sábado, 30 de janeiro de 2016

Mais é luz, mas é sombra

A palavra "mas" é uma das mais infames que conheço.
Te quero, mas...
Poderia ser, mas...
Não é grave, mas...
Eu gostaria muito, mas...
Uma palavra abominável que serve
para dinamitar o que era,
o que poderia ter sido,
mas não é...
Eduardo Galeano
Compartilhado da página de Edilene Torino no FB


Esse texto do Galeano gera profundas reflexões, eu, Gildo, acredito que todas as possibilidades contém seus "mas" como sombras em quaisquer escolhas, creio que são contrastes que aquilatam a intensidade do querer. Mais, é sempre luz, determinante, mas, é sempre sombra desafiadora.

domingo, 24 de janeiro de 2016

"Doutor por favor pode dizer ao ansioso que é atendido depois de mim que espere la fora?"


Frase profunda para refletir....

"Ninguém jamais encontra o Outro". 

Bukowski.


Compartilhado do FB de Literatura y Psicoanalisis

Plenitude de um Vazio valoroso

"Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que 
o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério."


Clarice Lispector



Não há festa

Ande pelos subterrâneos da vida e pergunte quem está realmente festejando. Precisamos todos de ajuda. Muito mais do que a gente consegue imaginar.

Boa parte da nossa angústia vem de perceber os outros felizes, bem resolvidos, curtindo a vida. Quando um casamento desaba ou um trabalho fracassa, parece que nós fizemos algo errado. Se tivéssemos acertado, estaríamos junto com as pessoas sorridentes na grande festa.
Mas não há festa em lugar algum. Ande pelos subterrâneos da vida, converse com psicanalistas, padres, massagistas, cobradores de ônibus, taxistas, prostitutas, lamas, xamãs, e pergunte quem está realmente festejando.
nao-ha-festa
Pare de comprar a solidez dos sorrisos e experimente perguntar, um a um, "E aí, como você tá?". Com ceticismo, curiosidade, interesse. Não demora: vai descobrir que estamos todos fodidos. Todos com a mesma mente ansiosa, inquieta, carente, hesitante, desconfiada, orgulhosa, preguiçosa, autocentrada, fofoqueira. Todos com o mesmo corpo entortado, de ânimo oscilante, cheio de tiques.
O que chamamos de mente saudável está longe de ser completamente sã. Até as “melhores” pessoas, sem nenhuma doença mental diagnosticada, precisam de ajuda. Se não percebemos que estamos todos igualmente insatisfeitos, estamos muito cegos. E, mesmo sabendo, não temos noção do quanto estamos perdidos.
Precisamos de ajuda. Sem desespero, sem alarme, é essencial listar tudo aquilo que parece subentendido, tudo aquilo que ninguém se dispõe a aprender: não sabemos morrer ou lidar com a morte dos outros, não sabemos nos concentrar, relaxar, sustentar relações positivas ou superar hábitos destrutivos, não sabemos direito sequer como aprender.
E quem poderia nos ajudar? Como diz o sociólogo Zygmunt Bauman, “a cabine do piloto está vazia”. Não somos mais subjetivados e orientados por algum grande Outro (religião, família, nacionalidade, cultura hegemônica, instituições). Também não dá mais para transferir essa responsabilidade apenas para psicólogos, psiquiatras e picaretas da autoajuda. Essa mesma condição pós-moderna que dilui qualquer apoio seguro inaugura uma liberdade nunca antes acessível à humanidade. Como não há mais refúgio exterior, ponto de fuga, apoio seguro, somos quase obrigados a nos reapropriar da responsabilidade que havíamos entregado.
Só nos resta fazer de qualquer outro o grande Outro. Resgatar as rédeas dos processos que nos dão nascimento, construir redes de transformação, espaços e dinâmicas nas quais as pessoas possam se ajudar, se puxar, se impulsionar.
Descobrir a ilusão da felicidade alheia já reduz algum sofrimento. E abre um belo desafio: se não há festa, quais festas podemos começar a oferecer?
* Publicado originalmente na revista Vida Simples (janeiro 2012).

