O
rabino Nilton Bonder, no seu maravilhoso Livro Alma Imoral, que depois
virou peça de sucesso nacional, tem uma citação interessante: "Aqueles
que se permitem transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos
pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente,
os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, os que perdem
medos, o que se libertam e os que rompem
experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça
essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente
distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto 'forasteiros'." - pág.
66. Lacan também dizia que podemos saber o que dissemos mas nunca o que
o outro escutou. Eu acredito que no vácuo das percepções se
cristalizam, como um mosaico, os contrastes dos entendimentos que
brilham com as cores que neles colocamos. O pulsar da Vida se dá na
pupila do coração. Assim como "todo barro pede uma escultura", toda
compreensão pede uma transcendência para além, muito além, de quaisquer
triviais superficialidades. Gratidão a todos os "forasteiros de alma",
companheiros de viagem. Gildo Fonseca
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