sexta-feira, 30 de outubro de 2020

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

No caleidoscópio perceptivo, toda Singularidade é Plural e toda Pluralidade é Singular.

Gildo Fonseca.
 


 

 PERCEPÇÕES

Um adorável questionamento recente de minha querida Amiga Edilene Torino, sobre minha visão da Consciência, exige longas considerações mas, vou tentar, resumir minha leitura com dois fragmentos do adorável Benedito Nunes, na obra onde ele mergulha nas relações entre os personagens de diversas obras de Clarice Lispector, da "Náusea" de Sartre e de "O Ser e o Nada" de Heidegger:
"É a vertigem da Consciência, como ser precário e que cria, devido a sua própria carência, através das possibilidades que projeto no mundo, o sentido da existência".
e
"A angústia me desnuda, ao reduzir-me aquilo que sou: uma consciência indigente, a quem coube a maldição e o privilégio da liberdade. Transpondo-me ao extremo de minhas possibilidades, revela-me a grandeza em razão da liberdade e da miséria do homem - grandeza em razão da liberdade e miséria porque, tudo podendo ser-nos imputado, a nossa responsabilidade é absoluta. Vivemos, afinal, num mundo puramente humano onde a única transcendência deriva da Consciência".
Quando você querida Edilene me questiona sobre Consciência, é essa percepção, equidistante, sob o atroz verdugo das próprias possibilidades latentes, onde a inexorável criação dos fantasmas do tempo e instantes seguintes impera, matando com a subsequência de tantas transitórias "verdades" de todo devir, quaisquer certezas, é que flui, volátil, o que eu Gildo, ouso chamar de Consciência.
A nominação e qualificação dimensional de toda percepção se dá na intersecção de sensações culturais afins, onde vivemos e nos deliciamos ou sofremos nesse mundo onírico do nosso existir, com todas as suas pretensas certezas e leis.
Como condenados à danação pela sobreposição de tantas incertezas subsequentes às pretensas verdades de todo agora, tomamos "consciência" da nossa embriaguez existencial, visto que, toda percepção sempre será relativa pois, se somos "um ponto de um plano ou de uma reta", também somos o plano, onde estão contidos, a reta e o ponto. Na interconexão entre a percepção do infinitesimal com o infinito, manifesta-se a luz que permite o nosso "olhar", em qualquer direção pois Somos apenas Possibilidades latentes no Processo contínuo do "existir".
O "Penso logo existo" Descartiano, pressupõe saber (...) o que é pensar e o que é existir para cada um, pois são "entes" nominados por um processo cultural onde adamicamente estamos inseridos e de onde tentamos, desesperadamente, desde o início da "civilização' tirar respostas que nunca terão efeito definitivo eis que foram trazidas à "superfície' num determinado tempo-espaço do relativo processo existencial e onde, paradoxalmente, a própria resposta é avassaladora pela singularidade superior de uma nova resposta, mais abrangente, do tempo-espaço seguinte.
Nunca poderemos saber quem realmente somos, enquanto partes, pois "estamos", dinâmica e absolutamente relativos dentro de uma relatividade absoluta.
Seria cômico se não fosse trágico...

Gildo Fonseca.


 

LEITURA DA ALMA,
LEITURA DO CORPO,
LEITURA DE SI MESMO,
LEITURA DÁ VIDA.

LEITURA, UM JOGO DAS PALAVRAS !!!
A palavra leitura vem do latim, "legere", significando "percepção das letras". A expressão também latina "legere oculis" significa lindamente "colher com os olhos". Essa leitura do "colher com os olhos" tem associação com a raiz "leite". Suponho ser uma boa leitura percebermos que somos nutridos a cada circunstância com singulares colheres desse inefável e subjacente leite cotidiano que alenta e acalenta o doce colher da Vida em todas as suas variáveis. Gildo Fonseca.

A foto (o quadro sobre a lei) foi compartilhada da Revista Bula.

 "O futuro tem muitos nomes.

Para os fracos, é o inatingível.

Para os temerosos, o desconhecido.

Para os valentes, a oportunidade."

