segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Construção e empatia

A partir da nossa tentativa de afirmação, geramos, com palavras, coisas e fatos, dores e prazeres ao delredor, e, na ressonância desse eco, encontramos companhia para o desterro de nossas almas confinadas no isolamento de cada identidade.
Conhecemos a dor e o prazer, pela ausência, ou presença, de nós, nos outros.
A alegria que geramos no outro, é nossa.
A dor que geramos no outro, é nossa.
Nosso é o "outro", assim como do "outro" somos "nós".
Talvez seja esse mais um significado do amor, uma construção perene, conjunta e interativa desses eternos bebês em crescimento contidos em todos nós, chamados de singularidades e que gritam pelo colo que só pode vir de Si mesmo, no outro.
Levantemo-nos e sigamos, em busca de nós, laços e afetos, suaves alentos, entre tantos rebentos... somos todos, só Movimento.
Gildo Fonseca.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O pulsar de cada percepção é como um grão que brota e alimenta o próximo instante da busca de sentidos, o sentido da busca, da busca sentida. A Vida transcende os sabores de fatais impermanências, aquece e embala nossas almas na travessia por tantos oceanos de turbulenta insensatez. Que o Grão germine e que haja mais Luz e Amor, alimentos únicos de nossas almas.

Gildo.Fonseca.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

"Temos constantemente de parir nossos pensamentos de nossa dor e maternalmente transmitir-lhes tudo o que temos em nós de sangue, coração, fogo, prazer, paixão, tormento, consciência, destino, fatalidade. Viver - assim se chama para nós, transmudar constantemente tudo o que nós somos em luz e chama; e também tudo o que nos atinge; não podemos fazer de outro modo."
A Gaia Ciência, Friedrich Nietzsche
Imagem: O Navio Negreiro, William Turner.
Compartilhado de Gigantes da Literatura Universal

Parabéns aos Psicólogos

“Quem trabalha com a fragilidade humana e as manifestações psíquicas primitivas, sabe intuitivamente que alguns estados de mente precisam de acolhimento e ajuda na digestão dos conteúdos. E é só com a verdadeira presença do profissional, desde uma perspectiva psicanalítica, aquele que se submete a análise pessoal, supervisão e formação continuada, o que pode ( quando pode) ajudar na digestão destes conteúdos de ódio, rancor, tantas vezes projetados de forma maciça.
Por vezes alguns bebês fazem ataques invejosos direcionados ( ...) aos seios que o nutrem. Tal e qual alguns adultos que reproduzem este modo de funcionamento primitivo atacando aquilo que é nutritivo por inveja.” Jucely Giacomelli
Como bem lembra Freud:
“Juntamente com as exigências da vida, é o amor o que mais educa.”

quarta-feira, 26 de agosto de 2020


Loucura ou sanidade ???

Em 3 de janeiro de 1889. Friedrich Nietzsche cruza a praça Carlo Alberto e depara-se com um cocheiro que assola com o chicote ao seu cavalo, rendido, exausto, resignado, dobrado no chão. Nietzsche, honestamente doído, ferido no fundo da sua alma, atira-se sobre o cavalo e abraça-o. Pedindo desculpas em nome da humanidade. Alguns historiadores marcam esse fato, como um ato de loucura. Filósofo alemão morre em 25 de agosto de 1900.

Compartilhado de Sociedad de Filosofia Aplicada


HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO...

“De nada espero beleza tanto como de ti que sois forte, seja tua bondade a tua última vitoria sobre ti mesmo”. Nietzsche, Assim Falou Zaratustra.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

"Naquilo que um Espírito se contenta mede-se o tamanho de sua perda". - 

Hegel.
"A afeição na longa ausência se prova". - Camões.
"Todos os meus bens estão comigo." - Sêneca

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Benedito Nunes, inesquecível...

EMBRIAGUE-ME COM TRIVIALIDADES,
POR FAVOR!!!!

Gildo Fonseca.




"O significado da náusea, mais transtornante do que a angústia, não é, porém, a simples descoberta da existência, como fato irredutível, absoluto. É, ao mesmo tempo, a descoberta de que esse fato é contingente, totalmente gratuito, reduzindo-se ao Absurdo que nenhuma razão, nenhum fundamento podem eliminar. Embebida no Absurdo, a consciência descobre-se supérflua, irrelevante e, sua liberdade, paralisada, apenas esboça uma recusa, uma reação de fuga, como nas emoções violentas, que se manifesta então pelo desejo de vomitar: náusea.

