(Miller - Amamos aquele que responde à nossa questão: 'quem sou eu', Correio 71)
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
[...}
"amar é reconhecer sua falta e doá-la ao outro, colocá-la no outro. Não
é dar o que se possui, os bens, os presentes; é dar algo que não se
possui, que vai além de si mesmo. Para isso, é preciso se assegurar de
sua falta, de sua 'castração', como dizia Freud. E isso é essencialmente
feminino. Só se ama verdadeiramente a partir de uma posição feminina.
Amar feminiza. É por isso que o amor é sempre um pouco cômico em um
homem, porém, se ele se deixa intimidar pelo ridículo, é que, na
realidade, não está seguro de sua virilidade." [...] "Mesmo um homem
enamorado tem retornos de orgulho, assaltos de agressividade contra o
objeto de seu amor, porque esse amor o coloca na posição de
incompletude, de dependência."
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