quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

ceticismo pirrônico versão budista...

Quando curiosamente te perguntarem, buscando saber o que é aquilo,

Não deves afirmar ou negar nada. Pois o que quer que seja afirmado não é a verdade,
 
E o que quer que seja negado não é verdadeiro. Como alguém poderá dizer com certeza o que
 
Aquilo possa ser.
 
Enquanto por si mesmo não tiver compreendido plenamente o que É?
 
E, após tê-lo compreendido, que palavra deve ser enviada de uma Região
 
Onde a carruagem da palavra não encontra uma trilha por onde possa seguir?
 
Portanto, aos seus questionamentos oferece-lhes apenas o silêncio,
 
Silêncio — e um dedo apontando o caminho.
 
(Verso budista)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

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A percepção é como o centro de uma ampulheta cósmica. Acima, no transcendente, o diamante mais puro, a intensidade da Criação, a Luz que ilumina. Abaixo, no denso mundo da matéria, nosso pulsante Olhar penetra e tateia na escuridão da transitoriedade. A ponte, passagem da ampulheta, que liga essas duas vertentes é a sinceridade, a sensibilidade e a amplitude das comportas da mente e do coração que se abrem na proporção de nossas aspirações pelo Compreender, pelo Sentir. Somos o Templo, somos o Tempo, fluindo no espaçoso palco de nossas experiências, ora como conscientes protagonistas ora como insanos coadjuvantes, na luz e na nebulosidade que nos envolvem, nos singularizam e nos desafiam nos "decifra-me ou te devoro" de tantas esfinges cotidianas. Tudo flui. Tudo é Vida. Tudo é Um Olhar, único e momentâneo, da Alma. Gildo Fonseca.

 "A criança é o pai do homem. "   Sigmund Freud

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Quem seria suficientemente insensato para morrer sem ter dado pelo menos a volta à sua cela de cárcere?  - Marguerite Yourcenar 

[... viver em círculos e ciclos é a pobreza maior que podemos infligir nos. É um atentado contra a vida, que nos é dada como regalo, e crime inafiançável.
É como atuar eternamente na mesma peça teatral de sucesso; onde, nem mesmo a morte dos atores decretará a sua última apresentação. Outra vez, outra vez, e outra vez...
Qual a graça em se habitar círculos, ou quando muito, migrar de ciclos?
Eterna paisagem simétrica, eterno script roto. A curva, a curva, a curva...
Que se meta o pé, que se rompam os círculos e ciclos, que se busque ares e vida!
Ah! E o tanto de figuras geométricas assimétricas que há... Com insuspeitas conformações e indefectíveis ângulos. Tantos, onde se pode visitar e passear. ]

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

"Embriague-se". (Baudelaire). "Sem dança a vida não vale a pena". (Nietzsche).

 
 
ENTÃO:
 
 
"Alivia toda tua mágoa com o vinho e a música." 
 
Horácio 
 
 
 
Arte by Leonid Afremov.


Escultura simbólica surreal de Michael Alfano...

"Ganhos" e "Perdas"...

 

"Também os vencedores são vencidos pela vitória".

F. Nietzsche

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

"Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz." 

(Clarice Lispector in "Minhas Queridas")

"Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhoras coisas."
 
Lygia Fagundes Telles, in: Ciranda de Pedra. Ed. Cia. das Letras, pág. 135.

sábado, 18 de dezembro de 2021

E a sombra? Tem signo ou luz que a identifique?

 

 

A LUZ NÃO TEM SOMBRA...

 

 

Compartilhado de Rita de Cássia 

"In summa, é de se duvidar que o ‘sujeito’ possa demonstrar-se a si mesmo - para isso necessitaria ele justamente ter um ponto de apoio firme fora dele mesmo, e este falta."

Nietzsche ( Para Além do Bem e do Mal )

Maravilhas de Rita de Cássia

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Lacan (1970) nos responde sobre qual é o desejo fundamental do ser humano. É o de não ser desejado pelo outro, pelo afeto do outro, de não ser objeto do medo de perda do outro.
Se não há como explicar o medo e o desejo, há de se questionar o desejo paradoxal. Trata-se de uma etiologia estranha entre o medo de perder e o desejo de perder-se no desejo do outro: o desejo de ser desejado sempre, o tempo todo. Essa onipotência do desejo é patológica à medida que nos vemos limitados e que o outro não nos satisfaz totalmente e não há como ter o monopólio do outro, reduzido à nossa radical necessidade de ser objeto do desejo do outro, única e soberanamente.

Compartilhado do projetovemser, Rita de Cássia

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sábado, 11 de dezembro de 2021

Tudo passa, tudo se resolve...

 

 

 

"Eu amei muito as estrelas para ter medo da noite". Galileu.
 

Aos que res piram com Olhares transcendentes...

"O que resta daquilo que encheu a consciência?"
 
O link abaixo é uma matéria maravilhosa e imperdível sobre a Melancolia:
 


sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

"Pequenos" Gestos e Atos significam e contém Valores que não tem preço...

 

Dou valor as coisas, não por aquilo que valem,

mas por aquilo que significam.
 
Gabriel Garcia Márquez

"Semeie amor pelo caminho... Assim, o amor sempre saberá onde te encontrar."
 
Nicoli Miranda.

Em nós,

sob nós,

sobre nós,

estão contidas

"nossas"

contrapartes.

Gildo Fonseca.

101 anos de Clarice Lispector...

LISPECTOR, PRESENTE !
 
