sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Somos Impermanências conscientes.

Gostar de estar vivo exige a custosa criação de necessidades mil, através de "voluntariosa" embriaguez da consciência, morfinizando as inquietações nauseantes do pulsar da alma. Todo "para que..." (finalidade), "brilha ao sol" enquanto todo "por quê?" (razões), como criatura personificada em buraco negro de tantas inquirições humanas, submete nuances de luz, pseudos lapsos de pretensa lucidez, aos arcabouços de nossas próprias contrapartes, essas sombras, como dizia Jung, ainda tão desconhecidas. Existir é um paradoxo binário, cambaleando entre singularidades e multiplicidades, espelhado, onde uma coisa só existe pela outra fluindo em consciência reflexa. "É" apenas quando, de uma forma perceptível e dialética, toma consciência de que também "não É". Descobrimos assim nossas Possibilidades e Impossibilidades. Somos apenas coadjuvantes, como mutantes vazios a serem preenchidos pelo protagonismo das infinitas possibilidades nas escolhas de todo amanhã, de todo Devir que também sobrevive pela aspiração das núpcias com nosso dinâmico existir. Das sinapses entre nossas "próprias" luzes e sombras, tentamos fluir, aspirar mais Luz, em Percepções. Somos apenas Singulares Transitoriedades mergulhando no aconchego da Pluralidade Plena que também aspira por nós pois talvez seja também transitória. Viva a Transgressão !!! Uma morfina nauseante que nos permite prosseguir. A Transgressão é superação que cristaliza nossa volátil Identidade na multiplicidade cada vez que transpassa o procusto de nós mesmos com o colírio perceptivo, ousado e transgressor do Olhar de nossas almas. Seguir é inexorável, então, como cantava Angela Ro Ro, "a vida é bela, só nos resta viver..." Gildo Fonseca.

A imagem acima foi compartilhada da página de Beth Goulart em Simplesmente eu, Clarice Lispector

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