentos, que o resto da existência pareça tão pesado e
peganhento e opressivo.
(...) uma coisa eu sei,: se existem bem-aventurança e um paraíso, só podem consistir na imperturbada duração desses momentos; e, se tal bem-aventurança pode alcançar-se somente mediante o sofrimento e purificação pela dor, nenhuma dor ou sofrimento é tão grande, que dele se deva fugir.
.
[Hermann Hesse. In: Gertrud]
(Art. Vincent van Gogh)
Compartilhado do FB página Gigantes da Literatura Universal
(...) uma coisa eu sei,: se existem bem-aventurança e um paraíso, só podem consistir na imperturbada duração desses momentos; e, se tal bem-aventurança pode alcançar-se somente mediante o sofrimento e purificação pela dor, nenhuma dor ou sofrimento é tão grande, que dele se deva fugir.
.
[Hermann Hesse. In: Gertrud]
(Art. Vincent van Gogh)
Compartilhado do FB página Gigantes da Literatura Universal
Eternamente terno. Como se vestir para um futuro de infinitas imponderabilidades?
"O nada eterno não é mal se você estiver vestido adequadamente para a ocasião". Woody Allen
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
domingo, 6 de dezembro de 2015
Nietzsche simplesmente fantástico....
Compartilhado da página do FB de Friedrich Wilhelm Nietzsche
Na Prisão
Minha vista, quer seja aguda, quer seja fraca, não vê senão a certa distância. Vivo e ajo nesse espaço, essa linha do horizonte é meu mais próximo destino, grande ou pequeno, ao qual não posso escapar. Em torno de cada ser se estende assim um círculo concêntrico que lhe é particular. Igualmente o ouvido nos encerra num pequeno espaço, da mesma forma que o sentido do tato. E a partir desses horizontes, onde nossos sentidos encerram cada um de nós, como nos muros de uma prisão, que avaliamos o mundo, dizendo que tal coisa está perto, tal outra está longe, tal coisa é grande, tal outra é pequena, tal coisa é dura e tal outra é mole: chamamos “sensação” essa forma de medir — e tudo isso é simplesmente um erro em si! A partir da quantidade de experiências e emoções que nos são possíveis em média num espaço de tempo dado, avaliamos nossa vida, a achamos curta ou longa, rica ou pobre, cheia ou vazia: em função da média da vida humana, avaliamos aquela de todos os outros seres — e isso, tudo isso, é simplesmente um erro em si! Se tivéssemos uma vista cem vezes mais penetrante para as coisas próximas, o homem nos pareceria enorme; poderíamos até imaginar órgãos por meio dos quais o homem pareceria incomensurável. Por outro lado, certos órgãos poderiam ser constituídos de tal maneira que reduziriam e limitariam sistemas solares inteiros, para torná-los semelhantes a uma única célula: e para seres inversamente constituídos, uma única célula do corpo humano poderia apresentar-se em sua construção, seu movimento e sua harmonia como um sistema solar. Os hábitos de nossos sentidos nos envolveram num tecido de sensações enganadoras que são, por sua vez, a base todos os nossos juízos e de nosso “entendimento” — não há absolutamente saída, não há escapatória, não há senda voltada para o mundo real! Estamos em nossa teia como aranhas e ainda que apanhemos alguma coisa, podemos apanhar somente e sempre o que se deixar prender em nossa teia.
domingo, 22 de novembro de 2015
A persona
A persona é um complicado sistema de relação entre a consciência individual e a sociedade; é uma espécie de máscara destinada, por um lado, a produzir um determinado efeito sobre os outros e por outro lado a ocultar a verdadeira natureza do indivíduo. Só quem estiver totalmente identificado com a sua persona até o ponto de não conhecer-se a si mesmo, poderá considerar supérflua essa natureza mais profunda. No entanto, só negará a necessidade da persona quem desconhecer a verdadeira natureza de seus semelhantes. A sociedade espera e tem que esperar de todo indivíduo o melhor desempenho possível da tarefa a ele conferida; assim, um sacerdote não só deve executar, objetivamente, as funções do seu cargo, como também desempenhá-las, sem vacilar a qualquer hora e em todas as circunstâncias.
Esta exigência da sociedade é uma espécie de garantia: cada um deve ocupar o lugar que lhe corresponde, um como sapateiro, outro como poeta. Não se espera que alguém seja ambas as coisas. Nem é aconselhável que o seja, pois seria estranho demais para os outros. Tal indivíduo, por ser "diferente", suscitaria a desconfiança.
Esta exigência da sociedade é uma espécie de garantia: cada um deve ocupar o lugar que lhe corresponde, um como sapateiro, outro como poeta. Não se espera que alguém seja ambas as coisas. Nem é aconselhável que o seja, pois seria estranho demais para os outros. Tal indivíduo, por ser "diferente", suscitaria a desconfiança.
