O
Devir, Instante Seguinte, é filho do Pai, o Imponderável, com a Mãe,
nossa potência inata e interior, que nos instiga a acolhermos nos braços
da alma, a Luz gerada desse atrito permanente entre Expectativa e
Realidade. Ela ilumina o "presente", nesse caminho da nossa Consciência
em trânsito por tantas impermanências, inclusive da pretensa pureza
absoluta da Essência de cada um, já que, relativamente, nunca somos,
somente poderemos Ser. E para Ser, precisamos Tornarmo-nos. E nesse
processo partilhado de tornar-se nunca se É pois, se for, mesmo que por
um momento, não estará mais se tornando. Como dizia nosso querido
Nietzsche "Torna-te quem És". A Vida é uma cópula permanente entre a
Força Criativa das nossas ações e o ventre multidimensional que
cristaliza os sentimentos da nossa Percepção. Dessa gestação instantânea
nasce a inocente e pretensiosa lucidez de cada sensação do nosso
Existir, tornando-nos, pela embriaguez consciencial da volúpia de cada
desejo, de cada ilusão, uma sinapse entre Ser e não-Ser. Talvez seja
essa a questão. Gildo Fonseca.
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