terça-feira, 21 de maio de 2019

A reencarnação, a cada percepção...

MORTE E RENASCIMENTO:
A cada renascimento precede uma "morte". Esta pode ocorrer nos níveis mais variados e praticamente em todas as esferas da vida e ser expressa de forma simbólica, e o renascimento daí resultante pode assumir todas as formas imagináveis, desde a restitutio ad integrum do aspecto anterior da existência até a completa modificação da aparência nova. Se, no início da história da humanidade, o ressurgimento diário do sol, do "dragão marinho" e outros fenômenos naturais semelhantes forneceram a base para o simbolismo do renascimento, com o passar do tempo, no entanto, nele se expressava cada vez mais, ao lado da ideia de ressurreição, também a da transformação.
[...] A dor e o sofrimento da morte são simbolicamente o sacrifício que sempre tem que ser feito antes, para que o novo possa nascer. Na história bíblica de Jonas, está dito: "E o Senhor falou ao peixe e esse vomitou Jonas para a terra", mas nada é dito do que aconteceu com o peixe e se Jonas foi "transformado" após seu "renascimento". Ao contrário, o herói do mito do dragão-baleia, relatado por Frobenius , perdeu, no calor do ventre do animal, os cabelos - tinha que fazer um "sacrifício", o que quer dizer que não apenas passou pelo sofrimento, mas teve também que perder algo, os cabelos, símbolo do poder do pensamento, para voltar transformado e amadurecido.
No fundo, qualquer transição é uma espécie de "renascimento", quer de uma fase da vida para outra, do dormir para o despertar, do inconsciente para um conhecimento consciente, etc. E cada reconhecimento novo na vida é acompanhado de certa transformação, na qual algo ultrapassado tem que morrer, ser deixado para trás. Cada "transformação" é, na verdade, um mistério e, como tal, parte integrante da vida. Também nas ideias sobre o renascimento - "não importando se se referem a um único ou a uma cadeia de renascimentos -, ela aparece intimamente ligada ao próprio mistério do sei" .
JOLANDE JACOBI - COMPLEXO ARQUÉTIPO SÍMBOLO na Psicologia de C. G. Jung

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