domingo, 24 de agosto de 2025

O TERRÍVEL LIMITE DA PALAVRA

Caminhar “lucidamente”, sobre fragmentos, para conhecer tudo aquilo que ainda não se É. Eis a fatídica sina da parcial consciência em desenvolvimento e no acúmulo de forças de seus olhares, suas perspectivas, seu espaço, seu tempo, seu “Ser”, seu “Existir”.

Na volatilidade de suas diáfanas, fluídicas e pretensiosas ancoragens, desprovidas de essenciais e desconhecidos propósitos, mas lastreadas apenas em circunstâncias e necessidades efêmeras de tantas transitoriedades, a Consciência, tal como a ostra, sofre ao sal das relatividades.

O peso de cada relatividade é de uma proporção absoluta. A percepção absoluta de cada instante, contrasta, terrivelmente, com a consciência do fluir em multiplicidades. Se cada instante é intrínseco em possibilidades, cada uma de suas realizações neutraliza todas as outras num determinado instante dado.

Quando escolho sou rei, mas paradoxalmente, ao escolher sou escravo de minhas próprias materializações e caminhos, intrínsecos em suas limitações e também simultaneamente ceifador de infinitas outras escolhas.

O nascimento e a morte são onipresentes em cada sinapse. A consciência, iluminada pelos atritos das densidades exteriores é, por vezes, onisciente. A Vida, inexorável, é onipotente ao colocar na mesa dos banquetes de nossas escolhas, o livre arbítrio de ousar no caminho que pretensamente supomos ser o melhor, mesmo que desancorado de lastros que transcendam as vulgares experiências sensoriais cotidianas. Esses “ancoradouros da verdade”.

Num lapso instantâneo consciencial as palavras também buscam, às apalpadelas, vida em si mesmas. Em fugazes brilhos sinápticos, tantos “cantos de sereia”, transitórios em sua essência, caminha a alma, da relatividade absoluta para absolutos essencialmente relativos.

Transcender a consciência de nossas próprias limitações é inexorável desde que possamos perceber que somos a potência pura. Para que? Não se sabe. Talvez isso permita compreender o que Nietzsche queria dizer quando dizia: “eu não sou um homem, sou dinamite pura...”. Talvez “explodindo” o mundo, talvez “explodindo” a si mesmo.

Gildo Fonseca.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Essa é uma das imagens mais impressionantes que temos do espaço.

Ela mostra uma região do espaço conhecida como Lockman Hole, capturada pelo Observatório Espacial Herschel, e é uma visão de centenas de milhares de galáxias, cada uma delas contendo centenas de bilhões de estrelas.

 

 

 

Você pode até se achar... Se souber onde se acha...

Gildo Fonseca.

sábado, 1 de março de 2025

Tudo É Sagrado. Tudo É Sagração !!!

Somos Diamantes. Em nossas milhares de arestas, nossas infinitas possibilidades, em nossos contrastes, sempre banhados pelos mares das emoções cotidianas, que pulsam em cada uma de nossas sinapses, físicas e de alma.

A Vida flui, o Olhar flui, a Consciência se aquece em suas próprias percepções e cria, pelo calor dos atritos do próprio Espírito, a Percepção, gerando luz e escolhas, que permitem o tatear por infinitos universos, interiores e exteriores, ainda desconhecidos, em busca de uma pretensa Lucidez. 

Na grande cerimônia da Vida, Tudo É Sagrado, Tudo É Sagração.

Gildo Fonseca.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Coragem é um pulsar, respiro da alma... (G.F.)

(...) Viver não é coragem, saber que se vive é a coragem!
 
- Clarice Lispector, in "A Paixão Segundo G.H".
 
Obra "Girl seated by shore, 1878 - George Elgar Hicks. - Comp. de Literatura e Psicanálise.

domingo, 25 de agosto de 2024

Todo despertar pode ser impermanente mas flertar com o imponderável Devir, transgredindo pretensiosas certezas, mantém viva, mesmo que de forma inebriante, a chama da Consciência.
 
Gildo Fonseca.
 
 
 
Há 125 anos nascia o grande escritor Jorge Luis Borges.
 
