quinta-feira, 8 de junho de 2017

Sartre — horror a existência

Meu pensamento sou eu: eis por que não posso parar. Existo porque penso... E não posso me impedir de pensar. Nesse exato momento — é terrível — se existo é porque tenho horror a existir. Sou eu, sou eu que me extraio do nada a que aspiro: o ódio, a repugnância de existir são outras tantas maneiras de me fazer existir, de me embrenhar na existência. Os pensamentos nascem por trás de mim como uma vertigem, sinto-os nascer atrás de minha cabeça... Se eu cedo, o pensamento cresce, cresce e fica imenso, me enchendo por inteiro e renovando minha existência.
— Jean-Paul Sartre, in A Náusea. pg 137. Editora Nova Fronteira.
Obra de Jean Veber.

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