Toda
Percepção é uma Singularidade, impermanente, transitória, persona da
incompletude. Ampulheta viva do Olhar da Consciência, onde descem, ou se
descortinam, essa Areia, esse Pó
Desconhecido, carregando todo o imponderável, toda a potência de cada
Devir, borda, em cada instante, um anelo no tecido de nossa volátil,
fugidia, fugaz e pretensiosa compreensão, exatamente no intermezzo do
fluir. Mas, jaz o fato consumado, do outro lado dessa Ampulheta, anseia a
Consciência, desesperada e angustiosa, o oxigênio da página
seguinte, dos novos eventos, areia pueril a escorrer provocando novos
olhares, novos horizontes, sístole e diástole de uma busca que cavalga
em seu próprio movimento. A Pluralidade, Absoluta, é uma pupila em forma
de mosaico, feita da relativa singularidade de cada Olhar.Ser ou não
Ser? Talvez seja Ver ou não Ver.
Gildo Fonseca.
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