terça-feira, 28 de fevereiro de 2017


Paulada, com madeira de lei....

"Não será, então, nossa principal perversão a crença de que temos a chave para a verdade?" 

Joyce McDougali, 1995.





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Compartilhado do FB, página de Rita de Cassia Antunes

domingo, 19 de fevereiro de 2017

“Minha avó era uma pessoa maravilhosa. Ela ensinou-me a jogar Banco Imobiliário. Ela entendia que o objetivo do jogo era comprar. Ela acumulava tudo o que podia e sempre acabava dominando o tabuleiro. E depois ela sempre dizia a mesma coisa. Ela olhava pra mim e dizia: "um dia você vai aprender a jogar o jogo".
Num verão, eu joguei Banco Imobiliário quase todos os dias, o dia inteiro, e então aprendi a jogar o jogo. Compreendi que a única forma de ganhar é estar totalmente comprometido com a aquisição. Aprendi que o dinheiro e as posses são as formas de continuar pontuando.
Ao final daquele verão, tornei-me mais impiedoso que minha avó. Estava pronto para cumprir aquelas regras, e ganhar o jogo.
Naquele outono, sentei-me para jogar com ela. E tomei tudo que ela tinha. Eu a observei entregar seu ultimo dólar e desistir em completa derrota.
Mas percebi que ela tinha algo a mais para me ensinar. Ela disse: "agora tudo volta para a caixa". Todas aquelas casas e hotéis. Todas as ferrovias e empresas de serviços públicos. Todas as propriedades e todo esse dinheiro maravilhosos. Agora tudo volta para a caixa...
Nada disso era realmente seu. Você se empolgou com isso por algum tempo. Mas tudo já estava aqui muito antes de você se sentar à mesa. E continuará aqui depois de você ir embora - jogadores vem e vão...
Casas e carros... Títulos e roupas...até o seu corpo.
Porque o fato é que tudo que eu pego, consumo e guardo voltará para a caixa. E irei perder tudo.
Então você precisa perguntar a si mesmo: e quando finalmente eu receber a melhor promoção? E quando fizer a melhor compra, e quando comprar a melhor casa, e quando tiver a segurança financeira e tiver subido a escada do sucesso até o degrau mais alto que você alcançar? E quando a emoção acabar? (e ela vai acabar...) E depois?
Quão longe você precisa seguir nessa estrada ate perceber aonde ela leva? Certamente você entende que nunca será o bastante.
Portanto, você precisa perguntar a si mesmo: o que importa?”
Texto apresentado em "Zeitgeist: moving forward", documentário produzido por Peter Joseph.

Texto compartilhado do FB, página de Ponto e Vírgula - Pausa para Saltar



Se o mundo externo não possui unidade por si só, mas é uma criação do homem para suportar o infinito devir da existência, o mesmo deve ser aplicado ao homem! Sim, a multiplicidade de forças do mundo é a mesma pluralidade de forças internas que move o ser humano, e os dois não constituem nada mais que uma unidade transitória, um rio no qual temos a ilusão de entrarmos duas vezes. O corpo é um ponto de incidência de vários impulsos! A multiplicidade de quereres não permite pensar em um indivíduo.

Quem desejar ler este texto maravilhoso, completo, pode entrar no link: https://razaoinadequada.com/2013/01/23/nietzsche-e-as-possibilidades-da-alma/


Fragmento do texto de Rafael Trindade. Texto e imagem compartilhados do FB página de Razão Inadequada.

sábado, 11 de fevereiro de 2017



INVICTUS - Poema de William Ernst


INVICTUS - Poema de William Ernest

"Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Eu agradeço aos Deuses que existem
por minha alma indomável
Nas garras cruéis da circunstância,
Eu não tremo, ou me desespero
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra, mas não se curva
Além deste lugar de raiva e choro
Paira somente o horror da sombra
E ainda assim, a ameaça do tempo vai me encontrar
e deve me achar, destemido,
não importa se o portão é estreito
não importa o tamanho do castigo
eu sou o dono do meu destino
eu sou o capitão de minha alma"


Ser, Verbo Intransitivo

Mutabilidades, à simetria das grandes galaxias espiraladas do universo, são graus do "Grande Arco", também espiralado, soma dos transitórios da vida que, completado, perceptivamente, leva a "Nós" mesmos, seja lá "isso" o que for que possamos encontrar. Parafraseando Nietzsche: "Torna-Te Quem És". A Essência, Imutabilidade Absoluta e Infinita, possui polaridade magnética oposta a das partículas mutáveis, finitas, transitórias e relativas. No viés, dentro dessas duas forças opostas, pelo atrito experimental dos contrastes, alimenta-se nossa Consciência, no êxtase cósmico do próprio reencontro, do nosso próprio Existir. E assim, Somos. Cada Percepção, consciente, é um Orgasmo Cósmico onde a Criação se multiplica em Luz trazendo sangue de Vida nas veias de nossas almas.

Gildo Fonseca.
"I AM THAT", o livro.
"Nada que você faça mudará a si mesmo, pois você não precisa de nenhuma mudança. Você pode mudar sua mente ou seu corpo, mas isso é sempre algo externo a você que foi mudado, não você mesmo.
Por que se importar com toda essa história de mudança? Realize de uma vez por todas que nem seu corpo, nem sua mente e nem mesmo sua consciência é você e mantenha-se de pé sozinho em sua verdadeira natureza além da consciência e inconsciência. Nenhum esforço pode levá-lo lá, somente a clareza do entendimento. Não tente reformar a si mesmo, simplesmente veja a futilidade de toda mudança.
O mutável mantem-se em mutação enquanto o imutável espera. Não espere que o mutável o leve ao imutável – isso jamais acontecerá. Somente quando a própria idéia de mudança é vista como falsa e abandonada, o imutável pode surgir".