A construção de uma persona coletivamente adequada significa uma considerável concessão ao mundo exterior, um verdadeiro auto-sacrifício, que força o eu a identificar-se com a persona. Isto leva certas pessoas a acreditarem que são o que
imaginam ser. A "ausência de alma" que essa mentalidade parece acarretar é só aparente, pois o inconsciente não tolera de forma alguma tal desvio do centro de gravidade. Se observarmos criticamente casos dessa espécie, descobriremos que a máscara perfeita é compensada, no interior, por uma "vida particular".
imaginam ser. A "ausência de alma" que essa mentalidade parece acarretar é só aparente, pois o inconsciente não tolera de forma alguma tal desvio do centro de gravidade. Se observarmos criticamente casos dessa espécie, descobriremos que a máscara perfeita é compensada, no interior, por uma "vida particular".
C. G. JUNG -O Eu e o Inconsciente
Compartilhado do FB página de Simpósio Junguiano
Nossa amada Clarice tinha razão. Gostar de estar vivo exige a custosa criação de necessidades mil através de "voluntariosa" embriaguez da consciência morfinizando as inquietações do pulsar da alma. Todo "para quê", "brilha ao sol" enquanto todo "porquê", como criatura personificada em buracos negros de tantas inquirições humanas, submete nuances de luz, pseudos lapsos de lucidez aos arcabouços de nossas próprias contrapartes, essas sombras ainda tão desconhecidas. Existir é um paradoxo binário onde uma coisa só existe pela outra e fluindo em consciência, "É" apenas quando, de uma forma perceptível, dialética também "não É". Somos coadjuvantes, como mutantes vazios a serem preenchidos pelo protagonismo de infinitas Possibilidades de nossos próprios amanhãs.
Gildo Fonseca.
A imagem foi compartilhada do FB da página de Beth Goulart em Simplesmente Clarice.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Transcender implica em permitir que o N ovo contido no Instante seguinte nos abrace cerimoniosamente e nos demonstre que podemos Ser, sempre, muito mais que somente aquilo que percebemos no momento presente. Todo caos é semente de Ordem. Todo vazio "É" útero de infinitas possibilidades a serem cristalizadas pelas vibrações inerentes a Essência da Vida contidas nas reações de nossas percepções. As imagens que compõem o mosaico de miragens nos espelhos cotidianos é fruto da nossa transcendente e inexorável respiração cósmica que gera Movimento produzindo, em nós e para nós a sensação de Vida e faz com que percebamos o Existir através daquilo que, talvez, realmente Sejamos, apenas "Sinapses de Possibilidades Cósmicas". Gildo Fonseca.
sábado, 14 de novembro de 2015
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
domingo, 8 de novembro de 2015
sábado, 7 de novembro de 2015
Espaço curvo e finito
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
José Saramago, em "Os poemas possíveis".
Viv a Liberdade !!!
A transgressão é a cristalização da individualidade, a afirmação da Potência Interior e a auto reverência à Essência Vibratória que em seus múltiplas escalas, cadências e expressões personifica, alternativamente pela ação entre contrapartes de opostos a dialética da manifestação do Todo nas partes e as partes no Todo criando esse Movimento Dinâmico que chamamos Vida. Através de interstícios entre Luz e Sombras, onde pulsam em lapsos e espectros, fluem as sinapses que iluminam os embriões de nossa Consciência na construção da nossa Liberdade e na Percepção de que Somos, definitiva e inexoravelmente Agentes da nossa própria Criação.
Gildo Fonseca.
Gildo Fonseca.
sábado, 31 de outubro de 2015
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
sábado, 24 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Fábula da Verdade
FÁBULA DA VERDADE
Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e
sem adornos, tão nua como o seu nome.
E todos que a viam viravam-lhe as costas de vergonha ou de
medo e ninguém lhe dava as boas vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e
desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola,
que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.
- Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola.
- Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto!
- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens
te evitam.
Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.
Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e,
de repente, por toda à parte onde passa era bem-vinda.
- Pois os homens não gostam de encarar a Verdade nua;
eles a preferem disfarçada.
Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e
sem adornos, tão nua como o seu nome.
E todos que a viam viravam-lhe as costas de vergonha ou de
medo e ninguém lhe dava as boas vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e
desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola,
que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.
- Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola.
- Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto!
- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens
te evitam.
Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.
Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e,
de repente, por toda à parte onde passa era bem-vinda.
- Pois os homens não gostam de encarar a Verdade nua;
eles a preferem disfarçada.
Conto Judaico
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
sábado, 10 de outubro de 2015
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
O Homem — um ser necessitado
O Homem é o mais necessitado de todos os seres: não tem mais do que vontade, desejos encarnados, um composto de mil necessidades. E assim vive na Terra, abandonado a si próprio, incerto de tudo que não seja a miséria e a necessidade que o oprime. Através as exigências imperiosas, todos os dias renovadas, o cuidado da existência preenche a vida humana. Ao mesmo tempo atormenta-o um segundo instinto, o de perpetuar a sua raça. Ameaçado por todos os lados pelos perigos mais diversos, tem que usar de uma prudência sempre vigilante para lhes escapar. Com passo inquieto, lançando em volta olhares cheios de angústia, segue o seu caminho lutando com os acasos e com os inimigos sem número. Assim como caminharia através os desertos selvagens, assim segue em plena vida civilizada; para ele, não existe a segurança.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
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