DÚVIDAS DAS CERTEZAS E CERTEZA DA DÚVIDA
Nietzsche já afirmava que “convicções são cárceres”. É cada
vez maior o antropocentrismo nas interações entre as pessoas. O olhar de cada
um, permeado pela momentânea auto importância, baseado na pretensa relevância,
intensidade e valoração dos fachos de luz que chegam às suas pupilas, determina
a sua “verdade”. Essa “verdade” que sempre orbita pela dimensão das circunstâncias
perceptíveis, pelos quadrados dos círculos morais de um determinado instante
existencial e tão fortemente influenciada pelas redes sociais, cria as “serras”
dos procustos individuais onde são cortadas todas as possibilidades daquilo que
não é compreendido pela consciência daquele que expressa esse seu “cais”, essa “verdade”,
repito, sempre lastreada na amplitude e circunstancial valoração daquilo que “vê”,
daquilo que “enxerga”, daquilo que “imagina”. Não nos esqueçamos que um ponto de vista é
apenas um ponto de vista de um ponto no plano de tudo aquilo que ainda é
desconhecido para a alma de cada um de nós. Contenhamos nossa pretensão de
possuirmos os parâmetros da verdade, a referência para todas as coisas. Isso
pode ser uma “verdade” apenas para nós mesmos e ainda assim sujeita a uma
próxima revisão com o passar das circunstâncias, com o passar de nossas
próximas experiências. Somos realmente absolutamente relativos pois a
relatividade reina, Absoluta, sob um véu, a ser descortinado cada vez que
respiramos, sonhamos ou "enxergamos". Gildo Fonseca.
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