segunda-feira, 28 de março de 2022

"As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade."

Victor Hugo
O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.
 
in O Rio da Posse - Fernando Pessoa

 

Começa cada dia por dizer a ti próprio: Hoje vou deparar com a intromissão, a ingratidão, a insolência, a deslealdade, a má vontade e o egoísmo — todos devidos à ignorância por parte do ofensor sobre o que é o bem e o mal. Mas, pela minha parte, já há muito percebi a natureza do bem e a sua nobreza, a natureza do mal e a sua mesquinhez, e também a natureza do próprio culpado, que é meu irmão (não no sentido físico, mas como meu semelhante, igualmente dotado de razão e de uma parcela do divino); portanto nenhuma destas coisas me ofende, porque ninguém pode envolver-me naquilo que é degradante. Nem eu posso ficar zangado com o meu irmão ou entrar em conflito com ele; porque ele e eu nascemos para trabalhar juntos, como, de um homem, as duas mãos, os dois pés, as duas pálpebras ou os dentes de cima e de baixo. Criar dificuldades uns aos outros é contra as leis da Natureza — e o que é a irritação, ou a aversão, senão uma forma de criar dificuldades aos outros?
Marco Aurélio - Imperador e e filosofo Romano
 
Comp. do FB, pg. Poesia Filosófica - Lucia Helena Galvão

domingo, 27 de março de 2022

"A normalidade é um caminho movimentado. É cômodo de se caminhar mas nunca crescerão flores nele."

Van Gogh

sábado, 26 de março de 2022

Jorge Luís Borges:

"O amor pelas coisas é tão triste; coisas não sabem que você existe."


 


 

"Já estamos em todas as dimensões, por isso não há dimensões mudando apenas perspectivas.
Todos os futuros possíveis já existem. Qual deles VOCÊ vai escolher é a questão.
A vida é uma co-criação. Estar presente com a sua energia e aquilo que realmente sente vontade de fazer é a melhor coisa que pode fazer por si e pelo planeta.
Não é o nosso trabalho "consertar" tudo ou "mudar" as pessoas, é o nosso trabalho sermos nós mesmos em cada momento a fazer o que realmente sentimos. É assim que sintonizamos o ego e o eu superior”. Jeff Andrews
 
Arte de Josephine Wall

 

“Se compararmos Shakespeare e Kafka, deixando de parte o grau de genialidade de cada um, e considerando ambos apenas opositores do sofrimento do homem e da alienação cósmica, é Kafka quem faz o relato mais intenso e completo. E, de fato, o julgamento pode estar correto, exatamente porque, para Kafka, o sentimento do mal não é contraposto ao sentimento da identidade pessoal. O mundo de Shakespeare, tanto quanto o de Kafka, é aquela cela de prisão que Pascal diz ser o mundo, e, da qual diariamente, os prisioneiros são levados para morrer; Shakespeare, não menos que Kafka, impõe-nos a irracionalidade cruel das contradições da vida humana, a história contada por um idiota, os deuses pueris que nos torturam, não para nos castigarem mas por esporte; e não menos que Kafka, Shakespeare se revolta contra o mau cheiro da prisão que é esse mundo, e nada lhe é mais característico do que sua imagística do aborrecimento. Mas na cela de Shakespeare, a companhia é muito melhor que a de Kafka; os capitães e reis, amantes e palhaços de Shakespeare são vivos e completos antes de morrer. Em Kafka, muito antes de ser uma sentença executada, muito antes mesmo de ser iniciado o maléfico processo legal, algo de terrível foi feito ao acusado. Todos sabemos o que é — foi despojado de tudo que az um homem exceto sua humanidade abstrata que, como seu esqueleto, nunca serve realmente a um homem. Ficou sem pais, lar, mulher, filhos, missão ou anseios, não tem qualquer ligação com o poder, a beleza, o amor, a inteligência, a coragem, a lealdade ou a fama, o orgulho que deles pode provir[...] O esforço de comunicar o que significa ser na ausência de tais seguranças parece caracterizar a obra de vários autores e artistas de nossa época. Vida, sem sentir-se vivo.
Com Samuel Beckett, por exemplo, penetra-se num mundo em que não há nenhum sentimento contraditório do eu em sua ‘sanidade e validez’ para mitigar o desespero, o terror e o tédio da existência. É dessa forma que os dois vagabundos que esperam Godot estão condenados a viver:
ESTRAGON: Sempre achamos alguma coisa, que nos dá a impressão de existirmos, não é, Didi?
VLADMIR: (com impaciência): Sim, sim, somos mágicos. Mas perseveremos no que decidimos, antes de esquecer. ”
 
R.D. Laing, O Eu Dividido
 
Comp. do FB, pg. A Loucura Não É o Extremo. Marcos Ribeiro.

