Drummond
fala daquilo que cada um de nós carece na cidade excessivamente
iluminada: certa penumbra. Sabemos que o impossível de suportar, com
Lacan, é o real - para o qual não existe significação. A penumbra é
aquilo que tenta contornar o real, aquilo que ao mesmo tempo é borda,
margem e litoral. Luz e sombra - o território enigmático entre palavras e
imagens. O gesto entre a noite e o dia, o sonho, o silêncio, o ruído,
aquilo que incomoda, desarticula, a pulsão, o vazio, o nada que mora
dentro das coisas, o lusco-fusco do desejo. Bia Dias
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