O AR QUE RESPIRO
A Incompletude, esse líquido amniótico onde pulsam nossas sinapses, nos contém e nos alimenta com seu banquete de incertezas, possibilidades, múltiplos caminhos e percepções.
Quem poderá, ao certo, dizer para onde vai?
Somos apenas espectadores ativos.
A propulsora e inexorável transgressão da consciência, das nossas próprias limitações, flerta com o Desconhecido, com a matéria escura, com os buracos negros da consciência. O imponderável, protagonista no teatro da existência, nos desafia, permanentemente, na superação de nosso trágico estado de meros coadjuvantes no grande palco da Impermanência.
Porém, cada Instante é novo Ente. Contudo, contidos, somos um Além, a ser auto descortinado. Nosso protagonismo se encontra no fluxo da nossa própria transcendência, respirando cada vez que pisca o nosso Olhar, cada vez que pulsa o nosso coração. Protagonistas e Espectadores tornam-se então, como amantes, polaridades interligadas de nossas almas pelos anelos de toda fluídica e pretensiosa Lucidez.
Gildo Fonseca.
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