quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Carlos Drumond de Andrade nascia há 117 anos hoje:

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."



"Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim." (Freud)



Como dizia Quintana:

"Eu não tenho paredes,
só tenho horizontes".

Feliz Dia dos Homens, mais conhecido como Dia de Todos os Santos.

Doçuras ou travessuras ???


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

"Ao inesperado os Deuses sempre abrem passagem." Euripedes

terça-feira, 29 de outubro de 2019


Na infância desde cedo a criança fica fascinada por estórias, fica seduzida pelos mistérios que guardam as palavras, o tom afetivo, o suspense, o lidar com o começo o meio e fim das estórias. Aos poucos reproduzem o que ouviram, ficam curiosas, e vão discriminando entre o real e o imaginário, a ficção e a realidade. Contar estórias é um exercício e estímulo ao imaginário infantil, é investimento afetivo.
"Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave?” Drummond


Fotografia- Uma super biblioteca.

Texto e imagem compartilhados do FB, pg. Psicanálise, poesia, literatura, fotografia e abstrações.
“Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia...

“Se eu falar eu te perderei?”
Clarice Lispector
QUE NOS SURPREENDA O DEVIR DA CONSCIÊNCIA EM TRÂNSITO!!!
Me parece trágico precisarmos codificar cada nova criação a partir de conhecimentos do passado, ou seja, amarrarmos à cultura transitiva dos, agora possíveis, todo novo impossível, superado a cada nova escolha do nosso existir, tornando cada criação vinda do futuro dimensionada por um procusto de passado, em nosso presente, a codificar novas possibilidades, ofuscando o brilho e a identidade desse novo, jogando o risco de toda nova aventura ou percepção na vala comum de tudo o que passa a ser, a cada instante, conhecido. Então, pra quê? Gildo Fonseca.


Sou como você me vê...posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,depende de quando e como você me vê passar...suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras, sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calma e perdoo logo.
Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre...Tenho felicidade o bastante para ser doce,dificuldades para ser forte,tristeza para ser humana e esperança suficiente para ser feliz. Não me deem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...Sou uma filha da natureza:quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser...a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Clarice Lispector

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

domingo, 27 de outubro de 2019




“São as boas pessoas que fazem os bons lugares.”
Anna Sewell, escritora inglesa (1820-1878).
Fotografia- Residência de Anna Sewell





Texto e imagem compartilhados do FB, pg. Psicanálise, poesia, literatura, fotografia e abstrações.




Hoje, perguntei a uma criança: o que você vai ser quando crescer? E ela, com toda singeleza do mundo me respondeu: maior do que eu sou agora. Que bela é a lucidez da alma. Estamos todos em eterno crescimento, nas experiências, nos julgamentos, nas percepções. O que seremos quando crescermos? Com certeza maiores do que somos agora. Sempre.

Gildo Fonseca.

sábado, 26 de outubro de 2019

LEITURA DA ALMA,
LEITURA DO CORPO,
LEITURA DE SI MESMO,
LEITURA DÁ VIDA !!!

LEITURA, UM JOGO DAS PALAVRAS.

A palavra leitura vem do latim, "legere", significando "percepção das letras". A expressão também latina "legere oculis" significa lindamente "colher com os olhos". Essa leitura do "colher com os olhos", tem associação com a raiz "leite". Suponho ser uma boa leitura percebermos que somos nutridos a cada circunstância com singulares colheres desse inefável e subjacente leite cotidiano que alenta e acalenta o doce colher da Vida em todas as suas variáveis. Gildo Fonseca.
A imagem foi compartilhada da Revista Bula.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

"Delicadeza nas palavras gera Confiança.

Delicadeza no pensamento gera profundidade. 


Delicadeza no doar-se, gera Amor."


Lao-Tsé


Como dizia Borges:

"O que é o inferno senão uma ameaça e o céu senão um suborno?"
Nunca acendas um fogo que não possas apagar.

Provérbio chinês

Eu tenho uma espécie de dever,
dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco,
cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis.
[Fernando Pessoa]


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

"Agora que o dia me deixou exausto
Deve o meu anseio mais fausto
Receber amável a noite estrelada
Como se fosse uma criança cansada".
Herman Hesse
A responsabilidade da tolerância está com os que têm a visão mais ampla. George Eliot.



"Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente."
Martha Medeiros

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Tudo o que existe são ondas de vibração vindo em nossa direção.

Somos 99.999 % espaço, vivendo entre a intersecção de espasmos, que
nos parecem estar simulando o truque da matéria.


Não pode haver separação. Todas as partículas são parte uma das outras, Esta é a realidade. 
Tudo que você vê, sente e ouve é uma ilusão dos sentidos.