Esse aspecto físico de náusea existencial deriva de duas circunstâncias. Primeiro, a existência revelada apresenta-se "in-concreto". É algo latejante e animado na matéria física e nos organismos vegetais ou animais: suas qualidades não são apenas atributos da matérias, mas verdadeiras qualificações ontológicas (as raízes são massas monstruosas e moles etc). Segundo, essa presença sensível, excessiva, saturante, do ser em-si (en-soi), associada à capacidade de proliferação indefinida do orgânico, engurgita a consciência, forçada a experimentar-se não como consciência situada no corpo, mas como floração carnal, tão existente como a carne áspera da raiz penetrando a terra ou a carne mole da cobra que dorme ao sol.

A raíz da árvore, a cobra, o homem, participam da mesma contingência absurda e inumana, do mesmo crepitar da existência indefinida que se propaga de ser a ser, numa vitalidade indiferente aos nossos projetos. Violentada por aquilo que não pode compreender, paralisada em sua liberdade, não podendo negar ou transcender essa revelação do Absurdo, a consciência decai. Enquanto dura a náusea, faz-se carne e organismo, e acumpliciando-se com a existência anônima, experimenta a suprema repugnância pelo mundo. A náusea é o seu modo absurdo de repelir a fascinação do Absurdo que forma o mundo insuportável e repelente ("avenglante indecence").

A náusea, assim descrita, é o momento excepcional, privilegiado, por que passam os personagens de Clarice Lispector nas crises decisivas."

De: Benedito Nunes sobre Sartre, Heidegger e Lispector em Náusea e Angústia.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

segunda-feira, 17 de agosto de 2020



"Serenidade não é frivolidade nem complacência; é a sabedoria e o amor mais elevado, é a confirmação de que toda a realidade se encontra desperta na orla de todos os abismos e profundezas. A serenidade é o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte."

Hermann Hesse

Linda e doce noite...

VOCÊ É A LUZ DE CADA DIA !!!
A noite de cada instante cotidiano permite a luminosa percepção de que você está vivo, brilha e respira, mesmo que haja contrastes dissonantes.
Tenha consciência de que você é uma estrela pulsante, pura luz, fluindo em circunstâncias e impermanências, que ilumina também a si mesma sempre que ama o que percebe.

Gildo Fonseca.

domingo, 16 de agosto de 2020

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

"Se não esperas o inesperado, não o encontrarás". Heráclito.
"Tudo o que amamos profundamente se converte em parte de nós mesmos."

Helen Keller

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Sincronicidades...

Auguste Rodin


Compartilhado de Sculptures and Art
A PRÁTICA MENTAL PODE INTENSIFICAR NOSSO DESEMPENHO...
A imaginação tem tanto poder quanto a realidade, pois se uma pessoa está desempenhando determinada atividade e outra apenas pensando nela, praticamente as mesmas áreas cerebrais são ativadas...
Estudos realizados através de neuroimagem, como a ressonância magnética funcional (fMRI), a tomografia computadorizada com emissão de pósitrons (PET scan), o SPECT (single photon emission computed tomography) e o mapeamento cerebral computadorizado (brain mapping), demonstram que nosso cérebro não diferencia imaginação de realidade.
O simples fato de fazermos um “roteiro mental” de determinadas habilidades que temos que aprimorar, podem intensificar nosso desempenho...
Eu não sou promíscua.
Mas sou caleidoscópica:
fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

Clarice Lispector

"Há uma alegria selvagem em estar vivo. Há uma embriaguez da existência. Cada hora é uma amante para o meu desejo infinito."

Arthur Lundkvist

terça-feira, 11 de agosto de 2020

"Mostra-me um homem que não seja escravo de suas paixões e eu colocarei no centro do meu coração;sim, no coração do meu coração!".

Hamlet - Ato III, Cena 2
Compartilhado de Edilene Torino

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

domingo, 9 de agosto de 2020

Quando era jovem e livre, sonhava em mudar o mundo.
Na maturidade, descobri que o mundo não mudaria.
Então resolvi transformar meu país.
Depois de algum esforço, terminei por entender que isso também era impossível.
No final de meus anos, procurei mudar minha família, mas ela continuou a ser como era.
Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo.
Se tivesse feito isso, teria sido capaz de transformar minha família.
Então, com um pouco de sorte, esta mudança afetaria meu país e — quem sabe — o mundo inteiro. [Epicuro]



