quarta-feira, 27 de setembro de 2023

“A minha vida, a mais verdadeira, é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique.”
 
Clarice Lispector, no livro 'A Hora da Estrela'.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Falcão, um coração de ouro, uma admiração por toda a eternidade...

POR TODA ETERNIDADE
Porto Alegre, 1983 -







O Hotel Majestic colocou Mário Quintana no olho da rua.
A miséria havia chegado absoluta ao universo do poeta.
Mário não se casou e não tinha filhos.
Estava só, falido, desesperançoso e sem ter para onde ir.
O porteiro do hotel, jogou na calçada um agasalho de Mário, que tinha ficado no quarto, e disse com frieza: - Toma, velho!
Derrotado, recitou ao porteiro: - A poesia não se entrega a quem a define.
Mário estava só.
Absolutamente só.
Onde estavam os passarinhos?
A sarjeta aguardava o ancião. Alguém como Mário Quintana jogado à própria sorte!
Paulo Roberto Falcão, que jogava na Roma, à época, estava de férias em sua cidade natal e soube do acontecido.
Imediatamente se dirigiu ao hotel e observou aquela cena absurda. Triste, Mário chorava.
O craque estacionou seu carro, caminhou até o poeta e indagou: - Sr. Quintana, o que está acontecendo?
Mário ergueu os olhos e enxugou as lágrimas - daquelas que insistem em povoar os olhos dos poetas - e, reconhecendo o craque, lhe disse: - Quisera não fossem lágrimas, quisera eu não fosse um poeta, quisera ouvisse os conselhos de minha mãe e fosse engenheiro, médico, professor. Ninguém vive de comer poesia.
Mário explicou a Falcão que todo seu dinheiro acabara, que tudo o que possuía não era suficiente para pagar sequer uma diária do hotel.
Seus bens se resumiam apenas às malas depositadas na calçada.
De súbito, Falcão colocou a bagagem em seu carro, no mais completo silêncio.
E, em silencio, abriu a porta para Mario e o convidou a sentar-se no banco do carona.
Manobrou e estacionou na garagem de um outro hotel, o pomposo Royal.
Desceu as malas.
Chamou o gerente e lhe disse: - O Sr. Quintana agora é meu hóspede!
Por quanto tempo, Sr. Falcão? - indagou o funcionário.
O jogador observou o olhar tímido e surpreso do poeta e, enquanto o abraçava, comovido, respondeu: - POR TODA ETERNIDADE.
O Hotel Royal pertencia ao jogador! O poeta faleceu em 1994.

Por isso sou fã desse ex jogador!! POR TODA ETERNIDADE✔️


 


 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

"Liberdade é ter a autonomia de escolher quais sentimentos devem me habitar."  Erick Tozzo

domingo, 24 de setembro de 2023

"Toda sombra também tem o seu dizer, sua "palavra" incipiente. Cada Palavra é uma Luz, paradoxalmente sombreada, prismada e multifacetada pelos espelhos de seus próprios heterônimos, possibilidades e contradições. Somos todos Sombras da Luz, reluzindo pela fricção dialética entre nossas contrapartes, cristalizando Identidades conscienciais intersectivas, criando Experiências, Caminhos e Realidades que vão sendo absorvidos pelos Buracos Negros da sempre transcendente, fugidia e dinâmica Lucidez, rumo a outras dimensões perceptivas de nós mesmos. Gildo Fonseca.

O escuro da(á) noite espera que reflexões iluminem nossas percepções do que pode ser visível, para corpo, para a alma, para a razão, para o coração. 

Gildo Fonseca.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Todo amanhecer é impetuoso, desafi a dor e nos "cobra" a Liberdade !!!

Gildo Fonseca

 

“O inconsciente de um ser humano pode reagir ao de outro sem passar pelo consciente.”

Sigmund Freud
 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

VOLATILIDADES, IMPERMANÊNCIAS, MEDIDAS E PRETENSÕES.

O SABOR DE SABER DÁ SABER ?
O Existir, esse inexorável movimento libertário, transgressor, perceptivo, embriaga-se em um cálice com pluralidade líquida, de doce ou amargo sabor a depender do "valor" dado a cada singular, pretensioso, fugaz, volátil e vaporoso "saber".

Gildo Fonseca.

"Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores." Adelia Prado

sábado, 16 de setembro de 2023

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Olhares espiralados...

"Eu me pergunto: se eu olhar a escuridão com uma lente, verei mais que a escuridão? A lente não devassa a escuridão, apenas a revela ainda mais. E se eu olhar a claridade com uma lente, com um choque verei apenas a claridade maior. Enxerguei mas estou tão cega quanto antes porque enxerguei um triângulo incompreensível. A menos que eu também me transforme no triângulo que reconhecerá no incompreensível triângulo a minha própria fonte e repetição.

(LISPECTOR, A PAIXÃO SEGUNDO GH, 1998, p. 22)

sábado, 2 de setembro de 2023

Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelos caminhos.  Clarice Lispector

Até onde conseguimos discernir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência.
 
Carl Jung