terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fragmentos de Luz

Há coisas que acontecem na vida da gente e são irreversíveis.

Uma delas é um certo tipo de consciência iluminadora (para o bem e para o mal).

No filme "Lugares Comuns" o protagonista (Professor Fernando) chama a isso de lucidez:
A lucidez é um dom e um castigo. Está tudo em uma palavra.

Lúcido vem de Lúcifer, o arcanjo rebelde, o demônio, que é também o luzeiro do amanhecer, a primeira estrela, a mais brilhante, a última a apagar. Vem de Lux e Ferous... que quer dizer aquele que tem luz. Que gera luz - luz que permite a visão interior. O bem e o mal tudo junto. O prazer e a dor. Lucidez é dor. E é o único prazer que podemos conhecer. O único que se parece remotamente à alegria é o prazer de permanecer consciente da própria lucidez.[...]

Aquele que é lúcido pode seguir vivendo e conservar o instinto da espécie, o impulso vital. Mas é possível que, com o tempo, essa obscura força instintiva se perca e então será necessário usar algo semelhante à fé. Há que se pensar um motivo, uma meta, que nos permita resgatar o impulso animal perdido pelo uso frio da razão.Essa vontade, porém, é um motor muito difícil de manter. De repente, sem motivo, ela se vai, se apaga, desaparece. Então é quando se segue ou não. É possível ou não é possível... E, se não é possível, não há culpa. Não importa o amor dos outros nem o amor que sentimos por eles – se não continuarmos, as coisas seguem iguais...

De: EternoRetorno.

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