Compartilhado de Rita de Cassia Oliveira Lima (em 2012).
“A intensidade assusta, amar assusta, lutar por um amor assusta.
Somos sempre amadores diante do medo.
A sinceridade é quixotesca, é escandalosa, é inoportuna.
Toda declaração é patética. Como as cartas de amor. Como os apelidos entre os amantes. Como as juras no sofá.
Em vez de mostrar a importância do outro, o costume é se esconder.Em vez de abrir nossa vontade de permanecer junto, o costume é dissimular.
Em vez de expor o tamanho de nossa fragilidade, o costume é bancar o forte e intransigente.
Em vez de ouvir, o costume é se refugiar no orgulho.
Somos dependentes da aceitação mais do que do coração.
Não enfrentamos as críticas dos amigos, da família, preocupados com o nosso sofrimento.
Somos educados para a indiferença: o que incomoda precisa ser deixado de lado, o que atrapalha deve ser esquecido.
Insistir já vira chatice. Ninguém aguenta um assunto por muito tempo. Mas isso não é um assunto, é a minha vida.
Queremos merecer um amor mas, de modo algum, sofrer por ele.
Queremos alguém que não desista da gente, mas não oferecemos chance. Como crescer no amor sem superação? Como crescer os olhos sem o invisível?
Como recomeçar os laços sem humildade?
A ideia é se separar e não demonstrar nenhum sentimento? Como?
Ninguém é adulto no sofrimento. Só o cínico.
Ninguém é maduro no sofrimento. Só o insensível.
Vamos errar, beber, exagerar, tropeçar, gritar, explodir durante a ausência e se arrepender aos abraços e lágrimas.
Se ela diz que me ama, não faria sentido virar o rosto, a não ser que seja para receber seu beijo.
Posso não tê-la de volta, mas não terei me perdido e jamais terei desvalorizado sua força em minha vida.
O que pode parecer motivo de pena para mim é coragem.
Reserve a compaixão a quem se entrega para a mentira. Mentir para si é imperdoável."

Fabricio Carpinejar


É UM DEVER CRISTÃO FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM....
VOCÊ ENCARA SEUS "INFERNOS" ???

A DESCIDA AOS INFERNOS -
RITO DE MORTE E VIDA.


Para os gregos, o rito de ingresso dos mortos no Reino Inferior implicava a travessia do rio “Estige” – palavra que significa “ódio” – na barca de Caronte. O barqueiro que exigia uma moeda em troca do transporte. O dinheiro é uma das imagens de valor, de riqueza, de identidade e propriedade do ego. As roupas e insígnias reais arrancadas de Inanna, portanto, assim como a moeda paga a Caronte, nos falam daquilo que temos como sendo nossa auto-imagem, nossa máscara social, os pilares daquilo que entendemos por nossa identidade pessoal. O caráter simbólico da região inferior como espaço de ruptura com a auto-imagem pessoal é tão antigo e tão recorrente que podemos encontrá-lo, por exemplo, na Astrologia. Na visão da Astrologia, o trânsito de Plutão na Carta Natal tende a colocar por terra tudo aquilo que uma pessoa tem como sendo sólido, estável e definitivo. O mesmo se dá para o jogo do Tarot, no qual a tirada da carta da Morte, o Arcano XIII, num jogo indica que o consulente será forçado a abrir mão, a ceder, a mudar, a perder algo, seja uma posição social, um amor ou uma postura diante da vida. Nessas duas práticas divinatórias, a Astrologia e o Tarot, os reinos inferiores da morte expressam a força transformadora da vida que nos cobra movimento. A negação desse processo gera o risco da estagnação, que quase sempre é acompanhado pelo medo sistemático de abrir mão daquilo que parece seguro e confortável.

Angelita Corrêa Scardua
CONTENTO-ME COM POUCO,
MAS DESEJO MUITO.

(Miguel de Cervantes).

sábado, 8 de agosto de 2020

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

terça-feira, 4 de agosto de 2020


No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.
JOSE SARAMAGO

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

"A liberdade ofende!"
"- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então porquê a prisão?
- Porque a liberdade ofende."

Clarice Lispector
In “Um sopro de vida”

Arte by Tara Juneau.

“Quem não muda o Mundo,
o Mundo Molda."

Cezar Goldman



Testar limites é exercício do crescimento, sístole e diástole da consciência, transcendendo enevoados procustos de nossa percepção. A luz pulsa na proporção inversa dos anteparos de nossas sombras, de nossos copos vazios, sempre sendo preenchidos pelos licores do doce néctar do canto de tantas sereias. Embriague-me ó Vida. Faz escuro, mas eu canto. Faz escuro, mas eu cresço.

Gildo Fonseca.