sábado, 15 de agosto de 2009

Crise do Viver ou Viver em Crise

Interessante o sentido mais próximo do orignal da palavra crise(KrisiV), etimologicamente derivada do verbo grego krinô (krinw) que significa separar, julgar, decidir, considerar, avaliar, selecionar e escolher.

Cada momento de "crise" é uma hora de escolha.
Assim as horas se sucedem. As crises se sucedem. As escolhas se sucedem.
Se você não escolher também estará escolhendo. A vida flui à sua revelia...
Deve ser daí que o ideograma oriental sobre crise também significa oportunidade...

O drama da escolha

Ser ou não ser, eis a questão. Realmente é a questão. O grande dilema humano. Não se consegue ficar neutro, temos a escolha. Escolha difícil: sermos a própria essência oculta em nós ou nos conformarmos à vontade dos outros, guiarmos nossas vidas pelo “eu quero” da própria alma ou pelo “tu deves” da sociedade? sermos dirigidos pela cabeça ou pelo coração?

Kierkegaard

Embora a grande maioria dos seres humanos permaneçam na “periferia de si mesmo”, acreditando que a existência consiste em buscar o prazer e evitar a dor, chega um momento na vida de todos nós que se descobre que a vida não é apenas isso.

A busca da satisfação permanente é uma quimera, uma ilusão. A realidade humana transcende os aspectos meramente exteriores. Emerge, então, as sensações internas, o desespero aflora à consciência, a própria conscientização de que se vai morrer, coloca intensamente perante o indivíduo a questão básica: ser ou não ser. E para ser é preciso autodisciplina, é preciso autodesprendimento.
Autodisciplina é a postura que o indivíduo tem de seguir um método para conquistar as suas metas. O método é um caminho, um meio. -Que meio será esse ?-Só o indivíduo pode responder ! Autodesprendimento é um ato contínuo no qual o indivíduo aprende a lidar com a escolha. Sendo a principal "escolher-se". Escolher é aprender a abraçar algumas coisas e desapega-se de outras, que não resultam no melhor para si.

Fica a escolha: o desespero-fraqueza, isto é, o conformismo, ou o desespero-desafio, o sentir, o ser autêntico. Seja de um modo, seja de outro, paga-se o preço.

Essa é a visão de Kierkegaard sobre as crises existenciais, o aprendizado a cada dia do desespero-desafio, do ato de educar cada um a si mesmo sobre quem ele é e pode ser.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Entrei numa livraria e perguntei: "Onde é a seção de auto-ajuda?"
Ela respondeu que, se me dissesse, a finalidade daquela seção estaria deturpada.

George Carlin

domingo, 9 de agosto de 2009

Transferências

No começo do século 17, os habitantes da região italiana da Toscana já estavam se acostumando com as esquisitices de um sujeito chamado Galileu Galilei. Ele era bamba em matemática e física e andava obcecado por entender os mistérios do Universo. Uma passagem curiosa a seu respeito é aquela em que ele subia a torre inclinada de sua cidade natal, Pisa, e ficava jogando coisas de tamanhos e formas diferentes, tentando entender por que e como caíam. Diz a lenda que, após uma dessas experiências, Galileu observava pensativo os restos de um ovo estatelado na calçada da praça dos Milagres quando foi interpelado por uma velhinha que lhe perguntou o que estava fazendo. “Estou tentando entender por que este ovo caiu da torre”, disse ele. “Eu sei por que ele caiu”, emendou a mulher. “Porque você o soltou.”

Essa história engraçada coloca juntas as duas causas que costumam desencadear os fatos da natureza e também da vida humana: a causa que determina e a causa que predispõe. O que determinou a queda do ovo foi a ação da gravidade; o que permitiu que isso acontecesse foi o fato de Galileu ter aberto a mão e soltado o ovo. Da mesma maneira, sempre há uma causa externa e uma causa interna para os fenômenos que acompanham a vida humana. O correto é dar crédito merecido a ambos os fatores, mas nós temos uma imensa tendência a valorizar um e minimizar o outro, de acordo com nossas conveniências. Nossas conquistas costumamos atribuir às nossas virtudes; já nossos fracassos não têm nada a ver com nossos defeitos, e sim com fatos alheios a nós, verdadeiras traições do destino.

Você é meu inferno

Cada pessoa tem seus próprios planos na vida. Para realizá-los, vai executando ações que modificam o mundo a seu favor. Até aí, tudo bem. O problema é que todos fazemos isso e, claro, sempre haverá a possibilidade de que aquilo que alguém faça para atingir seus objetivos entre em conflito com o projeto de outra pessoa. É por isso que o filósofo Sartre dizia que “o inferno são os outros”. Mesmo levando em consideração o mau humor do existencialista francês, temos que aceitar que ele tinha lá alguma razão, mas também não podemos deixar de atribuir a esse pensamento uma carga de transferência de responsabilidade. Às vezes as pessoas criam seus infernos particulares e atribuem a autoria a outrem.