"A opção de Borges pela beleza antes que pela verdade constitui uma das chaves de sua conciliação de filosofias contraditórias. Esta atitude incrédula não leva, como os céticos antigos, à suspensão da fala, mas a retomar a palavra no terreno da ficção e do ensaio literário. A partir de lá Borges se permite assumir e até festejar a pluralidade de perspectivas com que os homens têm interpretado o mundo, sem a necessidade de se definir por alguma delas ".
 
Texto acima foi compartilhado da pg. Sociedade de Filosofia Aplicada.
 
"Você acordou não fora de sono, mas em um sonho anterior, e esse sonho está dentro de outro, e assim por diante, para o infinito, que é o número de grãos de areia. O caminho que você deve tomar é infinito, e você morrerá antes que você tenha verdadeiramente despertado. "
"A mente estava sonhando. O mundo era seu sonho." 
 
Jorge Luis Borges

sábado, 24 de agosto de 2024

As pessoas mais bonitas que conhecemos são aquelas que conheceram o sofrimento, conheceram a derrota, conheceram o esforço, conheceram a perda e encontraram seu caminho para fora das profundezas. 
 
Essas pessoas têm uma apreciação, uma sensibilidade e uma compreensão da vida que as enche de compaixão, gentileza e uma profunda preocupação amorosa. 
 
Pessoas bonitas não acontecem por acaso... 
 
(Elisabeth Kübler-Ross)
 
Comp. de O Mundo de Gaya

sábado, 20 de julho de 2024

sexta-feira, 12 de julho de 2024

quinta-feira, 11 de julho de 2024


 


 

"Aquele que disse "mais vale ter sorte do que talento", conhecia a essência da vida. As pessoas têm medo de reconhecer que grande parte da vida depende da sorte. É assustador pensar quantas coisas fogem ao nosso controle... Em um jogo, há momentos em que a bola bate com a borda da rede, e por uma fração de segundo ela pode continuar para a frente ou para trás. Com um pouco de sorte, continue em frente e você ganha, ou não ganha e você perde. "
 
Woody Allen  "Match Point" (2005)

Texto do livro Aprendendo a viver, de Clarice Lispector
 
FUTURO IMPROVÁVEL
 
Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega
para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará
de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto – serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de “dois e dois são quatro” é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto…
Nota: peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este.
Não quero ferir os olhos que não veem.

terça-feira, 9 de julho de 2024

 


 

"Ceder sem se dissolver; Compreender sem se sujeitar; Cuidar sem poder; Amar sem possuir; E no final de tudo, olhar para trás e sentir: eu ainda sou eu."

(Lya Luft)


 

A trivialidade é para quem gosta da superfície...

 
 
Gosto de coisas complicadas. Não gosto de água com açúcar.
 
Clarice Lispector, no livro “A descoberta do mundo”.

“As mãos translúcidas do judeu
lavram na escuridão os cristais
E a tarde que morre é medo e frio.
(As tardes à tarde são iguais. )
As mãos e o espaço de jacinto.
que palidece no confin do gueto.
quase não existem para o homem quieto.
que está sonhando com um labirinto claro.
Não é perturbado pela fama, esse reflexo
dos sonhos no sonho de outro espelho,
nem o temente amor das donzelas.
Livre da metáfora e do mito
crie um árduo cristal: o infinito
mapa daquele que é todas as suas estrelas. ”
 
Jorge Luis Borges, “Spinoza”.
 
Compartilhado do FB, página de Moacir Xavier

domingo, 2 de junho de 2024

Projeções são embasadas pelos conceitos da  luminosidade consciencial de cada singularidade. As possibilidades das percepções, compreensões e entendimentos são infinitas no espaço e no tempo. Suposições de pretensas certezas são acintes à inteligência. Nivelar o mundo partindo da estreita lucidez individual é tentar enquadrar as infinitas espirais do universo na cerca de convenientes limites.  Gildo Fonseca.

 

Na foto acima, o matemático Henry Segerman demonstra na imagem, como um plano tridimensional linear é apenas uma projeção do espaço tetradimensional curvo, corroborando os conceitos da TRR Teoria da Relatividade Restrita de Einstein. Essa demonstração instiga mergulhos filosóficos que complementam os equacionamentos da pura física teórica.

