sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

101 anos de Clarice Lispector...

LISPECTOR, PRESENTE !
 
101 anos de Clarice Lispector. Muito amada, vive eternamente em nós. Entre seus inúmeros e adoráveis escritos separei alguns fragmentos que me tocam muito:
 
"Eu estava vendo o que só teria sentido mais tarde, quero dizer, só mais tarde teria uma profunda falta de sentido. Só depois é que eu ia entender: o que parece falta de sentido é o sentido. Todo momento de “falta de sentido” é exatamente a assustadora certeza de que ali há o sentido, e que não somente eu não alcanço, como não quero porque não tenho garantias".
 
"Enfim, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, eu era. Até o fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois “eu” é apenas um dos espasmos instantâneos do mundo. Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior – é tão maior que, em relação ao humano, não tem sentido".
 
"A tentação do prazer. A tentação é comer direto na fonte. A tentação é comer direto na lei. E o castigo é não querer mais parar de comer, e comer-se a si próprio que sou matéria igualmente comível. E eu procurava a danação como uma alegria. Eu procurava o mais orgíaco em mim mesma. Eu nunca mais repousaria: eu havia roubado o cavalo de caçada de um rei da alegria. Eu era agora pior do que eu mesma! Nunca mais repousarei: roubei o cavalo de caçada do rei do sabá".
 
E a melhor de todas, na minha opinião, sobre a esfinge: 
"Quero ver quem devora quem..."

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