 
Sem expectativas a gente não vai nem até a esquina. Então, criemos expectativas, sim, é preciso fantasiar para desejar.
E se nada funcionar, dá-lhe elaborar lutos. A castração está aí pra gente bancá-la e pagar o preço disso, e não para sofrer por evitá-la.
É por medo de perder que mais se perde, é por medo de sofrer que mais se sofre!
No fim das contas não somos nós que criamos as expectativas, mas elas que nos criam. Ana Suy
 
 Compartilhado do FB, pg. Ana Suy

sexta-feira, 25 de março de 2022


 

"...os dramas mais impressionantes, e o mais excêntricos, não são desempenhados no teatro, mas no coração dos homens comuns, pelos os quais passamos sem prestar atenção e que, no máximo, mostram ao mundo, através, de um colapso nervoso, as batalhas que se desferem em seu íntimo. Além disso, o que é mais difícil para a compreensão dos leigos é que, em geral, os doentes não tem qualquer pressentimento da batalha que se trava em seu inconsciente. Se considerarmos, no entanto, o número de homens que nada sabem acerca de si mesmos, não devemos nos admirar de que também haja os que nada pressintam acerca de seus verdadeiros conflitos".
 
Carl Gustav Jung
 
Artist: Vitali Trocin -"Tendinte de Cariatide"

sexta-feira, 18 de março de 2022

Compartilhado do FB, pg. Cálice Vazio

"Arte é perigosa, arte não é casta; inocentes ignorantes não são feitos para a arte. Arte que é casta não é arte".  Pablo Picasso

quarta-feira, 16 de março de 2022

"Ganhar uma guerra é tão desastroso quanto perdê-la".
Agatha Christie (1890 - 1976).
 
"Nunca discuta, você perderá ainda que ganhe".

"A principal diferença entre o homem e os brutos está no excesso exuberante da sua propensão subjetiva.

Sua superioridade sobre eles repousa simples e unicamente no número, no fantástico e desnecessário caráter de seus desejos físicos, morais, estéticos e intelectuais.

Se toda a sua vida não tivesse sido uma busca de supérfluos, ele não se teria estabelecido de maneira tão inexpugnável no necessário. E da consciência disso ele deveria extrair a lição de que deve confiar em seus desejos, que mesmo quando a sua satisfação parece remota, o mal-estar que ocasionam ainda é o melhor guia da sua vida, e o levará a questões totalmente além de sua atual capacidade de ver.

Podem-se as suas extravagâncias, modere-se o homem, e ele estará desfeito."

("A Vontade de Crer", William James).

A sensação do sofrimento... A sensação dá sofrimento...


 

"Antes do pecado original, existe a Graça original."
Jean-Yves Leloup

segunda-feira, 14 de março de 2022


 

Pura química...


 

'(...) E não esquecer, ao começar o trabalho, o estar preparada para estar enganada. Não esquecer que o erro muitas vezes tinha se tornado o meu caminho. Sempre que não era verdade o que pensava ou sentia, então se produzia um fosso. Tivesse tido coragem, já teria entrado por ele. Mais sempre senti medo do delírio e do erro. Meu erro, no entanto, deveria ser o caminho de uma verdade: Pois apenas quando me engano saio do que conheço e compreendo. Se a' verdade' fosse aquilo que posso entender, terminaria sendo apenas uma verdade pequena, do meu tamanho.' 

Clarice Lispector.

«Não compreendo por que razão o homem racional e espiritual se serve de meios artificiais para chegar à beatitude poética, pois o entusiasmo e a vontade são suficientes para elevar a uma existência sobrenatural. Os grandes poetas, os filósofos, os profetas, são seres que, pelo puro e livre exercício da vontade, conseguem chegar a um estado em que são simultaneamente causa e efeito, sujeito e objeto, hipnotizador e sonâmbulo».

 
Citação de Barberau em "Os Paraísos Artificiais" (1860), de Charles Baudelaire. Trazida de O Nojo

“O que vemos depende principalmente do que procuramos.”

Sir J.Lubbock

domingo, 13 de março de 2022

Habitar e Salvar a Terra
 
Os mortais habitam à medida em que salvam a terra, tomando-se a palavra salvar em seu antigo sentido, ainda usado por Lessing. Salvar não diz apenas erradicar um perigo. Significa, na verdade: deixar alguma coisa livre em seu próprio vigor. Salvar a terra é mais do que explorá-la ou esgotá-la. Salvar a terra não é assenhorar-se da terra e nem tampouco submeter-se à terra, o que constitui um passo quase imediato para a exploração ilimitada. 
 