 Gildo Fonseca

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Como você trata as pessoas? Com mel ou ferrão?

 
 
 
“As palavras como as abelhas, têm mel e ferrão.” 
 
Provérbio suíço

AS PEDRAS, EM SEU PROCUSTO, FALAM.

Estudei Astronomia, Astrologia e Alquimia em dezenas de Caminhos esotéricos diferentes.

Ouso afirmar que a coisa mais ridícula que existe são alguns astrólogos, que deixam a missão gloriosa de cartógrafos das sincronicidades do universo, tão reveladoras de circunstâncias do destino humano, para arvorarem-se em arautos da moral, na pretensiosa presunção de mensageiros dos deuses, ditando regras, normas e formas como as pessoas devem se comportar, como devem viver e quais as explicações das percepções alheias, para tudo e para todos e de como e porque as pessoas são (ou devem ser) assim ou assado.

Esses astrólogos estão convencidos de que são o centro do universo, tem resposta para qualquer coisa, que são depositários da métrica divina que julgaria, idealizaria e definiria como deve agir qualquer uma das partes dos infinitos universos interiores e exteriores de cada uma das partes desse Todo Infinito.

Achar-se o próprio todo, absoluto, desrespeitando relatividades e ditando regras morais de como se deve existir, interpretar ou perceber a vida é achar-se encarnação das respostas, o centro do universo, o umbigo de Deus. Nada mais ridículo que a volta da inquisição, que sempre pretendeu ser dona da verdade, travestida em novos arautos da moral e do comportamento humano e que se acham no direito de dizer o que é certo ou errado a partir de suas próprias erraticidades. Nietzsche tinha razão quando dizia: “não existem fatos, somente interpretações”. Ou como dizia o grande filósofo Severino Cavalcante quando dizia: “que cada um volte a sua insignificância”. Respeitar a sensibilidade e a percepção alheia, exercitar a humildade talvez seja o começo da sabedoria.

Gildo Fonseca
 

sábado, 11 de maio de 2024

O REVESTIMENTO DE NOSSAS CRENÇAS. EVOÉ PIRRO !!!

Aquilo que acreditamos baseia-se no que supomos preencher as fluídicas expectativas de nossos olhares, sobre o também fluídico, e às vezes nebuloso, cotidiano.

A percepção é fluxo, todo pretenso entendimento é fluxo. Toda singular e instantânea verdade sempre será substituída pela instantânea verdade do momento seguinte que sepulta o entendimento anterior. O portentoso Devir, sob o arcabouço e vestimentas do Imponderável, à revelia da lucidez que achamos possuir, segue majestoso, oculto sob o véu de todo futuro que se apresenta.

É interessante observar crenças que se alardeiam como o centro do universo, “essência” que supostamente estruturaria todo o universo perceptível fornecendo âncoras e luminares seguros para os caminhantes da existência, forasteiros de si mesmos, sempre embriagados pelos cantos das sereias travestidas em desejos, circunstâncias, situações e ponderabilidades.

Cômico ou trágico? O sabor da circunstância é circunstancial. Saudemos então a lúcida embriaguez que nos faz acreditar que, acalentosamente estamos cumprindo, em cada momento, nossa “missão” ou então, no delírio da liberdade que acreditamos possuir, supomos ter o controle do que vai acontecer no instante seguinte. As tragédias de todos os tipos que de repente parecem surgir do nada desmascaram a presunção de toda volátil onipotência.

Meu respeito a todos aqueles que, nadando na superfície das trivialidades, são preenchidos em cada instante pelos olhares da pretensa compreensão, pois são permanentemente tragados e preenchidos pelas circunstâncias, afogando-se em supostos entendimentos, mas em contrapartida, conseguem assim inebriar a consciência de si mesmos, sua unilateralidade e obliterar seu Olhar para os universos profundos de todos nós. São “felizes” assim.

Fluamos acima do bem e do mal, tão circunstanciais de acordo com as necessidades e voláteis juízos de cada um, pois assim seremos neutros nos contrastes que reinam sobre nosso caminhar pelos desertos, cheios de mares bravios, de cada nova percepção.

Todo julgamento é porta de naufrágio de naus frágeis. Viva a acatalepsia !!!

Gildo Fonseca