- Nisargadatta Maharaj.

Compartilhado do FB página de Escola da Consciência.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Nietzsche - Anelos

DO GRANDE ANELO

“Alma minha, ensinei-te a dizer “hoje”, como “um dia” e “noutro tempo” e a passar dançando por cima de tudo aqui, acolá e além.


Alma minha, livrei-te de todos os recantos; afastei de ti o pó, as aranhas e a obscuridade.

Alma minha, lavei-te do mesquinho pudor e da virtude meticulosa, e habituei-te a estar nua ante os olhos do sol.
Com a tempestade que se chama “espírito” soprei sobre o teu mar revolto e expulsei dele todas as nuvens e até estrangulei o estrangulador que se chama “pecado”.

Alma minha, dei-te o direito de dizer “não” como a tempestade, e de dizer “sim” como o céu límpido: agora estás serena como a luz e passas através das tempestades.

Alma minha, restituí-te a liberdade sobre o que está criado e por criar; e quem como tu conhece a volutuosidade do futuro?

Alma minha, ensinei-te o desprezo que não vem como o caruncho, o grande desprezo amante que onde mais despreza mais ama.

Alma minha, ensinei-te a persuadir de tal modo; que as próprias coisas se te rendem: tal como o sol que persuade o próprio mar a erguer-se à sua altura.

Alma minha, afastei de ti toda a obediência, toda a genuflexão e todo o servilismo; eu mesmo te dei o nome de “trégua de misérias” e de “destino”.

Alma minha, dei-te nomes novos e vistosos brinquedos, chamei-te “destino” e “circunferência das circunferências”, e “centro do tempo” e “abóbada cerúlea”.

Alma minha, dei a beber ao teu domínio terrestre toda a sabedoria, já os vinhos novos, já os mais raros e fortes da sabedoria, os de tempo imemorial.

Alma minha, derramei em ti todo o sol e toda a noite, todos os silêncios e todos os anelos: cresceste então para mim como uma vida.

Alma minha, agora estás aí, repleta e pesada, como vide de cheios úberes, de dourados cachos exuberantes; exuberante e oprimida de ventura, esperando entre a abundância e envergonhada da sua expectação.

Alma minha, agora já não há em parte alguma alma mais amante, mais ampla e compreensiva! Onde estariam o futuro e o passado mais perto um do outro do que em ti?

Alma minha, dei-te tudo, por ti esvaziei as mãos... e agora! Agora dizes-me sorrindo, cheia de melancolia: “Qual de nós dois deve agradecer?”
Não é o doador que deve estar agradecido àquele que houve por bem aceitar?
Não será uma necessidade o dar? Não será... pena aceitar?

Alma minha, compreendo o sorriso da tua melancolia: a tua exuberância estende agora as mãos anelantes!
A tua plenitude dirige os seus olhares aos mares rugidores, busca e aguarda: o desejo infinito da plenitude lança um olhar através do céu sorridente dos teus olhos!
E na verdade, alma minha, quem te veria o sorriso sem se desfazer em lágrimas?
Os próprios anjos prorrompem em pranto vendo a excessiva bondade do teu sorriso.

A tua bondade, a tua bondade demasiado grande, não se quer lastimar nem chorar, e, contudo, alma minha, o teu sorriso deseja as lágrimas, e a tua trêmula boca os soluços.
“Não será todo o pranto uma queixa, e toda a queixa uma acusação?” Assim dizes contigo, e por isso preferes sorrir, alma minha, a derramar a tua pena, a derramar em torrentes de lágrimas toda a pena que te causa a tua plenitude e toda a ansiedade que faz que a vinha suspire pelo vindimador e pelo podão do vindimador.

Se não queres chorar, porém, chorar até o fim a tua purpúrea melancolia, precisas cantar, alma minha. — Já vês: eu, que predico isto, eu mesmo sorrio. — Precisas cantar com voz dolente, até os mares ficarem silenciosos para escutar o teu grande anelo.
Até que em anelantes e silenciosos mares se balouce o barco, a dourada maravilha, em torno de cujo ouro se agitam todas as coisas boas, más e maravilhosas, e muitos animais grandes e pequenos, e tudo quanto possui pernas leves e maravilhosas para poder correr por caminhos de violetas até à áurea maravilha, até à barca voluntária e até ao seu dono.

Ele é, porém, o grande vindimador que espera com a sua podadeira de diamante, o teu grande libertador, alma minha, o inefável... para quem só os cantos do futuro sabem encontrar nomes. E na verdade, já o teu hálito tem o perfume dos cantos do futuro, já ardes e sonhas, já a tua sede bebe em todos os poços consoladores de graves ecos, já a tua melancolia descansa na beatitude dos cantos do futuro!

Alma minha, dei-te tudo, até o meu último bem, e as minhas mãos por ti se esvaziaram: ter-te dito que cantasses foi o meu último dom.

Disse-te que cantasses. Fala, portanto, fala: qual de nós dois deve agora agradecer? Mas não; canta para mim, canta, alma minha! E deixa-me agradecer-te!”

Assim falava Zaratustra.

NIETZSCHE, Freidrich Wilhelm. Assim falava Zaratustra. Disponivel em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/zara.html#63

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017