Os mortais habitam à medida que acolhem o céu como céu. Habitam quando permitem ao sol e à lua a sua peregrinação, às estrelas a sua via, às estações dos anos as suas bênçãos e o seu rigor, sem fazer da noite dia e nem do dia uma agitação açulada. 
 
Os mortais habitam à medida em que aguardam os deuses como deuses. Esperando, oferecendo-lhes o inesperado. Aguardam o aceno de sua chegada sem deixar de reconhecer os sinais de suas errâncias. Não fazem de si mesmos deuses e não cultuam ídolos. No infortúnio, aguardam a fortuna então retraída.
 
Os mortais habitam à medida que conduzem seu próprio vigor, sendo capazes da morte como morte, fazendo uso dessa capacidade com vistas a uma boa morte. 
 
Conduzir os mortais ao vigor essencial da morte não significa, de modo algum, ter por meta a morte, entendida como nada vazio; também não significa ofuscar o habitar através de um olhar rígido e cegamente obcecado pelo fim. 
 
Salvando a terra, acolhendo o céu, aguardando os deuses, conduzindo os mortais, é assim que acontece propriamente o habitar. 
 
HEIDEGGER, Martin. Construir, Habitar, Pensar. [Ensaios e Conferências]. Rio de Janeiro: Vozes, 2018, p. 130.
 
Obra de arte por Vincent Van Gogh, 1887.


 

sexta-feira, 11 de março de 2022

"O lúdico não é um luxo, algo agregado ao ser humano, que pode ser útil para se divertir: o lúdico é uma das armas centrais pelas quais o ser humano se conduz ou pode se conduzir pela vida a fora. O lúdico, não entendido como jogo de cartas ou partida de futebol: entendido como uma visão na qual as coisas deixam de ter suas funções estabelecidas para assumir muitas vezes funções bem diferentes, inventadas. O homem que habita um mundo lúdico é um homem colocado dentro de um mundo combinatório, de invenção combinatória, que está continuamente criando formas novas."
 
Julio Cortazar em "PREGO, Omar. 'O fascínio das palavras – entrevistas com Julio Cortázar'". [tradução de Eric Nepomuceno]. Rio de Janeiro: José Olympo, 1991, p 126.
 
Comp. pg. Marcel Oliveira.


Percepção, essa Força Infinita que preenche o Incriado, transcende as trivialidades e descortina seus véus nos interstícios das manifestações binárias.
 
A Vida verdadeira, profunda, intensa, acontece além, muito além do espectro de mesclas e contrastes racionalizados de 0 e 1.
 
O vácuo, ventre da Consciência, aguarda sempre a semente do nosso próximo Devir. Nascemos nos Atos. 
Crescemos dos Atos.
 
Uma grande transa cósmica em pleno transe cósmico...
 
Gildo Fonseca.

Freud citando Hamlet

É que o instrumento anímico não é fácil de tocar. Nessas ocasiões, não posso deixar de pensar nas palavras de um neurótico mundialmente famoso, que decerto nunca esteve em tratamento com um médico, pois viveu apenas na fantasia de um poeta. Refiro-me a Hamlet, Príncipe da Dinamarca. O Rei enviara dois cortesãos para sondá-lo e arrancar dele o segredo de seu desgosto. Ele os repele; aparecem então algumas flautas no palco. Tomando uma delas, Hamlet pede a um de seus algozes que a toque, o que seria tão fácil quanto mentir.

"Pois verde agora em que mísera coisa me transformais! Quereis tocar-me; (...) quereis arrancar o cerne de meu mistério; pretendeis extrair-me sons, de minha nota mais grave até o topo de meu diapasão; e embora haja muita música, excelente voz neste pequenino instrumento, não podeis fazê-lo falar. Pelo sangue de Cristo, julgais que sou mais fácil de tocar do que uma flauta? Chamai-me do instrumento que quiseres, pois se podeis desafinar-me, ainda assim não me podeis tocar" (Ato III, Cena 2)

Freud (1905) "Sobre a Psicoterapia"

Compartilhado da pag. Roda de Psicanálise

quinta-feira, 10 de março de 2022

O Real pode ser percebido como algo duro, impossível de ser captado por qualquer instrumento da realidade ou da virtualidade – palavra ou imagem – o que faz com que todos estejamos um pouco fora do caminho.
Há uma pedra que nos desvia.
A ninguém é dado o direito à certeza de sua percepção. Se delirar, etimologicamente, quer dizer, ‘sair do caminho’, todos deliramos.”
 
J. Forbes
 
Compartilhado de Psicanálise Contemporânea

"Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência. Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la."
 
