quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

AFETOS PALIATIVOS DE ADJETIVOS TRANSITIVOS
E SEM SUBSTANTIVOS
Inconsciencia, minha amante afetuosa das horas de consciente desamparo, onde estas?
insensatez de vãs quimeras, transitórios afetos e desejos que desviam nosso olhar do Infinito, onde estas?
Desejos embriagadores que com seu colorido véu iludem nosso existir, onde estás?
Entre fatos, laços, meios sem fim, sigo, eu, buscador de mim.
Inteirações fraccionadas em pulverizadas vontades e relações, quando te tornarás Inteira, preenchendo meus vazios, totalizando-me, espelhando a imagem completa de tudo aquilo que ainda não sou?
Embriague-me vida, entre brindes que saudam os caminhos dessa grande nau de insensatos, que nos conduz à portos desconhecidos de nossos eus, nesse imenso universo infinito.
Ora Eros, ora Tanatos, vamos seguindo, com "sandálias" embora descalços, para onde? quem se atreve, com certeza, dizer que sabe?
Seguimos então, embriagando-nos, uns aos outros, com a cotidiana e pueril transcendência de limitações de todo ser que busca Ser, e, buscando, torna-se, e tornando-se, nunca, em tempo algum, poderá ser, pois, se for, estará morto, em todo eterno renascer.
Se for, nunca será, eis que resta o que é, só Processo, além, além, muito além de tudo que, individualmente, imagina que é.
Como dizia Vinicius de Moraes na música:
"as vezes quero crer mas não consigo, é tudo uma total insensatez, então pergunto a Deus, que escute amigo, se foi pra desfazer porque é que fez? Mas não tem nada não, tenho meu violão..." Haja violão....

Gildo Fonseca.

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