segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Corações duros


Por que és tão duro? – perguntou certa vez o carvão ao diamante.
-Acaso não somos parentes próximos?!
Porque sois tão moles? Ó meus irmãos, assim eu vos pergunto: Acaso não sois vós – meus irmãos?

Porque tão moles, tão retraídos e abatidos?
E porque tanta negação e renegação em vossos corações?

Tão pouco destino de vossos olhares?

E se vós não quereis ser destino e inexoráveis, como podereis vencer comigo?

E se vossa dureza não quer brilhar, cortar e fender, como podereis criar comigo?

Pois os modeladores são duros. E deveria-vos parecer ventura colocar vossas mãos sobre milênios, como sobre a cera branda. Ventura escrever sobre a vontade de milênios como sobre bronze – mais duros que o bronze, mais nobres que o bronze.

Apenas o mais nobre é totalmente duro.

Eu vos trago, meus irmãos, um novo mandamento: tornai-vos duros!

(Nietzsche, Assim Falou Zaratustra)

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