quarta-feira, 31 de maio de 2023

Juízos, Agregações, Dogmas, Condenações, Preconceitos, Dualidades, Ressentimentos, Ciúmes,

Ganância ?

 

APENAS DEIXE IR. 

Que junho nos encontre renovados de corpo e alma !!!


 

"Há sempre algo de ausente que me atormenta". Camile Claudel.

Compartilhado de Jorge Sesarino, 2019 

terça-feira, 30 de maio de 2023

"Foi um erro? não... só um protagonismo do imponderável, no ventre criador de nossa Identidade". Gildo Fonseca.

"A luz só penetra onde houver transparência."

"Você tem o direito de se achar mas apenas quando conseguir achar onde se encontra". 

Gildo Fonseca.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Onde está, agora, o corpo de tua alma?

 

Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelos caminhos.  Clarice Lispector

.. uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.

Clarice Lispector, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)


 

 

domingo, 28 de maio de 2023

ABDUÇÕES NOSSAS, DE CADA DIA, POR PRETENSAS E TRANSITÓRIAS 'VERDADES'....
 
 "Todas as coisas estão sujeitas a interpretação. E qualquer que seja a interpretação, ela prevalece somente num determinado período de tempo. É uma função de potência, e não verdade ". Nietzsche

A Consciência é uma sinapse que acontece na ampulheta do trânsito das manifestações. Não somos os mesmos de instantes atrás, não somos, agora, também o que seremos depois. Somos a impermanência em trânsito pela própria presunção do entendimento. "Verdade" é pretensão a ver. "Conhecereis a verdade e ela vos libertará..." mas o problema é que a "verdade" é um processo, um movimento que, se parar, morre. Como dizia nosso velho Nietzsche "verdades são cárceres".

Gildo Fonseca.


"Para a criança no ser humano, a noite permanece a costureira de estrelas. Ela junta sem costura, sem bainha e sem linha. Ela é costureira porque só trabalha com a proximidade".
(Heidegger, filósofo alemão)
 
Reflexão: o que nos aproxima?
 
Foto: Nasa

quarta-feira, 24 de maio de 2023

"Há aqueles que nunca deixam de amar uns aos outros, simplesmente porque o que os une é mais forte do que aquilo que os divide."

 
Johnny Depp
 
 
 
Comp. pg. Alma antiga

 

O campo que se abre ao pianista não é um insignificante teclado de sete notas, mas um teclado incomensurável, quase completamente desconhecido, onde aqui e ali, separados por densa escuridão inexplorada, foram descobertos alguns milhões de teclas de ternura, de coragem, paixão, serenidade que o compõe, tão diferente um do outro como um mundo de outro mundo, por alguns grandes artistas que nos fizeram o favor, despertando em nós a equivalência do tema que descobriram, para nos mostrar a grande riqueza, a grande variedade que se esconde, sem que o percebamos, naquela noite enorme, impenetrável e desalentadora da nossa alma, que consideramos vazio e nada.
 
Marcel Proust, na estrada Swann

segunda-feira, 22 de maio de 2023

A luz é especialmente apreciada após a escuridão.

Textos Judaicos

domingo, 21 de maio de 2023

Conheces o desconhecido ou desconheces o que acha que conheces? GF

“Tens como Hamlet pavor do desconhecido? Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces, para que chame de desconhecido a qualquer coisa em especial? Álvaro de Campos ( Fernando Pessoa)

Assinam a frase ao lado:

Kierkegaard, 

Heidegger, 

Sartre, 

Camus,

Cioran, 

Schopenhauer, 

Nietzsche, 

Baudelaire, 

Samuel Beckett

 Ernest Becker,  entre tantos outros...

Heidegger, sempre maravilhoso: "O erguer-se seguro torna visível o espaço invisível do ar". O texto abaixo é uma análise profunda sobre o emergir da criação e sua cristalização perante nossa percepção, repleto de expressões sutis nas entrelinhas. Uma dança de contrastes entre Consciência e o que a consubstancia. 

Gildo Fonseca.