Todos já vivemos situações em que foram as atitudes de alguém ­ o namorado, o chefe ou o presidente da República ­ que acenderam o fogo da panela de pressão de nossa paciência. Ok, concordo! Mas muitas vezes fomos nós mesmos que riscamos o fósforo, e os outros apenas entraram com a palha seca. Ou vice-versa.

Ninguém está livre de ter esse comportamento transferidor de responsabilidade. O problema é que ele pode se transformar em um padrão. Quem jamais, ou quase nunca, admite ter construído seus insucessos, carrega consigo os sentimentos de frustração, de impotência e de injustiça. Frustração porque vê seus planos falharem. Impotência porque, como não se atribui a culpa, sente-se incapaz de agir sobre seu próprio destino. Injustiça porque não se considera merecedor do infortúnio, uma vez que, em sua opinião, não é ele o autor do mesmo.

A psicologia, que está sempre buscando explicar o comportamento humano, cunhou a expressão “projeção” para explicar essa tendência de transferir responsabilidades que todos temos, em graus variados. E colocou a projeção em um grupo de comportamentos chamados “mecanismos de defesa”. A parte da estrutura psicológica chamada ego muitas vezes recusa-se a reconhecer impulsos de seu vizinho, o id. Essa é a parte da mente humana mais primitiva, regida pelo impulso do prazer, e que busca a satisfação imediata das necessidades e o apaziguamento das tensões. Obedecendo a esses impulsos primitivos, muitas vezes fazemos coisas, ou deixamos de fazer, que nossa própria moral reprovaria. É quando entra o ego, que é regido pelo princípio da realidade.

Quando adultos, não podemos mais simplesmente cair no choro e sapatear quando somos contrariados ou repreendidos. As crianças fazem isso porque são comandadas pelo id. Nos adultos, o ego assume o comando e a responsabilidade. Entretanto, às vezes o golpe é muito forte para um ego ainda não totalmente estruturado. Nesse caso, ele projeta a culpa para fora de si, isentando-se e, claro, incriminando alguém. Freud explicou!

sábado, 8 de agosto de 2009

O Perigo dos Pressupostos

Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou que ele viesse acompanhado por um cão. Cão forte, saltitante e com um ar agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, efusivamente.

"Quanto tempo!"

"Quanto Tempo" ecoou o outro.

O cão aproveitou a saudação e entrou casa adentro, logo um barulho na cozinha demonstrava que ele tinha virado qualquer coisa. O dono da casa encompridou as orelhas. O amigo visitante, porém nada.

"A última vez que nos vimos foi em ..."

O cão passou pela sala, entrou no quarto e novo barulho, desta vez de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo do dono da casa, mas perfeita indiferença do visitante.

"Quem morreu foi o ... você se lembra dele?"

O cão saltou sobre um móvel, derrubou um abajur, logo trepou as patas sujas no sofá e deixou a marca digital e indelével de seu crime. Os dois amigos, tensos, agora fingiram não perceber.

Por fim, o visitante se despediu e já ia saindo quando o dono da casa perguntou:

"Não vai levar seu cão?"

"Cão? Ah, cão! Oh, agora estou entendendo. Não é meu não. Quando eu entrei ele entrou comigo tão naturalmente que pensei que fosse seu".

Shakespeare já dizia....


VOCÊ FAZ SUAS ESCOLHAS.....
SUAS ESCOLHAS FAZEM VOCÊ!



sexta-feira, 7 de agosto de 2009


"Aprendi com as primaveras a me deixar cortar,
para poder voltar inteira." Cecilia Meireles

terça-feira, 4 de agosto de 2009

RAIN....

Voar, voar, subir, subir, todos juntos, sempre....

"Quanto mais me elevo, menor pareço aos olhos de quem não sabe voar." F. Nietzsche

MUTANTES


Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.
Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.
A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.

A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.
A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.
O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.

Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."
Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!
Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!

DEEPAK CHOPRA


Amizades....

Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.

William Shakespeare

Fluxos e refluxos


Você é Sol. Você é Trigo. Você é Luz!
Tudo em Ti está contido.
Contido em Tudo Tu estás...
Mas és, a cada instante,
Somente o que estás.....
Pois somente és, estando,
E somente estás, se És....

Estações de cada instante...


Mas....
A primavera sempre vem...
E, na verdade, sempre está.
Onde pulsa o coração do homem,
A Luz, a Cor, a Vida, sempre a recomeçar...


Nietzsche

Três transformações do espírito vos menciono:

como o espírito se muda em camelo, e o camelo em leão, e o leão, finalmente, em criança. - Assim falou Zaratustra, Nietzsche.

