quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Reflete aquilo que é reflexo no espelho, mas, para o olho mais penetrante, é visível o reflexo que ele mesmo carrega do mundo, nesse olho que ele vê no espelho. Numa palavra, não há necessidade de dois espelhos opostos para que logo sejam criados os reflexos infinitos do palácio dos espelhos. A partir do momento em que existem o olho e um espelho, produz-se um desdobramento infinito de imagens entrerefletidades.
Lacan.
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
Mesmo aqui – e justamente aqui, na inaparência do ordinário, vigora o extraordinário do aparecimento. Isso quer dizer: aqui onde eu, o pensador, me abrigo, o inaparente se encontra na intimidade do aparecimento e do brilho mais extremos. Aqui onde possuo abrigo, o que parece estar excluído do outro reúne-se numa unidade. Aqui, no âmbito do pensador, em todo lugar, o que parece se contrapor e excluir, o contrário, é o mesmo tempo o que atrai. Talvez essa atração seja até necessária para que um possa encontrar o outro. Onde isso acontece, vigora a luta. O pensador se demora na proximidade do que está imbuído de luta.
HEIDEGGER, Martin. In “Heráclito”, p. 25. Rio de Janeiro: editora Relume Dumará, 1998.
Comp. do FB, pg. Literatus
O Grande Silêncio da Verdade...
“Cintilante é a água em uma bacia; escura
é a água no oceano.
A pequena verdade tem palavras que são
claras; a grande verdade tem grande
silêncio”.
Tagore, Pássaros errantes, CLXXVI
Tagore, Pássaros errantes, CLXXVI
Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente. Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.
Frase de Fernando Pessoa - Postado originalmente por Rita de Cassia Antunes Oliveira - Projeto VemSer em 2011, e Compartilhado do FB, pg. de Carlos Fontes
Frase de Fernando Pessoa - Postado originalmente por Rita de Cassia Antunes Oliveira - Projeto VemSer em 2011, e Compartilhado do FB, pg. de Carlos Fontes
terça-feira, 27 de novembro de 2018
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Diamantes em lapidação...
Nas bordas de cada limite, Somos. Esse nosso olhar, processo diamantador do corpo de nossas almas, nos mostra que, entender é contingência volátil, gota de cristalino rio, onde toda impermanência se ancora nos contrastes de cada transcender. Gildo Fonseca.
sábado, 24 de novembro de 2018
Frases deliciosas de Churchill
“Eu não sou exigente, eu me contento com o que há de melhor.”
“A história será gentil para mim, pois pretendo escrevê-la.”
“Nunca é tarde para você ser o que poderia ter sido.”
“Se você está atravessando o inferno… não pare".
“A história será gentil para mim, pois pretendo escrevê-la.”
“Nunca é tarde para você ser o que poderia ter sido.”
“Se você está atravessando o inferno… não pare".
Florbela Espanca, sempre maravilhosa...
MAIS ALTO
Mais alto, sim! mais alto, mais além
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A que se não encontra! Aquela a quem
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A que se não encontra! Aquela a quem
O mundo não conhece por Alguém!
Ser orgulho, ser águia na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!
Ser orgulho, ser águia na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!
Mais alto, sim! Mais alto! A intangível!
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
À rutilante luz dum impossível!
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
À rutilante luz dum impossível!
Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber
mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!
mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!
Florbela Espanca
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Somos Impermanências conscientes...
Gostar de estar vivo exige a custosa criação de necessidades mil, através de "voluntariosa" embriaguez da consciência, morfinizando as inquietações nauseantes do pulsar da alma. Todo "para que..." (finalidade), "brilha ao sol" enquanto todo "por quê?" (razões), como criatura personificada em buraco negro de tantas inquirições humanas, submete nuances de luz, pseudos lapsos de lucidez aos arcabouços de nossas próprias contrapartes, essas sombras, como dizia Jung, ainda tão desconhecidas. Existir é um paradoxo binário, espelhado, onde uma coisa só existe pela outra e fluindo em consciência, "É" apenas quando, de uma forma perceptível, dialética, toma consciência que também "não É". Somos coadjuvantes, como mutantes vazios a serem preenchidos pelo protagonismo de infinitas possibilidades nas escolhas de todo amanhã. Das sinapses entre nossas próprias luzes e sombras, tentamos fluir em Percepções. Somos apenas Singulares Transitoriedades. Viva a Transgressão !!! Ela é nossa Identidade. Colírio de nossas almas. Gildo Fonseca.
A imagem acima foi compartilhada da página de Beth Goulart em Simplesmente eu, Clarice Lispector
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente,
E você me ouve de longe, e a minha voz não te toca.
Parece que os olhos se teriam estourado.
E parece que um beijo te fecha a boca.
E você me ouve de longe, e a minha voz não te toca.
Parece que os olhos se teriam estourado.
E parece que um beijo te fecha a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
Emerges das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sono, você parece com a minha alma,
E você se parece com a palavra melancolia
Emerges das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sono, você parece com a minha alma,
E você se parece com a palavra melancolia
Paulo Neruda
Arte: Salvador Dali
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Qual seu ponto de demência???
"O verdadeiro charme das pessoas reside em quando elas perdem as estribeiras, quando não sabem muito bem em que ponto estão. Não são pessoas que desmoronam, pelo contrário, nunca desmoronam. Mas se não captar a pequena marca de loucura de alguém, não pode gostar desse alguém. É exatamente este lado que interessa. E todos nós somos meio dementes. Se não captar o ponto de demência da pessoa, eu temo que... aliás, fico feliz em constatar que o ponto de demência de alguém seja a fonte do seu charme. "
[Gilles Deleuze - in: L'abécédaire]
Foto: Gilles Deleuze e Fanny Deleuze, 1969
Foto: Gilles Deleuze e Fanny Deleuze, 1969
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
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