 

 Aí de pé, a obra arquitetônica repousa sobre o solo rochoso. Este assentar da obra extrai da rocha a obscuridade do seu suportar rude e, no entanto, a nada impelido. Aí de pé, a obra arquitetônica resiste à tempestade furiosa que sobre ela se abate, e, desta forma, revela pela primeira vez a tempestade em toda a sua violência. Só o brilho e o fulgor da rocha, que aparecem eles mesmos apenas graças ao Sol, fazem, no entanto, aparecer brilhando a claridade do dia, a amplitude do céu, a escuridão da noite. O erguer-se seguro torna visível o espaço invisível do ar. O caráter imperturbado da obra destaca-se ante a ondulação da maré e deixa aparecer, a partir do seu repouso, o furor dela. A árvore e a erva, a águia e o touro, a serpente e o grilo conseguem, pela primeira vez, alcançar a sua figura mais nítida e, assim, vêm à luz como aquilo que são. Desde cedo, os gregos chamaram a este mesmo surgir e irromper, no seu todo, a Φύσις [phýsis].

Martin Heidegger "Origem da Obra de Arte", p. 39. Lisboa: Edição Fundação Calouste Gulbenkian, 1998. Escultura: Fonte Netuno, por Bartolomeo Ammannati, em Piazza Della Signoria, Florença, Itália.

Compartilhado de Martin Heidegger in Art.

terça-feira, 16 de maio de 2023

O DESTINO É UMA SINAPSE.
 
 

“Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda” já dizia Freud.
 
Mudanças são inexoráveis. Dos 50 trilhões de células do nosso organismo pelo menos 300 milhões são renovadas a cada minuto, assim também, em cada instante, em cada fragmento perceptivo, mudamos nosso entendimento. Novas referências, novos padrões se apresentam, um infinito de possibilidades, um show de situações diferentes, sensações, momentos, afetos e racionalizações. “Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo” como dizia Foucault.
 
Esse perene processo de mudança é a morfina de um pretenso compreender, encobre um desejoso olhar profundo na resposta de cada momento. Esse volátil, fugaz e transitório entendimento sempre será impactado pelos limites chocantes, alegres ou dolorosos, e por nossas reações diante das vivências anteriores ou pelas expectativas de nossa imaginação.
 
O imponderável, que se apresenta por fatores desconhecidos, deslavada e jocosamente demonstra como é pretensioso o nosso controle das coisas e se demonstra senhor do destino. Quando o “doente”, conscientemente terminal ou não, atinge os limites da dor, então lhe são concedidos opioides, fascinadores diversos, de todos os tipos, para que consiga suportar o momento e voltar à uma relativa “normalidade” consciencial.
 
A botânica define “muda” como “planta jovem tirada do viveiro para plantação definitiva ou pequeno galho retirado de planta adulta e introduzido na terra em outro local, onde se transformará em novo espécime da planta original”.
 
Também somos todos perenes sementes, mudas de consciências, mudas ou eloquentes, que o impacto das impermanências nem permite "tempo" para a racionalização da intensidade de cada momento presente, em cada um de nossos mergulhos nas águas voláteis e turbulentas de todo entendimento. Embora Luzes, tateamos no escuro em busca do transcendente onipresente. No esterco fértil de cada fascinação nos transformamos, em cada instante, em novo espécime da nossa planta original.”
 
Gildo Fonseca.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Drummond fala daquilo que cada um de nós carece na cidade excessivamente iluminada: certa penumbra. Sabemos que o impossível de suportar, com Lacan, é o real- para o qual não existe significação. A penumbra é aquilo que tenta contornar o real, aquilo que ao mesmo tempo é borda, margem e litoral. Luz e sombra- o território enigmático entre palavras e imagens. O gesto entre a noite e o dia, o sonho, o silêncio, o ruído, aquilo que incomoda, desarticula, a pulsão, o vazio, o nada que mora dentro das coisas, o lusco- fusco do desejo. Bia Dia.

Um homem pode sobreviver a todos os seus amigos e parentes, enterrar aqueles que ele mais ama e levar uma existência solitária como um estrangeiro numa época estranha; mas não pode sobreviver a si mesmo e aos fatores internos de sua vida, e não pode enterrá-los, pois eles são seu verdadeiro eu e, assim, são inalienáveis. 

Jung.

domingo, 7 de maio de 2023

sexta-feira, 5 de maio de 2023

"Se você pudesse vender sua experiência pelo preço que ela lhe custou, ficaria rico." - J.P. Morgan
 
 
John Pierpont Morgan, um dos maiores banqueiros de todos os tempos, sabia o que dizia.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Viver é beber-se a si próprio sem sede.

Sartre

Convencido eu mesmo, não procuro convencer os demais.
 
Edgar Allan Poe
 
 
By Ben Zank

 

A ilusão em si...

