sexta-feira, 12 de julho de 2013

"Bancando" a Liberdade.....


Gosto muito da visão de Sartre quando afirma que "ou a liberdade é absoluta ou não existe. O homem só não é livre para não ser livre", daí, o "risco" de transcender, conscientemente, superfícies, é inevitável, ou como ele mesmo diz: "estamos condenados a liberdade", embora nem sempre conscientes disso.

Em uma passagem do livro A Náusea, de Sartre, o personagem Roquentin afirma: "agora vejo, lembro-me melhor do que senti outro dia, junto ao mar, quando segurava aquela pedra, tenho certeza, passava de pedra em pedra para as  minhas mãos. Sim, é exatamente isso, "um a espécie de náusea nas mãos".

Essa náusea angustiante da consciente condenação à Liberdade é o preço a ser pago por aqueles que cristalizam suas opções e escolhas como exercício da afirmação de sua própria Individualidade e parafraseando Nietzsche, através de nossas próprias "Potencias de Vontade". Não há escolha a não ser "bancar" a Consciência de ousarmos Ser nós mesmos.

Em última instância, creio também que todos não somos uma "Necessidade", mas, uma "Possibilidade" a ser descortinada em processos próprios da Afirmação, tornada consciente pela dialética de nossas próprias cotidianas contradições.

Gildo Fonseca


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