Victor Hugo


 


"Não há longa noite que não encontre um dia." 

Shakespeare


 

terça-feira, 27 de outubro de 2020


A responsabilidade da tolerância está com os que têm a visão mais ampla. George Eliot.

Imagem: grupo de corujas da neve Boundary Bay, BC.

Edward Eastlin #Cummings, assinava e.e. cummings (em caixa baixa). Nasceu em 14 de outubro de 1894, Massachusetts. Estudou em Harvard, de 1911 a 1915, especializando-se em literatura grega. Voluntário na 1ª Grande Guerra, foi preso por engano e enviado a um campo de concentração (La Ferté Macé), em Orne, ficando ali três meses. The Enormous Room, publicado em 1922, são suas memórias do cárcere" em prosa não-convencional; segundo Hemingway, "um clássico". "uma obra que não se parece com nenhuma outra". Até o dia de sua morte, 3 de setembro de 1962, e.e. cummings dedicou-se a poesia. - Livros & Blog


 


Hoje, perguntei a uma criança: o que você vai ser quando crescer? E ela, com toda singeleza do mundo me respondeu: maior do que eu sou agora. Que bela é a lucidez da alma. Estamos todos em eterno crescimento, nas experiências, nos julgamentos, nas percepções. O que seremos quando crescermos? Com certeza maiores do que somos agora. Sempre.

Gildo Fonseca.
 

“Só há felicidade se não exigirmos nada do amanhã e aceitarmos do hoje, com gratidão, o que nos trouxer. A hora mágica chega sempre.”

Hermann Hesse
 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

"Nunca aceite seus medos como conselheiros."

General George Patton
 


 


Dentre as inúmeras ilusões às quais podemos recorrer para amenizar ou buscar curar nossas dores, o desejo infantil de ser protegido e cuidado permanece a maior de suas fontes. É esse um desejo que, embora parta da necessidade de ser amado, desejado, cuidado, não deixa de passar pelo risco do desejo de ser exclusivo, escolhido, à despeito de outros. Na busca por um amor que se queira incondicional, podemos fomentar a negação da nossa condição humana de base: aquela que nos afirma, sem cessar, como seres necessitados uns dos outros. A criança que habita em nós precisa de amor. Tanto que, para consegui-lo, pode vir a vestir-se com as máscaras que ela crê serem necessárias para garantir esse amor. É assim que, desamparada, a criança que habita em nós se esquece de si, se esquece de suas dores. Olhos fixados que estão, apenas, na ilusão de um amor incondicional. As guerras tem em si as mesmas razões. (Evelin Pestana, psicanalista, São Paulo/Brasil) Ilustração: Michael Cheval

segunda-feira, 12 de outubro de 2020


Há que sentar-se na beira

do poço da sombra

e pescar luz caída

com paciência."

Pablo Neruda



Comp. de Pablo Neruda -
Poemas da Alma

domingo, 11 de outubro de 2020

 "Não basta morrer para conhecer o sorriso de Deus – mesmo que, como foi o meu caso, se tenha vivido abismada nele uma vida inteira. Quando o pior acontecia, aquele sorriso descia às minhas trevas com um soluço de baloiço, um gingar de gonzos arrancado às cordas da infância. Eu sentava-me nele e subia, balouçando, até à luz."

Fragmento de Inês Pedrosa em "Fazes-Me Falta".

Quem pode, verdadeiramente, afirmar que está "dormindo" ou "acordado" ??? Porquê? Para quê ???

Para quem ????

A Consciência é um ponto do plano onde se bordam nossas percepções no quintal do Todo.

Gildo Fonseca

Amada Lispector













"Eu sou uma pergunta de certo.
Uma pergunta que não deseja ser respondida.
Que também não se contenta com as respostas.
Porque acha tudo um tanto quanto relativo.
Meus braços são por demais pequenos para o mundo que eu quero abraçar.
E meu coração é por demais tortuoso para não causar espanto.
Quero tudo!
Agora!"

 

Sentindo a falta de sentidos...