101 anos de Clarice Lispector. Muito amada, vive eternamente em nós. Entre seus inúmeros e adoráveis escritos separei alguns fragmentos que me tocam muito:
 
"Eu estava vendo o que só teria sentido mais tarde, quero dizer, só mais tarde teria uma profunda falta de sentido. Só depois é que eu ia entender: o que parece falta de sentido é o sentido. Todo momento de “falta de sentido” é exatamente a assustadora certeza de que ali há o sentido, e que não somente eu não alcanço, como não quero porque não tenho garantias".
 
"Enfim, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, eu era. Até o fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois “eu” é apenas um dos espasmos instantâneos do mundo. Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior – é tão maior que, em relação ao humano, não tem sentido".
 
"A tentação do prazer. A tentação é comer direto na fonte. A tentação é comer direto na lei. E o castigo é não querer mais parar de comer, e comer-se a si próprio que sou matéria igualmente comível. E eu procurava a danação como uma alegria. Eu procurava o mais orgíaco em mim mesma. Eu nunca mais repousaria: eu havia roubado o cavalo de caçada de um rei da alegria. Eu era agora pior do que eu mesma! Nunca mais repousarei: roubei o cavalo de caçada do rei do sabá".
 
E a melhor de todas, na minha opinião, sobre a esfinge: 
"Quero ver quem devora quem..."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

"Depois de tudo, mesmo um caminho errado leva a algum lugar".

George Bernard Shaw

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

"Estou em processo, há coisas a aprender, e há coisas a reprogramar, há coisas que sou, e não quero ser, há coisas que ainda não sou e quero ser, há coisas que sou e ainda não sei, mas estou buscando saber, estou em construção, mas já estive em demolição."

Chico Xavier

"Queria apenas tentar viver aquilo que brotava de mim mesmo. Por que isso me era tão difícil?"
 
Hermann Hesse in Demian

domingo, 5 de dezembro de 2021

 A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo. Nietzsche

Do posfácio de Ecce homo, por Paulo César de Souza...
 
“Em 1908, numa das reuniões semanais da pequena Sociedade Psicanalítica de Viena, na casa do Dr. Sigmund Freud, o tema proposto para discussão foi Ecce homo. Durante a reunião – que tratou, sobretudo do caso Nietzsche [...] - Freud fez três observações de interesse. Disse que o livro não podia ser desconsiderado, como produto de insânia, porque nele se preservava o domínio da forma. Disse que NINGUÉM havia antes alcançado, e dificilmente alguém tornaria a alcançar, o grau de introspecção alcançado por Nietzsche. E disse que nunca havia estudado Nietzsche, devido à semelhança entre as percepções do filósofo e as investigações da psicanálise (evitava-o para preservar a independência de espírito) [...]”.
 
 
Eis... Vale, portanto, o estudo profundo desse “paralelo” de ideias e ideal!
Faço... Indico... São premissas e primícias...  A conhecer e compreender!
(Marcos Castro)

Condenados à Liberdade...

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Assim Falou Zaratustra, de Nietzsche

Pode ser uma imagem de texto que diz "Filosofia, Existencialismo Ciência o pior inimigo, todavia, que és tu que te espreitas ti mesmo. poderá encontrar tu mesmo. Solitário, tu segues o caminho que Nas cavernas nos bosques te conduz ti mesmo! E por teu desfilam diante de ti mesmo e teus sete demônios. Serás herege para mesmo, serás feiticeiro adivinho, doido, incrédulo, ímpio e malvado. É preciso que sintas necessidade de consumir-te em tua própria chama. Como querias renascer sem primeiro te conduzires cinzas?"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Às vezes a esperança não dorme comigo, mas ela me acorda todas as manhãs.

 

 

 

 

 

 

 

O CUSTO ABSURDO DA EMBRIAGUEZ CONSCIENCIAL

Existir é Inexorável. Pagamos, por uma pretensa, volátil, momentânea, fugaz e fugidia "lucidez",  com a morfina embriagadora de infinitos cantos de sereias, travestidas em coisas, pessoas e fatos. Como dizia Lispector em G.H., "viver não é absurdo, saber que se vive é absurdo". A "Plenitude" (sic) da Consciência sempre será um Devir, ela demonstra nossa finitude e o quanto somos inacabados. Suponho que Somos o que Será, pois se sabemos que somos, sabemos também, e muito mais, o que ainda não somos. Apartes do Todo. Há partes no Todo. O Todo dá partes. As partes dão Todo.

Gildo  Fonseca.


 

Somos um Pulsar perceptivo entre fluxos de impermanências... (Gildo Fonseca)

 
TUDO QUE SE SOBRESSAI É RARO POR SUA PRÓPRIA ESSÊNCIA
 
Sobre a fumaça e a sujeira da decadência humana há uma humanidade mais clara e mais elevada, que, segundo o número, será uma humanidade pequena - pois tudo o que sobressai é raro por sua própria essência -: pertence-se a essa humanidade não porque se tenha mais talento, mais virtude, mais heroísmo ou mais afeto do que os homens de baixo, mas antes porque se é mais frio, mais claro, mais previdente e mais solitário, porque se suporta, prefere e exige a solidão como felicidade, privilégio e mesmo como condição da existência, porque vive entre nuvens e raios como entre iguais, mas também entre raios de sol, gotas de orvalho, flocos de neve e tudo aquilo que chega necessariamente do alto e, quando se move, move-se eternamente na direção de cima para baixo. As aspirações endereçadas para o alto são as nossas.
 
Nietzsche.