Artigo de Gustavo Gitti, colunista da revista Vida Simples.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

sábado, 16 de janeiro de 2016


Conta-se que um fazendeiro, dono de excelentes cavalos de muita valia, nos trabalhos de sua propriedade rural, recebeu um dia a notícia de que o preferido dele, um alazão forte e muito bonito, havia caído num poço abandonado.
O capataz que lhe trouxe a má notícia estava desolado porque o poço era muito fundo e pouco largo e não havia como tirar o animal de lá, apesar de todos os esforços dos peões da fazenda.
O fazendeiro foi até o local, tomou tento da situação e concordou com seu capataz: não havia mais o que fazer, embora o animal não estivesse machucado.
Não achou que valia a pena resgatá-lo, ia ser demorado e custaria muito dinheiro.
Já que está no buraco - disse ao capataz - você acabe de enterrá-lo, jogando terra em cima dele. Virou as costas, preocupado com seus negócios, e os peões de imediato começaram a cumprir a sua ordem. Cinco homens, sob o comando do capataz, atiravam terra dentro do buraco, em cima do cavalo.
A cada pazada, o alazão se sacudia todo e a terra ia-se depositando no fundo do poço seco. Os homens ficaram admirados com a esperteza do animal: a terra ia enchendo o poço e o cavalo subindo em cima dela!
Não demorou muito e o animal já estava com a cabeça aparecendo na saída do poço; mais algumas pazadas de terra e ele saltou fora, sacudindo-se e relinchando, feliz!
MORAL DA HISTÓRIA
Não aceite a terra que jogam sobre você os que querem enterrá-lo em vida; reaja com confiança, mexa-se, procure o seu espaço, suba sobre essa terra e aproveite para subir cada vez mais, agradecendo aos que, pensando feri-lo, estão lhe dando a oportunidade de crescer material e espiritualmente.
Quando pensarem que você "já era", a sua vitória será ainda mais espetacular .
Arrisque! Viver É arriscar. O homem que vai mais longe é o que, em geral, está disposto a fazer e a arriscar.

Autor Desconhecido
www.questaocerta.com

Eternos peregrinos de alma Cigana !!!


Seu Caminho é feito de retas ou curvas ?


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Coragem para Viver....

Compartilhado do FB página de Marcel de Oliveira



















"Não é apenas a preguiça que faz as relações humanas se repetirem numa tão indizível monotonia em cada caso; é também o medo de algum acontecimento novo, incalculável, diante do qual não nos sentimos bastante fortes. Somente quem está preparado para tudo, quem não exclui nada, nem mesmo o mais enigmático, poderá viver sua relação com outrem como algo de vivo e ir até o fundo de sua própria existência. Se imaginarmos a existência do indivíduo como um quarto mais ou menos amplo, veremos que a maioria não conhece senão um canto do seu quarto, um vão de janela, uma lista por onde passeiam o tempo todo, para assim possuir certa segurança. Entretanto, quão mais humana aquela perigosa incerteza que faz os prisioneiros dos contos de Poe apalparem as formas de suas terríveis prisões e não desconhecerem os indizíveis horrores de sua moradia. Nós outros, aliás, não somos prisioneiros. Em redor de nós não há armadilhas e laços, nada que nos deva angustiar ou atormentar. Estamos colocados no meio da vida como no elemento que mais nos convém. Também, em conseqüência de uma adaptação milenar, tornamo-nos tão parecidos com ela que, graças a um feliz mimetismo, se permanecermos calados, quase não poderemos ser distinguidos de tudo que nos rodeia. Não temos motivos de desconfiar de nosso mundo, pois ele não nos é hostil. Havendo nele espantos, são os nossos; abismos, eles nos pertencem; perigos, devemos procurar amá-los. Se conseguirmos organizar a nossa vida segundo o princípio que aconselha agarrarmo-nos sempre ao difícil, o que nos parece muito estranho agora há de tornar-se o nosso bem mais familiar, mais fiel. Como esquecer os mitos antigos que se encontram no começo de cada povo: os dos dragões que num momento supremo se transformam em princesas? Talvez todos os dragões de nossa vida sejam princesas que aguardam apenas o momento de nos ver um dia belos e corajosos. Talvez todo horror, em última análise, não passe de um desamparo que implora o nosso auxílio."
Rainer Maria Rilke
Cartas a um jovem poeta