As cores não existem. Não é surpreendente, e talvez esmagador, que algo cuja realidade nos apresenta tão evidente se revele apenas aparência?
 
As cores só existem em relação a algum sistema nervoso, mas não no âmbito físico onde ele habita.
 
O quadro na imagem parece mostrar duas cores diferentes, mas a realidade dessa interpretação reside apenas em um sistema nervoso; ou seja, a existência dessas duas cores depende apenas da forma como um sistema nervoso as percebe, essas duas cores não residem "em si" mas "no" observador.
Se cobrir a linha preta do centro e observar com cuidado, quantas cores são percebidas agora?
 
Este exemplo – talvez trivial – oferece a oportunidade de compreender uma premissa do pensamento crítico: a causa mais frequente de autoengano é o desconhecimento de si mesmo.
 
Comp. do FB, pg. Marco Antonio Dorantes Martinez


 

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Relaxando...

 "Meu psicólogo disse que estou com uma obsessão por vingança. Ele vai ver o que vou fazer com ele..."

Menos densidades, mais leveza...


 

“Segundo Freud (1973), podemos buscar os primeiro traços da atividade poética no brincar da criança. Quando brinca, ela cria um mundo próprio e novo; situando as coisas do seu mundo em uma ordem nova e mais ao seu gosto. Para a criança, a brincadeira é algo muito sério. É uma atividade que envolve muitos afetos. Para Freud, o oposto do brincar não é a seriedade, mas a realidade. A criança distingue bem a realidade do mundo e seu brincar, apesar da carga de afeto com que o preenche; ela gosta de apoiar os objetos e circunstâncias que imagina em objetos tangíveis e visíveis do mundo real. Esse apoio é o que diferencia o “brincar” infantil do “fantasiar”.
 
O fantasiar dos adultos não é tão fácil de percebermos como o brincar da criança. Freud nos diz que quando as pessoas crescem param de brincar, renunciando a esse prazer da infância. Mas, na realidade, esse prazer não é verdadeiramente renunciado. Ao parar de brincar, a criança em crescimento apenas da “casa real” de nossas infâncias, criamos nossas “casas imaginárias”.
 
Temos, segundo Freud, um paralelo entre a atividade criadora do poeta e o brincar infantil. Para ele, o poeta faz o mesmo que a criança quando brinca: cria um mundo fantástico e o leva muito à sério, sente-se intimamente ligado a ele, ainda que o distinga da realidade. Os poetas também conseguem diminuir a distância entre a sua singularidade e a essência geral humana.
 
Pensemos em nossas casas. O que foi feito das casinhas de nossa infância? De uma forma ou de outra, aqui estão, constituídas de tijolos, madeira ou papelão, transformadas em lar, moradia ou prisão.” ( Nilson Cordeiro)

"Uns causam felicidade onde quer que vão, outros, sempre que se vão". Oscar Wilde.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Ode ao ceticismo pirrônico. Evoé Pirro !!!

DÚVIDAS DAS CERTEZAS E CERTEZA DA DÚVIDA

Nietzsche já afirmava que “convicções são cárceres”. É cada vez maior o antropocentrismo nas interações entre as pessoas. O olhar de cada um, permeado pela momentânea auto importância, baseado na pretensa relevância, intensidade e valoração dos fachos de luz que chegam às suas pupilas, determina a sua “verdade”. Essa “verdade” que sempre orbita pela dimensão das circunstâncias perceptíveis, pelos quadrados dos círculos morais de um determinado instante existencial e tão fortemente influenciada pelas redes sociais, cria as “serras” dos procustos individuais onde são cortadas todas as possibilidades daquilo que não é compreendido pela consciência daquele que expressa esse seu “cais”, essa “verdade”, repito, sempre lastreada na amplitude e circunstancial valoração daquilo que “vê”, daquilo que “enxerga”, daquilo que “imagina”.  Não nos esqueçamos que um ponto de vista é apenas um ponto de vista de um ponto no plano de tudo aquilo que ainda é desconhecido para a alma de cada um de nós. Contenhamos nossa pretensão de possuirmos os parâmetros da verdade, a referência para todas as coisas. Isso pode ser uma “verdade” apenas para nós mesmos e ainda assim sujeita a uma próxima revisão com o passar das circunstâncias, com o passar de nossas próximas experiências. Somos realmente absolutamente relativos pois a relatividade reina, Absoluta, sob um véu, a ser descortinado cada vez que respiramos, sonhamos ou "enxergamos". Gildo Fonseca.