segunda-feira, 9 de outubro de 2017




ODE A SCHOPENHAUER

Hoje vi um pássaro num bosque feliz tentando apanhar com seu bico, uma lagartixa encurralada, patente era a alegria do pássaro preparando-se para almoçar, patente o desespero da lagartixa tentando sobreviver. Me lembrei de todos os animais caçando uns aos outros para poder sobreviver. Lembrei do homem que caça por puro prazer, os animais e até seus semelhantes. Todos nós para sobreviver, precisamos tirar a vida de alguma coisa, seja vegetal, seja animal. Se quisermos sobreviver precisamos matar alguma vida e o pior, precisamos de "esforço" para buscar essa insana sobrevivência através da força das ações, que por sua vez, dependem da "energia" gerada pelo resultado de nossos inexoráveis assassinatos cotidianos. A luta para sobreviver e a forçosa adaptação às culturas condicionantes através da história nos levam a essa embriaguez absoluta da ambição, dos prazeres, da busca pelo novo e o diferente entre muitos outros aspectos. Não consigo conceber uma Criação que, para uns sobreviverem outros precisem morrer. Como uma forte injeção de consciência, direta na veia, Schopenhauer traz a tona, de forma clara essa tragédia da nossa existência em seu texto "O Vazio da Existência", que recomendo a todos que tiverem um "estômago de aço" na alma. A embriaguez consciencial é a saída. Vamos nos embriagar desse majestoso senhor, o Cotidiano, com todos os seus insensatos, fugazes, transitórios mas, necessários, sonhos. É a única saída, uma vez que nos roubaram a única coisa, essa semente realmente nossa: a compreensão do PORQUÊ de todas as coisas, a sinceridade da busca do nosso Espírito, única "coisa" realmente "nossa". Assim talvez possamos deixar se ser escravos de tantos COMOS, pois os meios para atingir as coisas estão sempre em evolução enquanto o FIM que justificaria tantos MEIOS é uma incógnita, um punhal lançado no coração dos que mergulham no Oceano da Consciência. Vamos pois mergulhar na embriaguez das impermanências. TIM TIM !!!!!

Gildo Fonseca

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