“O problema é que o homem moderno é fraco, doente, porque não
consegue integrar os opostos, não consegue viver com as oposições. A
fraqueza típica da neurose moderna é
justamente a impossibilidade de compreender o antagonismo como
necessário, ou seja, que só existe bom se existe o seu oposto. Só existe
luz em contraste com a sombra, só existe alegria em contraste com a
tristeza, só existe grandeza em contraste com baixeza e que justamente a
possibilidade da tensão e da manutenção do máximo possível de tensão é
que torna possível a elevação do tipo humano. Elevação tem o sentido
aqui de sublimação, como na química, ou seja, a passagem de um estado
mais grosseiro para um estado mais elevado de matéria. A possibilidade
da ascensão, da sublimação é dada, para Nietzsche, precisamente pela
possibilidade de manter tensionado o máximo possível o arco dos
impulsos, o arco das paixões, o arco das pulsões. É só assim que o homem
se torna efetivamente grande. Porque o homem moderno é pequeno? Porque
ele não consegue viver tensões. O ideal de felicidade do homem moderno é
conforto, bem-estar, segurança, consumo etc. O grande ideal de
felicidade moderna é não sofrer, por isso o grande sucesso de todos os
meios de entorpecimentos e narcose.”
Oswaldo Giacóia.
Comp. do FB, pg. Carl Jung Sincero
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