Tudo o que resta é o reconhecimento do Um.

Benedito Nunes, direto na jugular...

EMBRIAGUE-ME, POR FAVOR!!!!
"O significado da náusea, mais transtornante do que a angústia, não é, porém, a simples descoberta da existência, como fato irredutível, absoluto. É, ao mesmo tempo, a descoberta de que esse fato é contingente, totalmente gratuito, reduzindo-se ao Absurdo que nenhuma razão, nenhum fundamento podem eliminar. Embebida no Absurdo, a consciência descobre-se supérflua, irrelevante e, sua liberdade, paralisada, apenas esboça uma recusa, uma reação de fuga, como nas emoções violentas, que se manifesta então pelo desejo de vomitar: náusea.
Esse aspecto físico de náusea existencial deriva de duas circunstâncias. Primeiro, a existência revelada apresenta-se "in-concreto". É algo latejante e animado na matéria física e nos organismos vegetais ou animais: suas qualidades não são apenas atributos da matérias, mas verdadeiras qualificações ontológicas (as raízes são massas monstruosas e moles etc). Segundo, essa presença sensível, excessiva, saturante, do ser em-si (en-soi), associada à capacidade de proliferação indefinida do orgânico, engurgita a consciência, forçada a experimentar-se não como consciência situada no corpo, mas como floração carnal, tão existente como a carne áspera da raiz penetrando a terra ou a carne mole da cobra que dorme ao sol.
A raíz da árvore, a cobra, o homem, participam da mesma contingência absurda e inumana, do mesmo crepitar da existência indefinida que se propaga de ser a ser, numa vitalidade indiferente aos nossos projetos. Violentada por aquilo que não pode compreender, paralisada em sua liberdade, não podendo negar ou transcender essa revelação do Absurdo, a consciência decai. Enquanto dura a náusea, faz-se carne e organismo, e acumpliciando-se com a existência anônima, experimenta a suprema repugnância pelo mundo. A náusea é o seu modo absurdo de repelir a fascinação do Absurdo que forma o mundo insuportável e repelente ("avenglante indecence").
A náusea, assim descrita, é o momento excepcional, privilegiado, por que passam os personagens de Clarice Lispector nas crises decisivas."
De: Benedito Nunes sobre Sartre, Heidegger e Lispector em Náusea e Angústia.
As palavras voam... E as vezes pousam. 

Cecilia Meireles.



PERCEPÇÕES

Um adorável questionamento recente de uma  querida Amiga sobre minha visão da Consciência, exige longas considerações mas, vou tentar  resumir minha leitura com dois fragmentos do adorável Benedito Nunes, na obra onde ele mergulha nas relações entre os personagens de diversas obras de Clarice Lispector, da "Náusea" de Sartre e de "O Ser e o Nada" de Heidegger:

"É a vertigem da Consciência, como ser precário e que cria, devido a sua própria carência, através das possibilidades que projeto no mundo, o sentido da existência".
e

"A angústia me desnuda, ao reduzir-me aquilo que sou: uma consciência indigente, a quem coube a maldição e o privilégio da liberdade. Transpondo-me ao extremo de minhas possibilidades, revela-me a grandeza em razão da liberdade e da miséria do homem - grandeza em razão da liberdade e miséria porque, tudo podendo ser-nos imputado, a nossa responsabilidade é absoluta. Vivemos, afinal, num mundo puramente humano onde a única transcendência deriva da Consciência".

Quando sou questionado sobre Consciência, é essa percepção, equidistante, sob o atroz verdugo das próprias possibilidades latentes, onde a inexorável criação dos fantasmas do tempo e instantes seguintes impera, matando com a subsequência de tantas transitórias "verdades" de todo devir, quaisquer certezas, é que flui, volátil, o que eu "Gildo", ouso chamar de Consciência.

A nominação e qualificação dimensional de toda percepção se dá na intersecção de sensações culturais afins, onde vivemos e nos deliciamos ou sofremos nesse mundo onírico do nosso existir, com todas as suas pretensas certezas e leis.

