domingo, 4 de janeiro de 2015

A relação sexual
Freud dizia que somos, no mínimo, seis na hora do ato sexual, pois cada um dos dois amantes está naquela hora do prazer sob a sombra da imagem de seus pais e dos “ex” relacionamentos com lembranças, desejos e medos aflorando. Freud asseverou que “sempre voltamos ao nosso primeiro amor”, referindo-se ao amor materno, ao seio perdido e não mais visto, pois foi no peito da mãe que se alimentou pela primeira vez e teve a sua inaugural experiência com um órgão sexual. Lacan foi mais radical ao usar um controvertido e polêmico aforismo dizendo que “a relação sexual não existe” — o ato sexual é o quê? Os hermeneutas de Lacan se esforçam para explicar essa não existência da relação sexual como tal, mas não há consenso no que ele quis dizer. Talvez justifique a fala de Lacan no final de sua carreira: “levarão ainda 10 anos para entenderem o que eu disse” — Lacan dizia ainda que sentia prazer análogo ao de uma boa “trepada” quando falava em público. A quantidade de oferta de sexo casual banalizou a relação sexual e tem levado, sem notar, quiçá, muitos a buscarem prazer de outras formas — drogas, álcool, fumo, selfies, academias de ginástica, etc...
Luís Olímpio Ferraz Melo

Compartilhado de página do FB, "Sempre Freud".


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