segunda-feira, 19 de março de 2018

A cópula dialética da Verdade


"O excesso de verdades é pior que o erro". 

Pascal


"Presos pela Liberdade"

O êxtase das contradições, semente da dinâmica espiral de novas verdades, vive no interlúdio, no lapso da consciência, entre vácuos de pretensa lucidez, no intervalo de fraccionadas realidades, entre elos de contrastes que alimentam fugazes, contraditórias e mutantes Percepções. A Consciência em trânsito ousa criar, pelo movimento, uma metria de valoração, fantasiando âncoras de justificação.

O erro, coadjuvante de tantas verdades individuais, alicerça nossos passos de navegantes nauseabundos no oceano do existir.

Nos interstícios de todos os sistemas binários, em todas as manifestações, está, oculta, sob o véu de loucuras insensatas, a patética tentativa do Ente de levantar-Se, de afirmar o "seguro" dentro de dinâmicas tão inseguras, buscando o ponto dentro de retas, o finito dentro de tantos infinitos, porques dentro de tantos como.

A insana razoabilidade extasiante do Instante Perceptivo é  alentoso gozo da Consciência, no ventre das Infinitas possibilidades de todo Infinito presente, na intersecção dos atemporais, das transcendências, das irracionalidades.


A fantasmagórica finitude de todo presente está contida nas possibilidades delimitadas como uma própria "cerca", essa protagonista carrasca da danação de nossos porques, onde pela eterna condenação à liberdade de nós mesmos,  somos presos pela infinitude sisifiniana que eternamente se apresenta. Sempre que, pretensamente formos, na verdade não mais seremos, eis que Mutação, oxigenada pela Liberdade é nosso Nome. Assim como todo barro pede uma escultura, no torno, entorno, Nos tornamos.

Gildo Fonseca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário