As ilusões — dizia-me meu amigo — são talvez tão inumeráveis quanto as relações dos homens entre si, ou dos homens com as coisas. Quando a ilusão desaparece, isto é, quando vemos o ser ou o fato tal qual existe fora de nós, experimentamos um sentimento estranho, misto de saudade do fantasma desaparecido e agradável surpresa ante a novidade, ante o fato real.
(BAUDELAIRE, Charles. "A corda". — In: "Pequenos Poemas em Prosa". Tradução: Paulo M. Oliveira. — Rio de Janeiro: Athena Editora, 1937.)
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