sábado, 28 de março de 2020


O rabino Nilton Bonder, no seu maravilhoso Livro Alma Imoral, que depois virou peça de sucesso nacional, tem uma citação interessante: "Aqueles que se permitem transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente, os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, os que perdem medos, o que se libertam e os que rompem experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto 'forasteiros'." - pág. 66. Lacan também dizia que podemos saber o que dissemos mas nunca o que o outro escutou. Eu acredito que no vácuo das percepções se cristalizam, como um mosaico, os contrastes dos entendimentos que brilham com as cores que neles colocamos. O pulsar da Vida se dá na pupila do coração. Assim como "todo barro pede uma escultura", toda compreensão pede uma transcendência para além, muito além, de quaisquer triviais superficialidades. Gratidão a todos os "forasteiros de alma", companheiros de viagem. Gildo Fonseca

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