Existem duas "Verdades". A do instante presente, relativa, segundo nosso grau de consciência e percepção e a Verdade absoluta, transcendente, que envolve nossas possibilidades, experiências e entendimentos ainda não vividos. Somos esse processo. Não somos "algo" ou "alguém" a cada instante mas somos a soma dos instantes seguintes ainda não vividos e que aumentarão nossa compreensão sucessivamente, ad infinitum. Existimos nesse limbo, entre dois pontos, o do instante presente e o do instante seguinte. O instante seguinte será sempre superior pois nos "alça" a uma escala superior de consciência através de novas experiências e sensações. Nunca saberemos quem somos pois estamos sempre em movimento, somos nosso próprio combustível num constante auto perceber-se. A partícula percebe sua própria singularidade mas percebe também tudo aquilo que ainda não é. Como afirmar alguma coisa então, pretensas verdades, se estamos em dinâmica e evolutiva percepção? Nosso olhar pode ser limitado mas nossas sensações, sobretudo as interiores, podem ser do tamanho do Universo. Somos então do tamanho da sensação do que poderíamos Ser mesmo que a materialização deste ainda não se faça presente. Somos então, com certeza, muito maiores do que aquilo que percebemos no instante presente. O doce e singelo embalo do amanhã nos acolhe em nossos sonhos e nos mostra que poderemos sempre superar qualquer angústia presente, pois o novo, o novo sempre vem. Gildo Fonseca.
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