sábado, 20 de junho de 2009

AFINIDADES

Não é o mais brilhante, mas é o mais sútil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, a distância, as impossibilidades.


Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido.


AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real,
do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial.

Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.


AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.

AFINIDADE é sentir com... Nem sentir contra, sem sentir para...

Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber.

AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente.
Pode existir a quilómetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar,
de escrever, de andar, de respirar.....


AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e
ela (separação) nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo

para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais.

Artur da Távola


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