segunda-feira, 27 de junho de 2022

UM OLHAR PARA NOSSAS OBSCURIDADES INTERIORES.
 
Athena, a deusa grega da sabedoria, possuía uma Coruja de estimação que permanecia sempre em seu ombro e lhe revelava as verdades invisíveis. Essa Coruja tinha o poder de iluminar o lado obscuro da deusa, capacitando-a a perceber toda a verdade e não apenas aquela parcela de verdade que podia discernir sem seu auxílio. Em função disso a coruja ficou associada à deusa da Sabedoria.
 
Uma outra característica que a associa com a sabedoria é a sua alta capacidade de ver no escuro, como se ela conseguisse ver o que os outros não veem.
A coruja tem a capacidade de ver uma quantidade de luz 100 vezes a mais que o ser humano. Ela também tem uma ótima audição. A disposição de seus olhos permite uma ótima percepção do relevo e da distância. A coruja é capaz de piscar um olho e também girar a cabeça até três quartos da rotação total, para poder enxergar as coisas que estão ao seu lado.
 
Em latim é Noctua, “ave da noite”. Noturna, relacionada com a lua, a coruja incorpora o oposto solar.
 
Olhar e enfrentar, de maneira indômita, nossas obscuridades interiores, permite, pelo atrito experimental com a "nossa" realidade, gerar Luz para a Consciência, permitindo um aparente e momentâneo domínio de nossas trevas, através da descoberta de uma Força nos pertence, que nos empurra, inexoravelmente, para o devir. Somos todos, uma "Força do Olhar", cavalgando em seu trânsito pelas impermanências, escolhendo Caminhos. Um olhar de coruja que se percebe nas lentes, nas pupilas de tantos mosaicos, fragmentos de coloridos e múltiplos espelhos cotidianos.

Gildo Fonseca.

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