sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Simplesmente querer....

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Há algumas pessoas que se destacam para nós na multidão.

Dançam conosco com mais leveza nessa coreografia bela,

e também meio atrapalhada, dos encontros humanos.

Muitas vezes tentamos explicar, em vão,

a exata medida do nosso bem-querer.

A doçura de que é feito o olhar que lhes dirigimos.

Os gestos de que somos capazes para ajudá-las

a despertar um sorriso grande.

E somente sentir nos bastaria se ainda não estivéssemos

tão apegados à necessidade de classificar todas as coisas.

De confiná-las entre as paredes das explicações.

Por elas nos sentimos capazes das belezas mais inéditas.

Se estão felizes, é como se a festa fosse nossa.

Se estão em perigo, a luta é nossa também.

E não há interesse algum que nos mova em direção a elas,

senão a própria fluência do sentimento.

Sabemos quem são e elas sabem quem somos e ficamos muito

à vontade por não haver enganos nem ilusões entre nós.

Ao menos, não muitos.

Somos aceitos, queridos, bem-vindos,

quando o tempo é de sol

e quando o tempo é de chuva.

Na expressão das nossas virtudes

e na revelação das nossas limitações.

E é com esses encontros que a gente

se exercita mais gostoso no longo aprendizado do amor.


- Ana Claudia Saldanha Jácomo -


 

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