segunda-feira, 21 de junho de 2021

Assumam suas culpas, rs...

 

Se a culpa é minha eu a coloco em quem eu quiser já dizia Bart Simpson.

Freud, sobre a culpa, em “O mal estar na civilização”, afirma que “... mau é tudo aquilo que, com a perda do amor, nos faz sentir ameaçados”.

SOBRE ASSUMIR A "CULPA"...

Somos culpados quando nosso amor é dependente da atitude alheia. Somos culpados quando limitamos, enquadramos ou definimos o Amor.

Somos culpados quando nos submetemos às condições que nos são impostas, engradando, diminuindo, emparedando em rançosos padrões morais, nossas pulsões criativas, nossa prática substantiva da Liberdade.

Somos culpados quando permitimos que os outros nos julguem sem que antes tenham calçado nossas sandálias e caminhado pelas tortuosas encostas que lapidaram nossa evolução com todos os seus desafios cotidianos.

Somos culpados por colocarmos limites às nossas possibilidades, às nossas buscas, às nossas singularidades.

Superar, violar, transgredir os tabus e os dogmas impostos por um pretenso poder de pretensos pecados, é afirmação da Essência Criativa em nós, sempre balizada, pela empatia e pela Graça natural do Amor.

Lembremos que antes do pecado original já existia a Graça original.

Jorge Luis Borges define maravilhosamente o “pecado” afirmando: “o que é o inferno senão uma ameaça e o céu senão um suborno?”.

Vamos então assumir que “somos culpados” quando permitimos que os outros (e o inferno é sempre o outro...) determinem como devem ser as coisas, a nossa vida e até a nossa compreensão.

Só sei que nada sei, embora saiba que serei aquilo que determinar e não aquilo que determinarem.

É proibido proibir. Ser o que se É onde impera a proibição e “pagar por isso” é descortinar em nossas infinitas imensidões interiores, a nossa criação, nossa evolução, nossa Liberdade.

Non ducor, duco”, ou “Não sou conduzido, conduzo”, já dizia Goethe.

Gildo Fonseca

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