segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Se compreendemos... então, já transcendemos.

Temo, quando as codificações são nossas âncoras ou nossos lemes.
É como se reduzíssemos o conteúdo dos livros à páginas e letras.
Sentir é absoluto, transcende particularidades, intransitivo..
Codificar é relativo, circunstancial, transitivo.

Degradados da Unidade Absoluta, multifacetados em singularidades perceptivas buscamos desesperadamente anelos que nos unam ao que éramos originalmente.

Buscamos em cada gota do mar das experiências a totalidade de nosso oceano interior dividido, perdido, incompleto. Talvez seja por isso quie todo número é a soma das partes que o compõem... Já os contidos são apenas individualidades... E entretanto um não existe sem o outro.

Silêncio talvez seja então um vazio que anafilaticamente torna eloquente nosso anseio de pertencimento ao devir nessa oposição ao vácuo do Incriado, onde nos levantamos e erguemos a voz em busca de nossos próprios ouvidos cósmicos, rumo a esse desconhecido chamado Eu mesmo.

Creio que quando Nietzsche dizia tornar-te quem és, talvez estivesse se dirigindo também ao Silêncio das Possibilidades, talvez tornadas reais, mas ainda não ouvidas em nossas Perceções em eterno crescimento.

Ressonâncias de vazios inteiros:

Silêncio negativo: ausência de nossa presença.
Silêncio positivo: presença da nossa ausência.
ou
Silenciar é Estar, sem para o outro, ser...
Silenciar é Ser, sem para o outro, estar

Comunicar é tornar comum o meio, o código. O problema é que não nos preenche mais apenas o meio, mas somente a apreensão absoluta do outro, alimento antropofágico em que nossas almas, pela digestão dos constrastes, torna-se forte, ao perceber que ao digerir esse desconhecido alheio geramos as próprias forças que nos permitem existir e continuar, tornando-nos, nós mesmos e também o alimento que fortalece e vivifica o eterno Vir a Ser que nos contém.

Vive em nós o que poderíamos Ser.
Somos o que percebemos.
Existimos no que Sentimos.

by Gildo.

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