sábado, 27 de fevereiro de 2021

Certezas das ilusões, ilusões das certezas...

Do latim illudere, brincar, zombar de. A ilusão é um embuste que parece divertir-se com nossos sentidos, com nosso espírito. Próximo ao erro - na medida em que faz intervir igualmente um juízo errôneo - dele, distingue-se pela presença do desejo que a torna em geral rebelde a qualquer refutação racional. A reflexão filosófica dedica-se a explicar a "raiz indestrutível" da ilusão. É desse modo que Spinoza tenta demonstrar que a ilusão da finalidade é a fonte de todos os outros. Kant, por sua vez, denuncia a ilusão transcendental que nos incita a empregar a razão de forma ilegítima tentando conhecer as coisas em si. Há contudo ilusões vitais. Bergson, por exemplo, fala da "função fabuladora" com, sobretudo, a religião primitiva que garante a coesão social fazendo um contrapeso à inteligência.

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