Como condenados à danação pela sobreposição de tantas incertezas subsequentes às pretensas verdades de todo agora, tomamos "consciência" da nossa embriaguez existencial, visto que, toda percepção sempre será relativa pois, se somos "um ponto de um plano ou de uma reta", também somos o plano, onde estão contidos, a reta e o ponto. Na interconexão entre a percepção do infinitesimal com o infinito, manifesta-se a luz que permite o nosso "olhar", em qualquer direção pois Somos apenas Possibilidades latentes no Processo contínuo do "existir".
O "Penso logo existo" Descartiano, pressupõe saber (...) o que é pensar e o que é existir para cada um, pois são "entes" nominados por um processo cultural onde adamicamente estamos inseridos e de onde tentamos, desesperadamente, desde o início da "civilização' tirar respostas que nunca terão efeito definitivo eis que foram trazidas à "superfície' num determinado tempo-espaço do relativo processo existencial e onde, paradoxalmente, a própria resposta é avassaladora pela singularidade superior de uma nova resposta, mais abrangente, do tempo-espaço seguinte.
Nunca poderemos saber quem realmente somos, enquanto partes, pois "estamos", dinâmica e absolutamente relativos dentro de uma relatividade absoluta.
Seria cômico se não fosse trágico...

Gildo Fonseca

sábado, 19 de outubro de 2019


Espaço curvo e finito
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
José Saramago, em "Os poemas possíveis".

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

No caleidoscópio perceptivo, toda Singularidade é Plural e toda Pluralidade é Singular.

Gildo Fonseca.

Volatilidades. Amizade Estelar. Saudades.

Nós éramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro. Mas está bem que seja assim, e não vamos nos ocultar e obscurecer isto, como se fosse motivo de vergonha. Somos dois barcos que possuem, cada qual, seu objetivo e seu caminho; podemos nos cruzar e celebrar juntos uma festa, como já fizemos — e os bons navios ficaram placidamente no mesmo porto e sob o mesmo sol, parecendo haver chegado a seu destino e ter tido um só destino. Mas então a todo-poderosa força de nossa missão nos afastou novamente, em direção a mares e quadrantes diversos, e talvez nunca mais nos vejamos de novo — ou talvez nos vejamos, sim, mas sem nos reconhecermos: os diferentes mares e sóis nos modificaram! Que tenhamos de nos tornar estranhos um para o outro é a lei acima de nós: justamente por isso devemos nos tornar também mais veneráveis um para o outro! Justamente por isso deve-se tornar mais sagrado o pensamento de nossa antiga amizade! Existe provavelmente uma enorme curva invisível, uma órbita estelar em que nossas tão diversas trilhas e metas estejam incluídas como pequenos trajetos — elevemo-nos a esse pensamento! Mas nossa vida é muito breve e nossa vista muito fraca para podermos ser mais que amigos no sentido dessa elevada possibilidade. — E assim vamos crer em nossa amizade estelar, ainda que tenhamos de ser inimigos na Terra.


NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. In A Gaia Ciência – aforismo 279. Editora Companhia das Letras, 2011.
Obra de arte de René Magritte.

Texto e imagem compartilhados de Literatus (FB).
Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais difícil operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar emanharados, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos, e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.

José Saramago em: "O Caderno"

"Criar para si um corpo sem órgãos, encontrar seu corpo sem órgãos é a maneira de escapar ao juízo. Já era esse o projeto de Nietzsche: definir o corpo do devir, em intensidade, como poder de afetar e ser afetado, isto é, Vontade de potência. E se à primeira vista parece que Kafka não participa dessa corrente, nem por isso sua obra deixa de fazer coexistir dois mundos ou dois corpos, fazendo-os reagir um sobre o outro e passar um no outro: um corpo do juízo com sua organização, seus seguimentos ( contiguidade dos escritórios), suas diferenciações ( oficiais,advogados, juízes...), suas hierarquias ( tipos de juízes, de funcionários); mas também um corpo de justiça em que se desfazem os seguimentos, se perdem as diferenciações e se embaralham as hierarquias, preservando-as apenas as intensidades que compõem zonas incertas e as percorrem a toda velocidade, onde enfrentam poderes, sobre esse corpo anarquista devolvido a si mesmo ( ' a justiça nada quer de ti, ela te agarra quando vens e te solta quando vais embora...')."

Deleuze, Crítica e Clínica

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

“Ao tocar uma alma humana lembre-se de ser cuidadoso, generoso, amoroso. Ao tocar outra alma humana lembre-se do cuidado com a delicadeza no olhar, na palavra e no acolhimento.”

O vídeo do link abaixo tem uma história emocionante.


https://www.facebook.com/psicanalise.literatura.poesia.fotografia.abstracoe/videos/1447289895418914/?t=3

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Afinidades

Não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, a distância, as impossibilidades.

Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação,o diálogo, a conversa,o afeto no exato ponto de onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real,do subjetivo sobre o objetivo,do permanente sobre o passageiro,do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro,mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar.Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas.

AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.
AFINIDADE é sentir com...Nem sentir contra, nem sentir para... Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilômetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar...
AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais!

 Artur da Távola


domingo, 13 de outubro de 2019