sexta-feira, 2 de abril de 2021
Transgredir o imponderável é tentar nascer de novo, sempre. Gildo Fonseca.
A força que mata é uma forma sumária,
grosseira, de força. Quanto mais variada em seus processos, tanto quanto
mais surpreendente em seus efeitos é a força, a que não mata; isto
é, a que não mata ainda. Vai seguramente matar, ou vai matar, talvez, ou
então está apenas suspensa sobre o ser que pode matar a qualquer
momento; seja como for, ela transforma o homem em pedra. Do poder de
transformar um homem em coisa fazendo-o morrer procede um outro
poder – prodigioso sob uma outra forma –, o de transformar em coisa
um homem que continua vivo. Está vivo, tem uma alma; no entanto, é
uma coisa. Ser estranho: uma coisa que tem uma alma; estado estranho
para a alma. Quem dirá quanto custa, a cada momento, conformar-se,
torcer-se, dobrar-se sobre si mesmo? A alma não foi feita para viver
numa coisa; quando é constrangida, tudo nela padece de violência. Simone Weil.
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