Nietzsche utiliza dessas três metáforas para dizer três modos de ser enquanto ciclos necessários para um vir-a-ser “elevado” do gregário.

O camelo representa o homem juntando suas vivências e acumulando conteúdos na travessia do deserto da vida. Caminha pela vida, expandindo e limitando suas possibilidades de ser e de viver. Mas sendo só camelo o homem é só um espírito que percorre o mundo carregando “pesos”, sem transformação, anseios e superação. Sendo camelo o homem pode apenas acumular elementos da vida em rebanho. O camelo carrega o fardo do “Tu deves…”, é o homem devedor à moral gregária.

Mas quanto mais acumulamos vivências na nossa bagagem existencial, quanto mais sofrimento e alegria, pode haver o confronto entre a moral coletiva e a moral singular do próprio viver, é ai que o camelo pode dar lugar a um leão que inicia o nascimento de um novo espírito: o homem que se revolta contra a sua aridez desértica ocasionada pelo clima pobre das multidões. O leão representa o “Eu quero…”, uma revolta do homem que agora quer dar vida ao seu deserto onde as nuances da vida singular são pisoteadas pelo rebanho.

Contudo, o leão ainda não pode criar, ele se rebela contra o homem-devedor tendo como meta o vir-a-ser do homem-criador.

E é nessas árduas batalhas do homem-criador contra o homem-devedor, aquele que quer fazer da sua vida sua própria obra de arte contra aqueles que cultivam os ídolos, que o homem pode encontrar novamente a sua pureza para fazer da sua vida uma obra singular. Eis então o estágio mais nobre e puro do homem: o ser criança, o momento do “Eu sou!”

O leão que consegue romper com os grilhões da moral escrava torna-se pura inocência e esquecimento - e não somente memória formada por ferro e fogo - para assumir sua posição de re-criador da sua vida.

O homem que atinge esses três ciclos, que acumula sua dor e sofrimento como um camelo carregando o que lhe colocam em cima, que na dor e no sofrimento encontra o furor de um leão para se rebelar contra seu fardo para fazer de sua vida a sua própria vontade, e atingindo então o espírito mais livre e puro marcado pelo esquecimento tal como o da criança, torna-se o além-do-homem. Eis então aquele que é “Eu sou!”, agora incapaz de ser domado.

Procurará os altos cumes das montanhas, deixará os verdes e calmos prados aparentes do rebanho e se jogará dançando para o abismo.

Frase de Allende, ex-presidente do Chile

Não basta que todos sejam iguais perante a lei.
É preciso que a lei seja igual perante todos."

Fragmentos de Luz

Há coisas que acontecem na vida da gente e são irreversíveis.

Uma delas é um certo tipo de consciência iluminadora (para o bem e para o mal).

No filme "Lugares Comuns" o protagonista (Professor Fernando) chama a isso de lucidez:
A lucidez é um dom e um castigo. Está tudo em uma palavra.

Lúcido vem de Lúcifer, o arcanjo rebelde, o demônio, que é também o luzeiro do amanhecer, a primeira estrela, a mais brilhante, a última a apagar. Vem de Lux e Ferous... que quer dizer aquele que tem luz. Que gera luz - luz que permite a visão interior. O bem e o mal tudo junto. O prazer e a dor. Lucidez é dor. E é o único prazer que podemos conhecer. O único que se parece remotamente à alegria é o prazer de permanecer consciente da própria lucidez.[...]

Aquele que é lúcido pode seguir vivendo e conservar o instinto da espécie, o impulso vital. Mas é possível que, com o tempo, essa obscura força instintiva se perca e então será necessário usar algo semelhante à fé. Há que se pensar um motivo, uma meta, que nos permita resgatar o impulso animal perdido pelo uso frio da razão.Essa vontade, porém, é um motor muito difícil de manter. De repente, sem motivo, ela se vai, se apaga, desaparece. Então é quando se segue ou não. É possível ou não é possível... E, se não é possível, não há culpa. Não importa o amor dos outros nem o amor que sentimos por eles – se não continuarmos, as coisas seguem iguais...

