segunda-feira, 6 de junho de 2022

Toda Percepção é uma Singularidade, impermanente, transitória, persona da incompletude. Ampulheta viva do Olhar da Consciência, onde descem, ou se descortinam, essa Areia, esse Pó Desconhecido, carregando todo o imponderável, toda a potência de cada Devir, borda, em cada instante, um anelo no tecido de nossa volátil, fugidia, fugaz e pretensiosa compreensão, exatamente no intermezzo do fluir. Mas, jaz o fato consumado, do outro lado dessa Ampulheta, anseia a Consciência, desesperada e angustiosamente o oxigênio da página seguinte, dos novos eventos, areia pueril a escorrer provocando novos olhares, novos horizontes, sístole e diástole de uma busca que cavalga em seu próprio movimento. A Pluralidade, Absoluta, é uma pupila em forma de mosaico, feita da relativa singularidade de cada Olhar. Ser ou não Ser? Talvez seja Ver ou não Ver. Gildo Fonseca.

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