Michel Foucault
 
 
Compartilhado de Marcel Oliveira

quarta-feira, 9 de março de 2022

domingo, 6 de março de 2022

"A maioria das pessoas, todas do rebanho, nunca saboreou a solidão. Se separaram um dia do pai e da mãe, mas só para chegar perto de uma mulher e mergulhar logo em um novo ninho de calor e familiaridade. Nunca estão sozinhos e sozinhos, nunca falam consigo mesmos. E o solitário que se cruza no seu caminho tem medo e odeiam-no como a peste, atiram-lhe pedras e não se tranquilizam até que estejam bem longe dele. Porque o solitário envolve um ar que cheira a estrelas e o frio dos espaços siderais, e falta-lhe todo aquele cheiro encantador e quente de lar e ninho."
Herman Hesse


 

Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa. Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa" Fernando Pessoa

"... posso dividir a frase Eu vejo uma árvore" em sujeito, verbo e objeto,mas na experiência o processo não pode ser cindido desta maneira.Não há visão sem algo para ser visto.Nem algo é visto se não há olho para vê-lo ...pela divisão da experiência entre o que é dentro e fora, e lidando com suas abstrações - dentro e fora - como se fossem realidades empíricas , os cientistas tinham que achar alguma explicação para cada uma .E, de fato , na realidade, nenhuma pode ser explicada sem a outra."( Fritz Perls ,Abordagem Gestáltica e testemunha Ocular da Terapia, pag. 32

Comp. do FB, pg. Os Fenômenos da Psique e da Arte

Como o sonho, o objeto plástico é pensado segundo a função de representação alucinatória e de ludíbrio. Aproximar-se desse objeto com palavras que permitem a apreensão de seu sentido significa dissipá-lo, assim como a conversão da imagem onírica em discurso conduz a significação para o espaço da racionalidade, rasgando o véu das representações sob o qual essa significação se ocultava. O objeto plástico, enquanto construção muda e visível, situa-se no espaço de realização imaginária do desejo. E é nisto que reside a função da arte, conforme aparece no ensaio Escritores criativos e devaneio (1908), quando Freud distingue dois componentes do prazer estético: um prazer propriamente libidinal que provém do conteúdo da obra à medida que esta nos permite realizar nosso desejo (o que fazemos por identificação com o personagem ou com algum elemento do assunto tratado na obra) e um prazer proporcionado pela forma ou posição da obra que se oferece à percepção não como um objeto real, mas como uma espécie de brinquedo, de objeto intermediário, a propósito do qual são permitidos pensamentos e condutas com os quais o espectador pode se deleitar.
 
Compartilhado do FB, página Psicanálise

sábado, 5 de março de 2022

"Os homens são mais morais do que pensam e muito mais imorais do que podem imaginar."   Sigmund Freud.

AO CRIADOR,
AS BATATAS....
 
Somos Sinapses ambulantes respirando Possibilidades, criando "nosso" inexorável Devir. Dinâmicos, voláteis e pretensiosos contrastes a fluir em reflexos de relativas Percepções.
Um Espectro de Luz, multifacetado em momentos, estados, movimentos, sensações tal qual um Hamlet embriagado.
 
Um Infinito que flerta com o Infinitesimal no interstício da ampulheta de nossa consciência, desafiando, em cada passo, cada passagem, cada caminho, a razoabilidade flácida de cada lucidez.
 
Nossos desejos, análises, percepções fluem como o vento. Tudo é volátil, instantâneo, passageiro, fugaz, inebriante.
 
É imperioso transcender tanta insanidade, tanta insensatez, essa sedenta loucura de fazer das necessidades, próprias e alheias, a âncora, o fio, do nosso trágico destino humano.
 
Tudo alucina ação. Cadê o ancorad'ouro desse mar turbulento do existir?
 
Gildo Fonseca.

sexta-feira, 4 de março de 2022

“Sempre voltamos ao que nos dá vida, é só uma questão de tempo.” Frida Khalo

quinta-feira, 3 de março de 2022

O "Outro" que nos Habita 
 
Enfim, o existir não me confunde nada. O que me confunde é a vontade súbita de me dizer, de me confessar, às vezes eu penso que alguém está dentro de mim, não alguém totalmente desconhecido, mas alguém que se parece a mim mesmo, que tem delicadas excrescências, uns pontos rosados, outros mais escuros, um rosado vermelho indefinido, e quando chego bem perto dos pequenos círculos, quando tento fixá-los, vejo que eles têm vida própria, que não são imóveis como os poros de Mirtza, que eles se contraem, se expandem, que eles estão à espera... de quê? De meus atos".
 
Hilda Hilst
 
Jean Hélion -"Etude", 1939. Oil on board, 34.3 × 26.7 cm. Private Collection

Existir é isso, beber-se a si próprio sem sede. (Sartre)
 

 


terça-feira, 1 de março de 2022