De: EternoRetorno.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ETERNAMENTE OSHO

Quando puder, visite o site:
www.palavrasdeosho.com um site fantástico com muita coisa de Osho.



domingo, 2 de agosto de 2009

Sisifo


Sísifo, condenado a subir a montanha empurrando uma rocha para então ser novamente empurrado pelo rochedo para o início, e assim infinitas vezes nessa árdua tarefa, executa revoltadamente a sua ação sem jamais desistir e julgar a vida: sem esperar nada mais! A prova mais contudente de que o homem pode Sim! se revoltar, e isso não significa se verter em niilismo. A revolta que Camus nos apresenta é o sentimento-atitude de poder se revoltar sem baixar os brados flamejantes da luta pela superação das condições de miserabilidade social dizendo Sim! à vida. É um pensamento- ação que nos ajuda a olhar para essa realidade catastrófica e demenciosa a que nos encontramos em tempos de insanidade política e econômica com o direito de poder se revoltar, e como Sísifo continuar lutando. Engajar-se, diria Sartre. Lute, nem que seja sem esperança, aliás que bom seria se fosse sem esse sentimento em geral nefasto, pode ser que não atinjamos as transformações que gostaríamos, mas a questão é que lutamos: “Eu me revolto, logo existimos”, diz o homem do absurdo. Che Guevara foi um Sísifo e resumiu-se: “Antes morrer em pé, a viver ajoelhado”. A situação que nos encontramos, globalmente, pode soar como uma pandemia? Pode! Revolte-se! Mas lute. Lute sem fazer messianismo e sem esperar por um absoluto.

O absurdo exige revolta, diz-nos Camus.

Imagem: Sisifus, M. Klinger, 1914. (texto extraído de O Eterno Retorno)

Osho - entrando no medo...

Sempre que houver medo, nunca tente escapar dele. Na verdade, siga as indicações do medo. É na direção delas que você precisa se movimentar. O medo é simplesmente um desafio. Ele o chama: “Venha!” Sempre que algo for realmente bom, ele também é amedrontador, porque lhe traz alguns insights. Ele o força em direção a certas mudanças, leva-o a um ponto crucial a partir do qual, se você voltar, jamais se perdoará. Você sempre se lembrará de si mesmo como um covarde. E se você seguir em frente, será perigoso. Por isso é amedrontador. Quando houver algum medo, lembre-se sempre de não voltar, porque essa não é a maneira de resolvê-lo. Entre nele. Se você tiver medo da noite escura, entre na noite escura – porque essa é a única maneira de superá-lo. De transcender o medo. Entre na noite; não existe nada mais importante do que isso. Espere, fique ali sozinho e deixe que a noite aja. Se você tiver medo, trema. Deixe que o tremor esteja presente, mas diga à noite: “ Faça o que você quiser fazer. Estou aqui.” Após alguns minutos, você perceberá que tudo se ajustou. A escuridão não é mais escura, ela tornou-se luminosa. Você a desfrutará, poderá tocá-la – silêncio aveludado, a vastidão, a música. Você será capaz de desfrutá-la e dirá: “Que tolo eu fui de ficar com medo de uma experiência tão linda!”


livre, nascemos como a brisa.....




Porque somos
livres como o vento...
Não há machado que corte
a raiz do nosso pensamento...

sábado, 1 de agosto de 2009

Krishnamurti - Você é louco?

Do livro: “The Flight of the Eagle”- Krishnamurti

Interlocutor: O senhor é louco?

Krishnamurti: Está a perguntar ao “orador” se ele é louco?

Muito bem. Que entende pela palavra “louco”?

– uma pessoa desequilibrada, mentalmente doente, com ideias peculiares, neuróticas?

Tudo isso está implicado na palavra “louco”. Quem é o juiz – o senhor, eu, ou outro qualquer? Será que o louco pode avaliar quem é louco e quem não o é? Se se julga o “orador” para determinar se ele é equilibrado ou desequilibrado, o julgar não fará parte da loucura do mundo – julgar uma pessoa sem nada dela conhecer, excepto a sua reputação, a imagem que dela se tem? Se se julga a pessoa de acordo com a sua reputação e a propaganda que se absorveu, é-se então capaz de julgar? Esse julgar implica vaidade; quer aquele que julga seja neurótico, quer não seja, há sempre vaidade. E poderá a vaidade perceber o que é verdadeiro? Ou precisamos de grande humildade para podermos ver, compreender, amar? Uma das coisas mais difíceis é ser mentalmente são, equilibrado, neste mundo anormal, insano, desequilibrado.

Sanidade mental implica não estar prisioneiro de ilusões, não ter nenhuma imagem de si próprio ou de outrem. Se digo “sou isto, sou aquilo, sou grande, sou mesquinho, sou bom, sou nobre” – todos esses epítetos são imagens que tenho de mim mesmo. Quando uma pessoa fica mentalmente desequilibrada, vive num mundo de ilusão. E receio ser isso o que se passa com quase todos nós.

Quando chamais a vós próprios “holandeses” – desculpai-me dizer-vos isto – não estais perfeitamente equilibrados. Estais a separar-vos, a isolar-vos, como outros o fazem ao denominarem-se hindus (por exemplo). Essas divisões nacionalistas, religiosas, etc., com os seus exércitos, os seus sacerdotes, indicam um estado de insanidade mental.