sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ODE A LIBERDADE


"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las".    Voltaire.

Liberdade é aceitação do outro como Ser Independente, livre para suas escolhas.

Isso não nega a importância do embate teórico sobre o tema, mas no final temos que aceitar que não somos os únicos no universo e que para entender aquilo que não aceitamos é preciso um amor incondicional.

Amar sem condições é aceitar que aquilo que em nossa opinião, ou em nosso estágio evolutivo, possa parecer errado, pode não ter a mesma interpretação e significado para outro ser.

O que fazer então, deixar de amar porque o outro não é como queremos que ele seja?
Só aceitamos o outro dentro de nossas condições? Tem que ser como eu quero? Só porque eu quero?

O centro do universo, a pretensa Verdade, tão buscada, é feita da interação e do mútuo respeito às diferenças num baile onde ora levamos ora somos levados.

Amar é aceitar o outro como ele é, porque se só o amarmos se ele for como gostaríamos que fosse então estamos, no fundo, buscando amar apenas a nós mesmos e não a individualidade alheia.

Aceitar o "erro" alheio, a singularidade de cada um que cruza o nosso caminho nos trazendo alguma experiência, esteja ela acima ou abaixo de nossas auto avaliações pode ser um sinal do amor verdadeiramente incondicional e acredito que o amor e só ele pode, pela sua singeleza de espírito, ser capaz de modificar até a opinião dos outros pela ressonância interior da afinidade vibratória. O Amor é leve.

Não importa quem é ou em que condições esteja, qualquer ser ou coisa que cruze o nosso caminho, está ali para nos ensinar alguma coisa.

O poder pede controle. Respira e sobrevive do controle. Mas o poder e o controle pedem também aceitação. Aceitação de que o diferente tem uma função definida em determinado momento da evolução, na nossa e na do outro. Só teremos verdadeiro poder se entendermos que o outro também tem.

Podemos e devemos ter o poder e o controle sobre nós mesmos, ou pelo menos, na pior das hipóteses, caminharmos nessa direção.

Ter o poder e o controle sobre aqueles que amamos pode impedí-los de vivenciar suas necessidades evolutivas de um determinado momento de nossas relações. E cabe aí uma pergunta:
Estaremos vivendo a nossa vida ou tentando viver por eles?

A menos que nos peçam ajuda nesse sentido que direito temos nós de direcionar as vivências daqueles que amamos segundo aquilo que acreditamos.

Podemos e devemos discutir a teoria de uma situação. Jamais impor condições pois se o fizermos, o amor não será fruto de uma união, será apenas o nosso amor que por falta de ressonância em nossas contrapartes poderá apenas refletir a si mesmo em si mesmo não aproveitando esse grande milagre que são as milhões de possibilidades que nos dá, a cada instante, a Vida com suas escolhas.

Amar é aceitar. Amar é tentar entender. Amar é libertar, o outro e a nós mesmos.
O Amor pertence a quem o embala na necessidade do coração alheio.

Deixemos ir nossa necessidade de pertencimento através do controle alheio pois a Liberdade nos pertence assim como pertencemos também na Liberdade alheia.

O melhor para quem amamos pode ser para nós dolorosamente trágico por conhecermos experiências de dor mas não podemos fazer essa "transferência" pelo fio do nosso amor a esses seres. Ele vão experimentar seu crescimento, pela dor ou pelo amor, independentemente de nossos alertas.

Respiramos ar, porém quando ele sai de nós já é gás carbônico, não serve para a respiração do outro porisso as evoluções são individuais mesmo em meio a experiências, alegrias, sofrimentos e outros embates individuais e coletivos.

O maior amor que podemos ter é aceitar a intensidade daquilo que o outro vive em um determinado instante do seu existir. No fundo amamos o que o outro É e não aquilo que está vivenciando, porque essa pode ser apenas uma experiência necessária a sua evolução.


"Pássaros são livres para voar".

by Gildo.

Um comentário:

  1. Sensacional!!!
    Obrigada por compartilhar conosco essa coisa maravilhosa... amei... fiquei emocionada!
    Beijo grande,
    B.

    ResponderExcluir