“Não
entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é
sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou
muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como
falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom
é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter
loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não
demais: mas pelo menos entender que não entendo.” Clarice Lispector. Compartilhado de Marcel Oliveira.
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