quarta-feira, 8 de maio de 2019



Drummond fala daquilo que cada um de nós carece na cidade excessivamente iluminada: certa penumbra. Sabemos que o impossível de suportar, com Lacan, é o real, para o qual não existe significação. A penumbra é aquilo que tenta contornar o real, aquilo que ao mesmo tempo é borda, margem e litoral. Luz e sombra, o território enigmático entre palavras e imagens. O gesto entre a noite e o dia, o sonho, o silêncio, o ruído, aquilo que incomoda, desarticula, a pulsão, o vazio, o nada que mora dentro das coisas, o lusco- fusco do desejo.
Bia Dias

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