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Compartilhado do FB página de Sociedad de Filosofia Aplicada

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Eterno Nietzsche

" Homens convictos são prisioneiros."
Nietzsche ( Assim Falava Zaratustra )

Ao que se poderia acrescentar outra jóia do Nietzsche:

"Não existem fatos, somente interpretações" !!!!


Compartilhado do Facebook, da página de Loucos por Nietzsche

sábado, 2 de janeiro de 2016

Uma pérola !!!!

Sobre a transitoriedade. FREUD, S. Vol. IV. 1916 texto completo
“Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade.
A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se desfazer em nada. Seria por demais insensato, por demais pretensioso acreditar nisso. De uma maneira ou de outra essa beleza deve ser capaz de persistir e de escapar a todos os poderes de destruição.
Mas essa exigência de imortalidade, por ser tão obviamente um produto dos nossos desejos, não pode reivindicar seu direito à realidade; o que é penoso pode, não obstante, ser verdadeiro. Não vi como discutir a transitoriedade de todas as coisas, nem pude insistir numa exceção em favor do que é belo e perfeito. Não deixei, porém, de discutir o ponto de vista pessimista do poeta de que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor.
Pelo contrário, implica um aumento! O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos.
Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Um flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela. Tampouco posso compreender melhor por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam perder seu valor devido à sua limitação temporal. Realmente, talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos venham a ficar reduzidos a pó, ou que nos possa suceder uma raça de homens que venha a não mais compreender as obras de nossos poetas e pensadores, ou talvez até mesmo sobrevenha uma era geológica na qual cesse toda vida animada sobre a Terra; visto, contudo, que o valor de toda essa beleza e perfeição é determinado somente por sua significação para nossa própria vida emocional, não precisa sobreviver a nós, independendo, portanto, da duração absoluta.
Essas considerações me pareceram incontestáveis, mas observei que não causara impressão quer no poeta quer em meu amigo. Meu fracasso levou-me a inferir que algum fator emocional poderoso se achava em ação, perturbando-lhes o discernimento, e acreditei, depois, ter descoberto o que era. O que lhes estragou a fruição da beleza deve ter sido uma revolta em suas mentes contra o luto. A idéia de que toda essa beleza era transitória comunicou a esses dois espíritos sensíveis uma antecipação de luto pela morte dessa mesma beleza; e, como a mente instintivamente recua de algo que é penoso, sentiram que em sua fruição de beleza interferiam pensamentos sobre sua transitoriedade.
O luto pela perda de algo que amamos ou admiramos se afigura tão natural ao leigo, que ele o considera evidente por si mesmo. Para os psicólogos, porém, o luto constitui um grande enigma, um daqueles fenômenos que por si sós não podem ser explicados, mas a partir dos quais podem ser rastreadas outras obscuridades. Possuímos, segundo parece, certa dose de capacidade para o amor — que denominamos de libido — que nas etapas iniciais do desenvolvimento é dirigido no sentido de nosso próprio ego. Depois, embora ainda numa época muito inicial, essa libido é desviada do ego para objetos, que são assim, num certo sentido, levados para nosso ego. Se os objetos forem destruídos ou se ficarem perdidos para nós, nossa capacidade para o amor (nossa libido) será mais uma vez liberada e poderá então ou substituí-los por outros objetos ou retornar temporariamente ao ego. Mas permanece um mistério para nós o motivo pelo qual esse desligamento da libido de seus objetos deve constituir um processo tão penoso, até agora não fomos capazes de formular qualquer hipótese para explicá-lo"


"Vontade de não dar sentido algum às coisas, às palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente de sentido." (...) "Quero brincar meus amigos, de ver beleza nas coisas."

[Hilda Hilst]