terça-feira, 18 de julho de 2023

AUTO SABOTAGEM: Sobre o Desejo de Fracassar
 
Em 1917, Sigmund Freud (1856 – 1939) chama a atenção para a forma de funcionar daquele que tenha vivido uma perda significativa em relação à algo do qual não tenha tido a chance de se desapegar emocionalmente o suficiente. Freud denomina esse quadro de melancolia. Por conta de certa relação de extrema amarração, estabelece um vínculo ambíguo com o outro, onde depende, mas deseja não depender. Idolatra o outro por depender dele, mas o odeia por desejar a independência. Por conta da culpa por odiar aquele do qual depende, o melancólico se vê como sendo desprovido de valor, e se sente alguém desprezível. “Vemos como nele uma parte do ego se coloca contra a outra, julga-a criticamente, e, por assim dizer, toma-a como seu objeto.” (Freud, 1917). O vínculo que vivera com o objeto perdido não pudera evoluir para formas mais nobres do amor e se mantivera num modelo de submissão.

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