Estou preso nesta contradição: de um lado, creio conhecer o outro melhor
do que ninguém e afirmo isso triunfalmente a ele ("Eu te conheço. Só eu
te conheço bem!"); e, por outro lado,
sou frequentemente assaltado por essa evidência: o outro é impenetrável,
raro, intratável; não posso abri-lo, chegar até a sua origem, desfazer o
enigma. De onde ele vem? Quem é ele? Por mais que eu me esforce não o
saberei nunca.
Roland Barthes. Fragmentos de um discurso amoroso, pag. 134.
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