Essa frase, tão forte, da Isabel, me faz refletir. Através de tantos ruídos buscamos, às apalpadelas, encontrar essa Voz do Silêncio, oculta nos interstícios das formas, no fractalismo das expressões, nas nuances das percepções, entre as fossas abissais de pretensas e desesperadoras interações, simulacros de luminosos ancoradouros a nortear nossa perene embriaguez pretensamente consciencial. De cada Ato, criados. Criamos a cada Ato, em cada relação, a "Vida", mas ela, como nós, já nasce, instantaneamente, em letargia, pois pulsa e "respira" sua própria falta de sentido. A nós, foi confiada a tarefa do Autor, do auto preenchimento, da auto criação, do auto existir, do auto entendimento, mesmo que não saibamos porquê, e pra quê, devemos fazer isso... non sense, non sense.... E terno tentar descobrir-Se em um mundo de pretensas soluções para os "outros" em Si. Insanidades são simbólicas relatividades reativas aos buracos negros da pretensa consciência de cada observador preenchidas com sombras de nossas próprias cegueiras.

Gildo Fonseca.


Somos todos,

faróis sob tormentas e

tormentas sob faróis...

Gildo Fonseca.


 

Ser feliz é a maior coragem.

Todo mundo é capaz de ser infeliz; para ser feliz é preciso coragem – é um risco tremendo.

(Osho)


Os loucos abrem os caminhos que depois emprestam aos sensatos.

(Carlo Dossi)


Compartilhado de O mundo de Gaya


 


 

A solidão não é viver só,
a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós,
a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja,
é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz.
José Saramago
ilustraciones_Ben Gossens

 

sábado, 10 de outubro de 2020


 Compartilhado de Jaleela prem

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

PAIXÃO,
A "LUCIDEZ"
EMBRIAGADORA
DA VIDA, DÁ VIDA !!!

Um turbilhão de paixões acontece dentro da alma quando ela passa por eventos, esse oceano que oxigeniza a percepção. O "coração" bate mais forte quando ela "pensa", pretensamente, que pode ancorar em portos seguros de singulares passagens, paisagens e momentos. Suponho que essa embriaguez alucinante possa, paradoxalmente, dar consistência dinâmica e momentânea a voláteis certezas que fluem, brilham e em seguida se dissipam em fugidias, cambaleantes e outras novas e pueris impermanências. A "tábula rasa" da consciência é reescrita, quixotescamente em cada paixão, em cada dia, em cada instante. Brindemos ao sagrado hospício da vida, onde cada um pode exercitar seu papel de procusto ambulante com os serrotes de suas próprias loucuras. Brindemos a Luz, gerada dos contrastes que se refletem, doce e coloridamente, ou até mesmo fantasmagoricamente, mas que inebriam essa viagem, talvez pura imagem, através da coragem, do Crer, para Subsistir. Tim Tim.

Gildo Fonseca.

 

 LISPECTOR, DIRETO NA
NA JUGULAR DA ALMA.

Isto não é um lamento, é um grito de ave de rapina. Irisada e intranqüila. O beijo no rosto morto.
Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz. Vivam os mortos porque neles vivemos.
De repente as coisas não precisam mais fazer sen­tido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim. O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. De certo tudo deve estar sendo o que é.


 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020


 

Gerard Miller: Um dia, quis interromper minha própria análise e perguntei a Lacan: "por que é tão difícil analisar o inconsciente?" O que me lembro da resposta eu resumiria assim: "A verdade é sempre difícil de suportar, e a psicanálise acaba por mostrar a nós mesmos o que preferiríamos ignorar. Quanto mais nos aproximamos da verdade da nossa história, mais temos vontade de lhe dar as costas". Foi por isso, ele me explicou, que ele sempre desencorajou os que o procuravam apenas "para se conhecer melhor". Isso não basta. É preciso que alguma coisa falte, desequilibre e intrigue para prosseguir com as sessões. É preciso desejar que algo crucial mude na existência.

Extraído do documentário "Encontro com Lacan"

Compartilhado de Ditos Lacanianos


"Se quer saber a temperatura da água, mergulhe!!"