domingo, 30 de abril de 2017

sábado, 29 de abril de 2017

Nos interstícios, entre as percepções, reina a Possibilidade, útero da criação, à espera do olhar semeador, rebelde, sangue pulsante das almas indômitas, eternamente insubservientes às mortes de tantas inações cotidianas da Consciência.

Gildo Fonseca.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Invejar vem de "videre", de olhar. Como um dos sentimentos mais difíceis de ser reconhecido e amansado, a inveja se inscreve na primeira infância como fixação no visto vindo de fora, e como dificuldade de reconhecer o visto vindo de dentro. É um efeito das precárias condições de estruturação do Eu em suas relações com o meio. Não ultrapassada, ela compromete o sentimento de reconhecimento e de gratidão (M.Klein). É um dos sinais de outro de nossos maiores sintomas humanos: a insatisfação crônica, prima-irmã da dificuldade de reconhecer a finitude de si e da vida. É a busca desenfreada pelo que nenhum humano pode ter: tudo. O invejoso sofre, e faz sofrer. (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Compartilhado do FB - Página Aberta


Olhar é tudo.


Dúvidas das certezas. Certezas das dúvidas.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio a um mundo cujos objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! (...) E, de fato, se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.

Hermann Hesse




Compartilhado do FB, página de Aruse Leão

domingo, 16 de abril de 2017

Autenticidade

No reniego de mi
naturaleza, no reniego de
mis elecciones, de todos
modos he sido una
afortunada. Muchas veces
en el dolor se encuentran
los placeres más profundos,
las verdades más complejas,
la felicidad mas certera. Tan
absurdo y fugaz es nuestro
paso por el mundo, que solo
me deja tranquila el saber
que he sido auténtica, que
he logrado ser lo mas
parecido a mi misma que he
podido.”
Frida Khalo

quinta-feira, 13 de abril de 2017

As Duas Direções
Se tentarmos contemplar o espelho em si, acabamos por não descobrir senão os objetos que nele se refletem. Se quisermos agarrar esses objetos, voltamos a ver somente o espelho. — Essa é a história geral do conhecimento.

Obra de Fatima Ronquillo. Texto e imagem 
compartilhados do FB, página de Friedrich Wilhelm Nietzsche


A foto ao lado e o texto abaixo foram compartilhados do Facebook, da página de Jorge Sesarino.








O que é o Amor? 
(Para ler muitas vezes até concluir.)
O amor é a substância gozante da qual somos feitos: palavras de amor, do verbo amar, verbo que se faz carne. Amamos porque o Outro nos amou primeiro. Essa primeira experiência de completude fracassa na medida em que o amor também é desejo e gozo enlaçados. O amor é a condição de existência do ser falante ("parletre", ser-de-fala, ser-de-palavra, ser-de-letra), articulado ao desejo que é ao mesmo tempo falta e incompletude, condição necessária para amar. O amor resulta da realização do desejo, do encontro do desejo com o seu objeto e com o gozo dele obtido. Todavia, o desejo por ser falta não tem objeto e logo após sua realização desfaz o encontro e segue adiante como desejo insatisfeito, como falta que anseia outro objeto em continuo deslize metonímico. Assim, do desejo nasce o amor que faz corpo. O amor é corporal, narcísico e recíproco. Ama-se com o corpo o corpo-outro, e do fracasso do amor em fazer, de dois corpos Um-corpo, nasce o desejo, ambos enlaçados pelo gozo limitado pela insatisfação, pois o desejo faz falta no amor, fazendo aquele que deseja, amar a falta, nome da castração Freudiana e estado de gozo chamado fálico, porque incompleto e parcial. É porque o amor fracassa no impossível de se fazer Um, que volta-se a amar e a desejar e a gozar por isso. O amor tende sempre ao Um, mas o desejo sempre o impede e por isso, o desejo, o amor e o amar se diferem, se completam e se des-completam.
E o que é amar?
Amar é gozar e desejar. Amar é sublimar a pulsão para além do objeto e elevar o objeto a condição de Ser-para-o-Amor. O milagre do amor (Lacan, Seminário 8) é quando o amante, ao amar, torna-se amante-amado, e o amado ao ser amado, torna-se amado-amante, porque o amante, ao dar o que não tem (sua falta, o falo), causa a falta no outro. Amar é fazer amor e falar de amor sendo o próprio amor. Amar é fazer o amor no dizer-amor, palavra-fala-que-ressoa-no-corpo-e-faz-ato. Amar é encarnar o amor em atitude, ação-conduta que conduz-e-eleva ao gozo maior da alegria de viver e do prazer de sentir gozar. Amar é elevar o outro, (objeto da pulsão e do desejo), a condição de Ser. Amar o amor conduz ao encontro do outro e possibilita aquele que ama eleva-lo como Ser-para-além-do-que-merece-Ser. Amar é gozar, é encantar-se de viver-sentir-falar-ser-partilhar a existência com outros. Todavia, só o amor pode fazer o gozo se aconchegar ao desejo de modo a enlaçar os três: o amor, o desejo e o gozo.