Todo contrato, qualquer que seja o acordo, é sempre uma amarração. Para
renascer precisamos matar, pela compreensão, as ilusões que os desejos
exaltaram, amarrando-nos, e abrir-se para novos nascimentos, num
processo de embriaguez constante desse "vinho do conhecimento". Cada
percepção é um contrato entre a cultura recebida
e o que dela é extraído experimentalmente em consciência. Renascer é
deixar, sistematicamente, os casulos tecidos pelos fios de cada uma
dessas percepções para trás. Esse processo, prática viva e constante da
liberdade a que estamos condenados é uma dolorosa quebra dos contratos
renascidos (refeitos) a cada pulsar da consciência. A Vida e a Morte são
partes desse "contrato", renovado dialeticamente a cada respirar,
objeto desse nosso existir, como Sísifo, em total insensatez. Como dizia
Vinicius na música: "então pergunto a Deus que escute amigo, se foi pra
desfazer porque é que fez?".
Gildo Fonseca.
A imagem foi compartilhada de Edilene Torino
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